quarta-feira, 30 de novembro de 2011

"MIGALHA DE AMOR"


"Não menosprezes a migalha de amor que te pode marcar o concurso no
serviço do bem.
Estende o coração através dos braços e auxilia sempre.
Quem definirá, entre os homens, toda a alegria da xícara de leite nos
lábios da criancinha doente ou da gota de remédio na boca atormentada do
enfermo? Quem dirá o preço de uma oração fervorosa, erguida ao Céu, em
favor do necessitado? Quem medirá o brilho oculto da caridade que socorre os
sofredores e desvalidos?
Recorda a importância do pano usado para os que choram de frio, da
refeição desaproveitada para o companheiro subnutrido, do vintém a
transformar-se em mensagem de reconforto, do minuto de conversação
consoladora que converte o pessimismo em esperança, e auxilia quanto
possas.
Lembra-te que Jesus renovou a Terra, utilizando diminutas migalhas de
boa vontade e cooperação... Dos recursos singelos da Manjedoura faz o mais
belo poema de humildade, de cinco pães e dois peixes retira o alimento para
milhares de criaturas, em velhos barcos emprestados erige a tribuna das
sublimes revelações do Céu... Para ilustrar seus preciosos ensinamentos,
detém-se na beleza dos lírios do campo, salienta o valor da candeia singela,
comenta a riqueza de um grão de mostarda e recorre ao merecimento de uma
dracma perdida.
Não olvides que teu coração é esperado por bênção viva, na construção
da felicidade humana e, empenhando-lhe, agora,a tua migalha de carinho,
recolhê-la-ás, amanha, em forma de alegria eterna no Reino do Eterno Amor."

("Sentinelas da Alma", Meimei/Francisco Cândido Xavier)

"ILUMINEMOS O CORAÇÃO"


"Iluminemos o coração, com a lâmpada acesa do amor, cada vez que a
nossa palavra se dirija aos irmãos desencarnados, ainda presos à turvação de
consciência.
Lembremo-nos de que nos achamos, à frente de enfermos,
requisitando-nos compreensão e carinho.
Quem se atreveria, em nome da bondade, a cercar um náufrago
desditoso com o manto opressivo da curiosidade descaridosa, ao invés de
oferecer-lhe pronto socorro? Não lhe bastaria o tormento da inquietação nas
ondas escuras da morte?
Quem se dispõe ao amparo dos espíritos amargurados, em desânimo e
desespero, precisará erguer a própria alma à sublimidade do amor mais puro,
a fim de socorrer com proveito.
Muitas vezes, as objurgatórias e reprimendas dos grandes juízes não
conseguem, junto dos irmãos transviados, um centímetro de renovação
edificante, suscetível de ser alcançada pelo estímulo carinhoso de uma simples
frase paternal.
Todos possuímos desafetos do passado.
A Terra ainda não é residência das almas quitadas com a Lei.
Todos somos devedores ou doentes em reajuste.
Por isso mesmo, em nos comunicando com os adversários ou
companheiros do pretérito ou do presente, mergulhemos a alma na fonte
cristalina da boa vontade com Jesus, para que as nossas palavras não soem
debalde.
Só o amor atravessa as paredes compactas do cárcere em que a
ignorância se aguilhoa à penúria de espírito, conduzindo aos antros sombrios
de nossos débitos a santificante claridade da libertação."

("Sentinelas da Alma", Meimei/Francisco Cândido Xavier)

"UM SÓ PROBLEMA"


"Quando a ilusão nos colhe o espírito, impelindo-nos para amargosos desenganos,
evidentemente não nos é lícito lançar a responsabilidade integral do fracasso de nossa
expectativa sobre os outros, já que, no fundo, somos nós mesmos que nos deixamos
embair pela nossa própria super-estimação acerca de criaturas e circunstâncias.
* * *
Se a tentação nos apanha desprevenido, sacudindo-nos em rajadas de aflição, depois de
atirar-nos a despenhadeiros de remorso, não nos será possível atribuir a outrem a culpa
dos pesares que nos desajustam as províncias da alma e sim a nós, que não vigiamos
suficientemente a tranqüilidade de consciência.
* * *
Por trás do sofrimento a se nos originar do orgulho ferido, está simplesmente a paixão
pelas aparências a que ainda se nos afeiçoa o sentimento de superioridade ilusória.
* * *
Ante as nossas queixas, em torno da ingratidão, na essência existe apenas a
incompreensão que, por enquanto, nos assinala o modo de ser, a exigir dos
companheiros de experiência devoções e atitudes para as quais não se mostram ainda
amadurecidos ou indicados.
* * *
Empenhados ao azedume da crítica, debitamos semelhante perturbação tão-somente a
nós pela nossa incapacidade de avaliação do esforço alheio.
* * *
E sempre que tenhamos de alegar, enquanto na Terra, provas e inibições, obstáculos e
lutas que por vezes começam para nós do berço físico, o montante desses impedimentos
é a carga de sombra que trazemos em nós, por injunções da Contabilidade Divina,
transportada de existência para existência, assim como determinada conta é transferida
de livro para livro, na Contabilidade do Mundo, conforme os débitos que assumimos.
* * *
À vista disso, encontramos conosco um só problema fundamental - nós em nós mesmos.
Aprendamos a conhecer-nos e conheceremos os outros.
Retifiquemos a nossa vida por dentro de nós e a vida por fora se nos revelará sempre por
maravilha de Deus."

