domingo, 18 de dezembro de 2011

"EM BUSCA DO MESTRE"


"Na noite de 18 de março de 1954, os apontamentos educativos, na fase
terminal da reunião, foram trazidos por Meimei, a irmã responsável pelas
tarefas do Grupo, que enfeixou em sua mensagem falada, aqui transcrita, todo
um poema evangélico, incentivando-nos ao trabalho de comunhão com o
Senhor."

"Aos ouvidos da Alma atormentada, que lhe pedia a comunhão com Jesus,
respondeu, generoso, o mensageiro celestial:
— Sim, em verdade reconheces no Cristo o Senhor, mas não te dispões a servilo...
Clamas por Ele, como sendo a Suma Compaixão, todavia, ainda te acomodas
com a maldade...
Não te cansas de anunciá-lo por Luz dos Séculos, entretanto, não te afastas da
sombra...
Dizes que Ele é o Amor Infinito, mas ainda te comprazes na agressividade e no
ódio...
Afirmas aceitá-lo por Príncipe da Paz e não vacilas em favorecer a discórdia...
— Contudo — suplicou a Alma em pranto —, tenho fome de consolo, no aflitivo
caminho em que se me alongam as provações... Que fazer para encontrar-lhe a
presença redentora? ....
— Volta ao combate pela vitória do bem e não desfaleças! — acrescentou o
emissário celeste. — Ele é teu Mestre, a Terra é tua escola, o corpo de carne a tua
ferramenta e a luta a nossa sublime oportunidade de aprender. Se já lhe recolheste
a lição, sê um traço dEle, cada dia... Ama sempre, ainda que a fogueira da perseguição
te elimine a esperança, estende os braços ao próximo, sem esmorecer,
ainda que o fel das circunstâncias adversas te envenene a taça de solidariedade e
carinho!... Sê um raio de luz nas trevas e a mão abnegada que insiste no socorro
fraternal, ainda mesmo nos lugares e nas situações em que os outros hajam
desistido de auxiliar... Vai! Esquece-te e ajuda no silêncio, assim como no silêncio
recolhes dEle o alento de cada instante! Não pretendas improvisar a santidade e
nem esperes partilhar-lhe, de imediato, a glória sublime! Ouve! Basta que sejas um
traço do Senhor, onde estiveres!...
Aos olhos da Alma supliciada desapareceu a figura do excelso dispensador dos
Talentos Eternos.
Viu-se, de novo, religada ao corpo, sob desalento inexprimível...
Contudo, ergueu-se, enxugou os olhos doridos e, calando-se, procurou ser um
traço do Mestre cada dia.
Correu, célere, o tempo.
Amou, tolerou, sofreu e engrandeceu-se...
O mundo feriu-a de mil modos, os invernos da experiência enrugaram-lhe a face
e pratearam-lhe os cabelos, mas um momento surgiu em que os traços do Mestre
como que se lhe gravaram no íntimo...
Viu Jesus, com todo o esplendor de sua beleza, no espelho da própria mente, no
entanto, não dispunha de palavras para transmitir aos outros qualquer notícia do
divino milagre...
Sabia tão-somente que transportava no coração as estrelas da alegria e os
tesouros do amor."

(Meimei, na obra "Instruções Psicofônicas", Diversos Espíritos/Francisco Cândido Xavier)

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