("Rumo Certo", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 29 de novembro de 2011

"VANTAGENS OCULTAS"



"Todos precisamos de reconforto nos dias de aflição.
Isso é justo.
Importa, entretanto, observar que a Divina Providência não nos envia dificuldades
sem motivo.
Entendendo-se que o Senhor não nos relega ás próprias fraquezas e nem permite
venhamos a carregar cruzes incompatíveis com as forças que nos caracterizam, fujamos
de buscar a consolação por flor estéril.
* * *
Aproveitemos a bonança que surge em nós habitualmente após a tormenta íntima para
fixarmos o valor que a experiência nos oferece.
Não nos propomos a louvar situações embaraçosas e nem a elogiar os fabricantes
de problemas, mas é preciso reconhecer as vantagens ocultas decorrentes das provações
que nos visitam.
Quem conseguiria configurar o abismo a que seríamos arrastados pelos caprichos,
aos quais muitas vezes nos entregamos, confiantemente, se a desilusão não viesse
despertar-nos?
Quem poderia medir os espinheirais de discórdia em que chafurdaríamos o espírito,
na equipe de trabalho a que pertencemos, se lutas e lágrimas sofridas em comum não
nos ensinassem o benefício do entendimento e da união?
* * *
Ingratidão, em muitas circunstâncias, é o nome da bênção com que a Infinita Bondade de
Deus nos afasta de ambientes determinados, a fim de que a cegueira não nos induza ao
desequilíbrio.
Obstáculo, no dicionário da realidade, em muitas ocasiões expressa apoio invisível
para que não descambemos na direção das trevas.
* * *
Nossas provas - nossas bênçãos.
* * *
Reflete nos males maiores que nos alcançariam fatalmente amanhã, se não fosse o
socorro providencial dos males menores de hoje, e reconhecerás que todo contratempo
aceito com paciência e serenidade é sempre toque do amor de Deus, alertando-nos o
coração e guiando-nos o caminho."

("Rumo Certo", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"COMEÇAR DE NOVO"



"Erros passados, tristezas contraídas, lágrimas choradas, desajustes crônicos!...
Às vezes, acreditas que todas as bênçãos jazem extintas, que todas as portas se
mostram cerradas à necessária renovação!...
Esqueces-te, porém, de que a própria sabedoria da vida determina que o dia se
refaça cada amanhã.
Começar de novo é o processo da Natureza, desde a semente singela ao gigante
solar.
Se experimentaste o peso do desengano, nada te obriga a permanecer sob a
corrente do desencanto. Reinicia a construção de teus ideais, em bases mais sólidas, e
torna ao calor da experiência, a fim de acalentá-los em plenitude de forças novas.
O fracasso visitou-nos em algum tenta-me de elevação, mas isso não é motivo
para desgosto e autopiedade, porquanto, freqüentemente, o malogro de nossos anseios
significa ordem do Alto para mudança de rumo, e começar de novo é o caminha para o
êxito desejado.
Temos sido desatentos, diante dos outros, cultivando indiferença ou ingratidão;
no entanto, é perfeitamente possível refazer atitudes e começar de novo a plantação da
simpatia, oferecendo bondade e compreensão àqueles que nos cercam.
Teremos perdido afeições que supúnhamos inalteráveis; todavia, não será justo,
por isso, que venhamos a cair em desânimo.
O tempo nos permite começar de novo, na procura das nossas afinidades
autênticas, aquelas afinidades suscetíveis de insuflar-nos coragem para suportar as
provações do caminho e assegurar-nos o contentamento de viver.
Desfaçamo-nos de pensamentos amargos, das cargas de angústia, dos
ressentimentos que nos alcancem e das mágoas requentadas no peito! Descerremos as
janelas da alma para que o sol do entendimento nos higienize e reaqueça a casa íntima.
Tudo na vida pode ser começado de novo para que a lei do progresso e de
aperfeiçoamento se cumpra em todas as direções.
Efetivamente, em muitas ocasiões, quando desprezamos as oportunidades e
tarefas que nos são concedidas na Obra do Senhor, voltamos tarde a fim de revisá-las e
reassumi-las, mas nunca tarde demais.l"

("Alma e Coração", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

"O PRÓXIMO"


"O próximo, em cada minuto, é aquele coração que se acha mais próximo do
nosso, por divina sugestão de amor no caminho da vida.
No lar, é a esposa e o esposo, os pais e os filhos, os parentes e os hóspedes.
No templo do trabalho comum, é o chefe e o subordinado, o cooperador e o
companheiro.
Na via pública, é o irmão ou o amigo anônimo que nos partilham a mesma
estrada e o mesmo clima.
Na esfera social, é a criança e o doente, o desesperado e o triste, as afeições e
os laços da solidariedade comum.
Na luta contundente do esforço humano, é o adversário e o colaborador, o
inimigo declarado ou oculto ou, ainda, o associado de ideais que nos surgem por
instrutores.
Em toda parte, encontrarás o próximo, buscando-te a capacidade de entender e
de ajudar.
Auxilia aos outros com aquilo que possuas de melhor.
Os santos e os heróis ainda não residem na Terra.
Somos espíritos humanos, mistos de luz e sombra, amor e egoísmo, inteligência
e ignorância.
Cada homem, na fase evolutiva em que nos encontramos, traz uma auréola
incompleta de rei e uma espada de tirano.
Se chamas o fidalgo, encontrarás um servidor.
Se procuras o guerreiro, terás um inimigo feroz pela frente.
Por isso mesmo, reafirmou Jesus o antigo ensinamento da Lei: - “ama o
próximo, como a ti mesmo”.
É que o espírito, quando ama verdadeiramente, encontra mil meios de auxiliar,
a cada instante, e o próximo, na essência, é o degrau que nos aparece diante do
coração, por abençoado caminho de acesso à Vida Celestial."

("Assim Vencerás", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"O MAIOR PROBLEMA"


"O homem é o centro.
O mundo é a periferia.
Todas as questões políticas e administrativas, todos os enigmas
sociólogos e passionais, que espalham na Terra as mais constrangedoras crises de
espíritos, dependem da solução de um problema único para serem convenientemente
decifrados – o problema do reajuste da nossa própria alma ante as Leis Divinas.
Não há um Mestre ausente da escola do mundo, mas sim aprendizes
que fogem indefinidamente à lição.
O Senhor não menospreza os tutelados que lhe aguardam a proteção,
mas como atender ao impositivo da comunhão se nos afastamos, sistematicamente,
d’Aquele que é a luz de nossos destinos?
Pulverizemos as cristalizações de egoísmo e orgulho, vaidade e revolta
que nos inibem a visão espiritual.
Desatulhemos o santuário íntimo, ocupado por inutilidades e ilusões e a
luz divina penetra-nos-á o coração, determinando novas atitudes à vida conscencial.
Somos, ainda, em nosso estágio evolutivo, quando confrontados com a
inteligência Perfeita que nos rege, humildes seres pensantes.
Ante a grandeza do Universo, as nossas limitações são comparáveis ás
que separam o verme da estrela.
Como penetrar nos domínios de Deus quando nos demoramos
imanizados à sombria concha do “eu?”
Com que títulos exigir novos planos do Amor Divino, se ainda
permanecemos em continuada recapitulação dos primários mandamentos da justiça
humanas?
Barro nas mãos sábias do oleiro, peçamos ao Senhor nos ajude a
suportar o fogo das experiências dolorosas e necessárias, a fim de que nosso espírito
adquira a luz indispensável para refletir a Eterna Sabedoria e, então, depois de liquidado
o escuro problema que somos nós, em nós mesmos, será lícito esperar, no mundo de
nossa alma, a luz da Alvorada Nova."

("Assim Vencerás", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 27 de novembro de 2011

"PÁGINA AOS JOVENS"


"Filhos, devotai-vos à seara espírita com o pensamento de que estareis
devotando-vos a vós mesmos, no labor que a Fé Raciocinada vos enseja na
presente encarnação.
Não malbarateis o tempo à vossa disposição, mas alicerçando, desde
agora, os valores imperecíveis da alma.
Cada minuto no corpo vos representa um investimento para o futuro -
investimento que vos renderá lucros de grande soma espiritual ou, ao contrário,
dividendos de frustração.
Cumpri com os vossos deveres familiares e sociais, mas não relegueis a
plano secundário as obrigações que vos competem no Espiritismo.
Não permitais que a alegação de fatalismo, por parte de quantos ainda
não vos compreendem o ideal, vos arrefeça o ânimo na tarefa.
Sem desrespeitar a crença dos vossos antepassados, perseverai no
caminho que fostes chamados a trilhar, possibilitando que, a partir de vós
mesmos, a vossa parentela consangüínea se liberte dos grilhões do preconceito.
Em vossas atividades doutrinárias, não desprezeis o concurso dos mais
velhos e não pretendais, de maneira afoita, o que necessita de obedecer ao
natural espírito de seqüência da Vida.
Convivei com os companheiros de vossa idade, procurando influenciálos
com os vossos bons exemplos.
Nada façais que, mais tarde, vos suscite arrependimento, inclusive
tomando cautela para que não venhais, depois, a inculpar a Doutrina por não
terdes vivido como vivem os jovens de vosso tempo.
O Espiritismo, na revivescência do Evangelho, a nada constrange os
seus adeptos, mas apenas os conscientiza da transitoriedade da vida que passa
no mundo com o seu cortejo de ilusões e frivolidades.
Amai a Doutrina, nela amando uma causa maior para a Humanidade.
Compreendei que vos achais engajados numa obra que transcende os
vossos interesses pessoais e imediatos.
Filhos, não vos esqueçais de que o Senhor pereceu relativamente jovem
na cruz, esperando contar com vosso vigor físico e com o vosso entusiasmo
juvenil no serviço do Evangelho."

("A Coragem da Fé", Bezerra de Menezes/Carlos A. Baccelli)

"ASSUNTO DE LIBERDADE"


"Para a liberdade foi que Cristo nos libertou.
Permanecei, pois, firmes e não vos submetais
de novo a jugo de servidão.
" - Paulo. (Gálatas, 5:1)

"Importante pensar como terá Jesus promovido a nossa libertação.
O divino Mestre não nos conclamou a qualquer reação contra os padrões administrativos na
movimentação da comunidade, nem desfraldou qualquer bandeira de reivindicações
exteriores.
Jesus unicamente obedeceu às Leis Divinas, fazendo o melhor da própria vida e do tempo
de que dispunha, em benefício de todos.
Terá tido lutas e conflitos no âmbito pessoal das próprias atividades.
Afeições incompreensíveis, companheiros frágeis, adversários e perseguidores não lhe
faltaram; nada disso, porém, fê-lo voltar-se contra a hierarquia ou contra a segurança da vida
comunitária.
Por fim, a aceitação da cruz lhe assinalou a obediência suprema às Leis de Deus.
Pensa nisto e compreendamos que o Cristo nos ensinou o caminho da libertação de nós
mesmos.
Dever observado e cumprido mede o nosso direito de agir com independência.
Não existe liberdade e respeito sem obrigação e desempenho.
Meditemos na lição para não cairmos de novo sob o antigo e pesado jugo de nossas
próprias paixões."

("Ceifa de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 26 de novembro de 2011

"NA PALAVRA E NA AÇÃO"


“E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do
Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” –
Paulo. (COLOSSENSES, 3:17.)

"Dizes-te cristão, declaras-te seguidor de Jesus, afirmas-te cultor do Evangelho...
Isso quer dizer que o nome do Senhor se encontra empenhado em tuas mãos.
Se buscamos o Cristo, decerto é necessário refleti-lo.
É imprescindível, assim, saibamos agir como se lhe fôssemos representantes fiéis, no
caminho em que estagiamos.
Lembra-te de semelhante obrigação e, cumprindo-a, libertar-te-ás com facilidade das
sombras que te atormentam a marcha.
Assevera-nos o Apóstolo: - “ e tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o
em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.”
Efetivamente, a palavra e os atos representam a força de exteriorização dos nossos
sentimentos e pensamentos.
O coração inspira o cérebro.O cérebro dirige a existência.
A emoção cria a idéia. A idéia plasma as ações.
É preciso, pois, sentir com Jesus para que aprendamos a raciocinar e a servir com ele.
Alguém nos sugere a extensão da maledicência, nas teias do julgamento precipitado? Há
quem nos chame à contemplação das chagas e cicatrizes alheias? Surgem desavenças e
mágoas em nosso campo de ação?
Usemos a palavra nos moldes do Benfeitor Sublime, ajudando para o bem de todos, entre
a bondade e o perdão.
Somos tentados ao revide por ofensas inesperadas? Sofremos preterição e calúnia,
apodo e perseguição? Padecemos íntimo desencanto ou desgostos e angústias no
templo familiar?
Usemos a conduta do Sublime Benfeitor, ajudando para o bem de todos, entre o perdão e
a bondade.
Seja onde for e com quem for, busca o lado luminoso das criaturas, mobilizando o amor
puro, a fim de que estejas em verdade na companhia do Excelso Cultivador, purificando a
eira do mundo.
Não basta declarar a nossa condição de aprendizes do Mestre dos mestres. É
indispensável estejamos realmente com ele, para com ele colaborar na construção da
Vida Melhor."

("Palavras da Vida Eterna", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

"ORAÇÃO E CURA"


Recorres à oração, junto desse ou daquele enfermo, e sofres, quando a
restauração parece tardia.
Entretanto, reflete na Lei Divina a que todos, obrigatoriamente, nos
entrosamos.
Isso não quer dizer devamos ignorar o martírio silencioso dos
companheiros em calamidade do campo físico.
Para tanto, seria preciso não haver sentimento.
Sabemos, sim, quanto dói seguir, noite a noite, a provação dos familiares,
em moléstias Irreversíveis; conhecemos, de perto, a angústia dos pais que
recolhem no coração o suplício dos filhinhos torturados no berço; partilhamos a
dor dos que gemem nos hospitais como sentenciados à pena última, e
assinalamos o tormento recôndito dos que fitam, inquietos, em doentes
amados, os olhos que se embaciam...
*
Observa, porém, o quadro escuro das transgressões humanas que nos
rodeiam.
Pensa nos crimes perfeitos que injuriam a Terra; na insubmissão dos que
se rendem às sugestões do suicídio, prejudicando os planos da Eterna
Sabedoria e criando aflitivas expiações para si mesmos; nos processos inconfessáveis
dos que usam a inteligência para agravar as necessidades dos
semelhantes e na ingratidão dos que convertem o próprio lar em reduto do
desespero e da morte...
Medita nos torvos compromissos dos que se acumpliciam agora com os
domínios do mal, e perceberás que a enfermidade é quase sempre o bem
exprimindo reajuste, sustando-nos a queda em delitos maiores.
*
Organizemos, assim, o socorro da oração, junto de todos os que padecem
no corpo dilacerado, mas, se a cura demora, jamais nos aflijamos.
Seja o leito de linho, de seda, palha ou pedra, a dor é sempre a mesma e a
prece, em toda parte, é bênção, reconforto, amparo, luz e vida.
Lembremo-nos, no entanto, de que lesões e chagas, frustrações e defeitos,
em nossa forma externa, são remedios da alma que nós mesmos pedimos à
farmácia de Deus.

("Seara dos Médiuns", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"AUTO-APRIMORAMENTO"


"Tanto quanto sustentamos confidências menos felizes com os outros, alimentamos
aqueles do mesmo gênero de nós para nós mesmos.
Como vencer os nossos conflitos interiores? De que modo eliminar as tendências menos
construtivas que ainda nos caracterizam a individualidade? - indagamo-nos.
De que modo esparzir a luz se muitas vezes ainda nos afinamos com a sombra?
E perdemos tempo longo na introspecção sem proveito, da qual nos afastamos
insatisfeitos ou tristes.
Ponderemos, entretanto que os doentes estivessem proibidos de trabalhar, segundo as
possibilidades que lhes são próprias, e se os benefícios da escola fossem vedados aos
ignorantes, não restaria à civilização outra alternativa que não a de se extinguir, deixandose
invadir pelos atributos da selva.
* * *
Felicitemo-nos pelo fato de já conhecer as nossas fraquezas e defini-las. Isso constitui um
passo muito importante no Progresso Espiritual, porque, com isso, já não mais ignoramos
onde e como atuar em auxílio da própria cura e burilamento.
Que somos espíritos endividados perante as Leis Divinas, em nos reportando a nós
outros, os companheiros em evolução na Terra, não padece dúvida.
Urge, porém, saber como facear construtivamente as necessidades e problemas do
mundo íntimo.
Reconhecemo-nos falhos, em nos referindo aos valores da alma, ante a Vida Superior,
mas abstenhamo-nos de chorar inutilmente no beco da auto piedade. Ao invés disso,
trabalhemos na edificação do bem de todos.
* * *
Cultura é a soma de lições infinitamente repetitivas no tempo.
Virtude é o resultado de experiências incomensuravelmente recapituladas na vida.
Jesus, O Mestre dos Mestres, apresenta uma chave simples para que se lhe identifiquem
os legítimos seguidores: “conhecê-los-eis pelos frutos”.
Observemos o que estamos realizando com o tesouro das horas e de que espécie são as
nossas ações, a benefício dos semelhantes. E, procurando aceitar-nos como somos, sem
subterfúgios ou escapatórias, evitemos estragar-nos com queixas e auto condenação,
diligenciando buscar, isto sim, agir, servir e melhorar-nos sempre.
Em tudo o que sentirmos, pensarmos, falarmos ou fizermos, doemos aos outros o melhor
de nós, porque Deus nos conhecerá pelos bons frutos que produzirmos."

("Rumo Certo", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

"AINDA"


"Efetivamente, você ainda não resplande tanto quanto a luz, mas pode acender
uma vela, afastando as sombras.
Não atingiu ainda os mais altos graus da sabedoria, no entanto, nada lhe
impede articular uma frase de encorajamento, em auxílio aos que sofrem.
Não possui ainda a paz invariável, entretanto, você detém a possibilidade de
fazer silêncio sobre o mal, afim de que o mal se transforme no bem, dentro do menor
prazo possível.
Não conquistou ainda a alegria permanente, todavia, consegue endereçar um
sorriso de simpatia aos que necessitam de esperança.
Não maneja ainda toda uma fortuna, de modo a construir, por si só, uma
instituição de beneficência, contudo, pode doar um pão ao companheiro desamparado.
É provável que você se afirme, sem qualquer condição para fazer isso, no
entanto, dispõe você do privilégio da ação. Trabalhando, você é capaz de servir e,
servindo aos outros, em qualquer situação e em qualquer tempo, você pode começar.
Procure agir no bem incessante e a alegria ser-lhe-á precioso salário."

("Endereços de Paz", André Luiz/Francisco Cândido Xavier)

"FOGO MENTAL"


"Reunião pública de 06.10.61
1ª. Parte, cap. IVI, Item 2"

"Fogo íntimo!... As consciências insensibilizadas no crime só lhe sentem as chamas quando
as entranhas do espírito se lhe contorcem ao peso; todavia, basta ligeira falta cometida para
que as almas retas lhe sofram as labaredas...
Figura-se látego mortífero, em agitação permanente, conquanto retido no coração,
imobilizando o pensamento no desespero.
Agrava-nos a inferioridade, devora-nos o tempo, dilapida-nos a esperança, consome-nos as
forças.
É como se, depois de atacar alguém, viéssemos a tombar no recesso de nós mesmos,
confundidos pelas pancadas que desferimos nos outros...
O remorso é esse fogo mental, diluindo a existência em suplício invisível.
Foge, assim, de ofender, pois, embora o perdão se erija qual remédio eficaz, na Misericórdia
Divina, para as doenças que levianamente criamos, é da própria Lei que, aos ferirmos
alguém, caiamos, por nossa vez, inevitavelmente entregues aos resultados de nossos
golpes, a fim de que sejamos também feridos."

("Justiça Divina", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

"O CANSAÇO"

"Quando te sintas sitiado pelo desfalecimento de forças ou o
cansaço se te insinue em forma de desânimo, pára um pouco e
refaze-te.
O cansaço é mau conselheiro.
Produz irritação ou indiferença, tomando as energias e exaurindo-
as.
Renova a paisagem mental, buscando motivação que te predisponha
ao prosseguimento da tarefa.
Por um momento, repousa, a fim de conseguires o vigor e o
entusiasmo para a continuidade da ação.
Noutra circunstância, muda de atividade, evitando a monotonia
que intoxica os centros da atenção e entorpece as forças.
Não te concedas o luxo do repouso exagerado, evitando tombar
na negligência do dever.
Com método e ritmo, conseguirás o equilíbrio psicológico de
que necessitas, para não te renderes à exaustão.
*
Jesus informou com muita propriedade, numa lição insuperável,
que “o Pai até hoje trabalha e eu também trabalho”, sem
cansaço nem enfado.
A mente renovada pela prece e o corpo estimulado pela consciência
do dever não desfalecem sob os fardos, às vezes, quase
inevitáveis do cansaço.
Age sempre com alegria e produze sem a perturbação que o
cansaço proporciona."

("Episódios Diários", Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco)

"RESPOSTAS DO ALTO"


"Existiu um homem que ansiava de tal modo encontrar o Cristo de Deus que foi
amplamente observado por Ele, passando a ser acompanhado por vários Mensageiros da
Vida Maior com especial atenção.
No afã de integrar-se no trabalho do Excelso Amigo, esmerou-se o devoto nas
petições.
Queria viver com Jesus, entregar-se a Jesus e interpretar Jesus... E propunha-se
a obter tudo isso com urgência.
Alvoroçado, notou que começava para ele longa série de surpresas.
Pediu saúde, a fim de agir com intensidade, mas a vida lhe trouxe a doença.
Rogou um corpo belo e atraente, no entanto, num momento difícil, foi
prejudicado no rosto, apresentando-se, desse modo, com a face deformada.
Solicitou dinheiro farto, entretanto, unicamente conseguiu o trabalho sacrificial
que lhe garantia a aquisição do extremamente necessário.
Quis formar um grupo de companheiro que lhe partilhassem as atividades na
lavoura do bem, contudo não apareceu ninguém que se dispusesse a segui-lo,
obrigando-se por isso, a sair sozinho para atender às súplicas de pessoas infelizes que
lhe rogavam o benefício da prece.
Insistiu, através de repetidas orações, para que o Céu lhe concedesse um clima
de paz que lhe facilitasse a execução e encargos determinados, mas viveu cercado de
perseguições e conflitos, perturbações e sarcasmos que lhe flagelavam a existência.
De corpo envelhecido, certo dia, viu a morte chegando, de manso, apagando-lhe
as pupilas.
Ele despertou do grande sono de que se via objeto e viu Jesus que o esperava.
O companheiro se desconcertou e falou, dizendo:
_ Senhor, desejei tanto servir-te, mas tudo em meu caminho terrestre me foi
contra. Qual teria sido, Senhor, a potestade das trevas que me atormentou a vida
inteira?
O Celeste Benfeitor, entretanto, esclareceu, com serenidade:
_ Fui eu mesmo quem te enviou a doença e a deformidade física, a pobreza e a
solidão...
_ E por quê? _ Suspirou o devoto recém-desencarnado.
Jesus, porém, respondeu com sabedoria:
_ Disseste tantas vezes que me desejavas a presença e a intimidade, a fim de
trabalharmos juntos que, sem os auxiliares aos quais te confiei, não conseguirias
caminhar com segurança, para doar-me à felicidade de conviver comigo."

(Meimei, na obra "Fé", Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier)

"ESCAMAS"



“E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e
recuperou a vista.”
(Atos, 9:18)

"A visita de Ananias a Paulo de Tarso, na aflitiva situação de Damasco,
sugere elevadas considerações.
Que temos sido nas sombras do pretérito senão criaturas recobertas de
escamas pesadas sob todos os pontos de vista? Não somente os olhos se cobriram de
semelhantes excrescências. Todas as possibilidades confiadas a nós outros hão sido
eclipsadas pela nossa incúria, através dos séculos. Mãos, pés, língua, ouvidos, todos
os poderes da criatura, desde milênios permanecem sob o venenoso revestimento da
preguiça, do egoísmo, do orgulho, da idolatria e da insensatez.
O socorro concedido a Paulo de Tarso oferece, porém, ensinamento
profundo. Antes de recebêlo,
o experseguidor
rendese
incondicionalmente ao
Cristo; penetra a cidade, em obediência à recomendação divina, derrotado e sozinho,
revelando extrema renúncia, onde fora aplaudido triunfador. Acolhido em
hospedaria singela, abandonado de todos os companheiros, confiou em Jesus e
recebeu-lhe
a sublime cooperação.
É importante notar, contudo, que o Senhor, utilizando a instrumentalidade
de Ananias, não lhe cura senão os olhos, restituindolhe
o dom de ver. Paulo sente
que lhe caem escamas dos órgãos visuais e, desde então, oferecendose
ao trabalho
do Cristo, entra no caminho do sacrifício, a fim de extrair, por si mesmo, as demais
escamas que lhe obscureciam as outras zonas do ser.
Quanto lutou e sofreu Paulo, a fim de purificar os pés, as mãos, a mente e o
coração?
Tratase
de pergunta digna de ser meditada em todos os tempos.
Não te esqueças, pois, de que na luta diária poderás encontrar os Ananias da
fraternidade, em nome do Mestre; aproximarseão,
compassivos, de tuas
necessidades, mas não olvides que o Senhor apenas permite que te devolvam os
olhos, a fim de que, vendo claramente, retifiques a vida por ti mesmo."

("Vinha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

"PETIÇÃO E RESPOSTA"


"Entre o pedido terrestre e o Suprimento Divino, é imperioso funcione a alavanca da
vontade humana, com decisão e firmeza, para que se efetive o auxílio solicitado.
Buscando as concessões do Céu, desistamos de lhes opor a barreira dos nossos
caprichos próprios.
* * *
Suplicamos no mundo: Senhor, dá-nos a paz.
Se persistimos, no entanto, a remoer conflito e ressentimento, cozinhando mágoas e
esquentando desarmonia, decerto que a tranqüilidade só encontrará caminho para morar
conosco, quando tivermos esquecido as farpas da dissensão.
* * *
Imploramos: Senhor, dá-nos saúde.
Se continuamos, porém, acalentando sintomas e solenizando quadros mentais
enfermiços, é indiscutível que o remédio só terá eficácia, em nosso auxílio, quando
estivermos decididos a liquidar com as idéias de lamentação e doença.
* * *
Pedimos: Senhor, dá-nos prosperidade.
Mas se teimamos em dilapidar o tempo, reclamando contra o destino e hospedando
chorosas rebeldias, é forçoso reconhecer que só adquiriremos progresso e reconforto,
quando largamos queixa e azedume, concentrando esforços em melhoria e trabalho.
* * *
Rogamos: Senhor, dá-nos compreensão.
Se prosseguirmos, entretanto, censurando e criticando os outros, a descortinar faltas
alheias, sem cogitar das próprias deficiências, é óbvio que só atingiremos a luz e a
segurança do entendimento, quando nos voltarmos sinceramente para dentro de nós
mesmos, verificando que somos tão humanos e tão falíveis quanto aqueles irmãos dos
quais nos julgávamos muito acima.
* * *
Confiemos em Deus e supliquemos o amparo de Deus, mas, se quisermos receber a
Bênção Divina, procuremos esvaziar o coração de tudo aquilo que discorde das nossas
petições, a fim de oferecer à Bênção Divina, clima de aceitação, base e lugar."

("Rumo Certo", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"TEU LUGAR"



"Surgem lances obscuros na existência, nos quais aflições dispensáveis nos
visitam o espírito, no pressuposto de que nos achamos fora do plano que nos é próprio.
Quiséramos impensadamente exercer a função de outrem, e ao mesmo tempo,
solicitar que outrem se encarregue da nossa.
Isso, porém, seria tumultuar a Ordem Divina.
Não ignoramos que os Emissários do Senhor nos conhecem de sobra aptidões e
recursos. Qual ocorre aos engenheiros responsáveis por edificações determinada, que
não instalariam o cimento em lugar do vidro, os Organizadores da Vida não nos
designariam posição estranha às nossas possibilidades de rendimento maior na
construção do Reino de Deus.
Dentro do assunto, não nos será lícito esquecer que a promoção é ocorrência
natural e elevar-nos de nível, mas promoção realmente aparece tão-só quando no
melhoramos conquistando degraus acima.
A rigor, porém, urge reconhecer que nos achamos agora precisamente no ponto
e no posto em que nos é possível produzir mais e melhor. A certeza disso nos fortalece a
noção de responsabilidade, porquanto, cientes de que a Eterna Sabedoria nos permitiu
desempenhar os encargos pelos quais respondemos perante os outros, podemos
centralizar atenção e força, onde estivemos, para doar o máximo de nós mesmos, na
máquina social de que somos peças.
Quando te ocorra o pensamento de que deverias ocupar outro ângulo no campo
da atividade terrestre, asserena o coração e continua fiel aos deveres que as
circunstâncias te preceituem, reconhecendo que, em cada dia, estamos na posição em
que a Bondade de Deus conta conosco para o bem geral. Desse modo, para que as tuas
horas se enriqueçam de paz e eficiência, no setor de ação que te cabe na Obra do
Senhor, se trazes a consciência tranqüila no desempenho das próprias obrigações, é
forçoso te capacites de que és hoje o que és e te vês com quem te vês, no quadro em
que te movimentas e na apresentação com que te singularizas, porque é justamente
como és, com quem estás no lugar em que te situas e claramente como te encontras,
que o Senhor necessita de ti."

("Alma e Coração", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

"MALES PEQUENINOS"



"Guardemos cuidado para com a importância dos males aparentemente
pequeninos.
Não é o aguaceiro que arrasa a árvore benemérita.
É a praga quase imperceptível que se lhe oculta no cerne.
Não é a selvageria da mata que dificulta mais intensamente o avanço do pioneiro.
É a pedra no calçado ou o calo no pé.
Não é a cerração que desorienta o viajor, antes as veredas que se bifurcam.
É a falta da bússola.
Não é a mordedura do réptil que extermina a existência de um homem.
É a diminuta dose de veneno que ele segrega.
Assim, na vida comum.
Na maioria das circunstâncias não são as grandes provações que aniquilam a
criatura e sim os males supostamente pequeninos, dos quais, muita vez, ela
própria escarnece, a se expressarem por ódio, angústia, medo e cólera, que se lhe
instalam, sorrateiramente, por dentro do coração."

(Albino Teixeira, na obra "Coragem", Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier)