sábado, 31 de dezembro de 2011

"DAR E FAZER"


"Se deixas o coração naquilo que dás e fazes, realmente ninguém poderá prever
os celeiros de bênçãos que te advirão de semelhante atitude.
Liquidarás o problema do companheiro em dificuldades materiais, no entanto, se
o abraças por irmão verdadeiro, auxiliar-lhe-ás o espírito desvencilhar-se das idéias de
penúria e inatividade, impelindo-o a tomar posição no trabalho digno. Desse ponto de
recuperação, seguirá ele para a ferem, com a tua bênção de fraternidade, e pessoa
alguma avaliará os frutos de progresso e alegria que os outros recolherão do teu
concurso inicial.
Visitarás o doente, emocionando-o com a tua prova de apreço, entretanto, se o
acolhes no íntimo, na condição de um ente querido, libertá-la-ás das idéias de desânimo
e abandono, restituindo-lhe a paz da alma. Desse marco de reajuste, avançará ele
caminho adiante e ainda quando continue assaltado por moléstia difícil, não conseguirás
calcular os frutos de paciência e conformidade que os outros recolherão de teu gesto
afetivo.
Se te limitas a pagar o salário estipulado em contrato ao cooperador que te
serve, doando-lhe dinheiro às mãos e secura ao coração, terás talvez para breve um
adversário potencial de tua obra.
Na escola, se te circunscreves ao programa estabelecido, ministrando aos
estudantes a aula de horário certo, sem enriquecê-la de bondade e compreensão, é
provável te faças acompanhar para logo, por toda uma classe constituída de alunos
rebeldes e repetentes.
Não nos referimos a isso para que se deva agir com irresponsabilidade.
Aspiramos a salientar que se quisermos auxiliar e construir, ao mesmo tempo, é preciso
colocar a própria alma naquilo que se concede e realiza.
Em suma, é importante tudo o que dás e fazes, no auxilio ao próximo; todavia,
é sempre mais importante para os outros e a favor de ti mesmo a maneira como dás isso
ou fazes aquilo, de vez que todo benefício sem amor é comparável ao poço raso, cujas
águas de ontem secam hoje por falta de vida e circulação."

("Alma e Coração", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

"DOENÇAS"


"Qualquer equipamento de uso, sofre os efeitos do tempo, o
desgaste dos serviços, os desajustamentos, caminhando para a
superação, o abandono...
O que hoje é de relevante importância, amanhã encontra-se
ultrapassado e, assim, sucessivamente.
O corpo humano, da mesma forma, não pode permanecer indene
às injunções naturais da sua aplicação e das finalidades a que
se destina.
Elaborado pelos atos pretéritos, é resistente ou frágil, conforme
o material com que foi constituído em razão dos valores
pertinentes a cada ser.
Muito justo, portanto, que enferme, se estropie, se desgaste e
morra.
Transitório, em razão da própria junção, é, todavia, abençoado
instrumento do progresso para o Espírito na sua marcha ascensional.
*
Chamado à reflexão, por esta ou aquela enfermidade, mantém-
te sereno.
Vitimado por uma ou outra mutilação, aprofunda o exame dos
teus valores íntimos e busca retirar da experiência as vantagens
indispensáveis.
Surpreendido pelos distúrbios da roupagem física ou da tecelagem
no sistema eletrônico do psiquismo, tenta controlá-los e,
mesmo lutando pela recuperação, mantém-te confiante.
Não te deixes sucumbir sob as injunções das doenças.
Através da mente sã reconquistarás o equilíbrio da situação. E
se fores atingido na área da razão, desde hoje entrega-te a Deus e
confia n’Ele.
A doença faz parte do processo normal da vida como parcela
integrante do fenômeno da saúde."

("Episódios Diários", Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco)

"ORAMOS"


"Senhor!
Não te pedimos a isenção das provas necessárias, mas apelamos para sua
misericórdia, a fim de que as nossas forças consigam superá-las. Não te rogamos
a supressão dos problemas que nos afligem a estrada; no entanto, esperamos o
apoio do teu amor, para que lhes confiramos a devida solução com base em
nosso próprio esforço.
Não te solicitamos o afastamento dos adversários que nos entravam os passos e
obscurecem o caminho; todavia, contamos com o teu amparo de modo que
aprendamos a acatá-los, aproveitando-lhes o concurso.
Não te imploramos imunidades contra as desilusões que porventura nos firam,
mas exortamos o teu auxílio a fim de que lhes aceitemos sem rebeldia a função
edificante e libertadora,
Não te suplicamos para que se nos livre o coração de penas e lágrimas; contudo,
rogamos à tua benevolência para que venhamos a sobre estar-lhes o amargor,
assimilando-lhes as lições!!..
Senhor, que saibamos agradecer a tua proteção e a tua bondade nas horas de
alegria e de triunfo; entretanto, que nos dias de aflição e de fracasso, possamos
sentir conosco a luz de tua vigilância e de tua benção!.."

(Emmanuel, na obra "Coragem", Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

"A AMIZADE REAL"


"Um grande senhor que soubera amontoar sabedoria, além da riqueza,
auxiliava diversos amigos pobres, na manutenção do bom ânimo, na luta pela
vida.
Sentindo-se mais velho, chamou o filho à cooperação. O rapaz deveria
aprender com ele a distribuir gentilezas e bens.
Para começar, enviou-o à residência de um companheiro de muitos anos,
ao qual destinava trezentos cruzeiros mensais.
O jovem seguiu-lhe as instruções.
Viajou seis quilômetros e encontrou a casa indicada. Contrariando-lhe a
expectativa, porém, não encontrou um pardieiro em ruínas. O domicílio, apesar
de modesto, mostrava encanto e conforto. Flores perfumavam o ambiente e
alvo linho vestia os móveis com beleza e decência.
O beneficiário de seu pai cumprimentou-o, com alegria efusiva, e, depois
de inteligente palestra, mandou trazer o café num serviço agradável e distinto.
Apresentou-lhe familiares e amigos que se envolviam, felizes, num halo enorme
de saúde e contentamento.
Reparando a tranquilidade e a fartura, ali reinantes, o portador regressou
ao lar, sem entregar a dádiva.
— Para quê? — confabulava consigo mesmo — aquele homem não era um
pedinte. Não parecia guardar problemas que merecessem compaixão e
caridade. Certo, o genitor se enganara.
De volta, explicou ao velho pai, partícularizadamente, quanto vira,
restituindo-lhe a importância de que fora emissário.
O ancião, contudo, após ouvi-lo calmamente, retirou mais dinheiro da
bolsa, dobrou a quantia e considerou:
— Fizeste bem, tornando até aqui. Ignorava que o nosso amigo estivesse
sob mais amplos compromissos. Volta à residência dele e, ao invés de
trezentos, entrega-lhe seiscentos cruzeiros, mensalmente, em meu nome, de
ora em diante. A sua nova situação reclama recursos duplicados.
— Mas, meu pai — acentuou o moço —, não se trata de pessoa em posição
miserável.
Ao que suponho, o lar dele possui tanto conforto, quanto o nosso.
Folgo bastante com a noticia — exclamou o velho.
E, imprimindo terna censura à voz conselheiral, acrescentou:
— Meu filho, se não é lícito dar remédio aos sãos e esmolas aos que não
precisam delas, semelhante regra não se aplica aos companheiros que Deus
nos confiou. Quem socorre o amigo, apenas nos dias de extremo infortúnio,
pode exercer a piedade que humilha ao invés do amor que santifica. Quem
espera o dia do sofrimento para prestar o favor, muita vez não encontrará
senão silêncio e morte, perdendo a melhor oportunidade de ser útil. Não
devemos exigir que o irmão de jornada se converta em mendigo, a fim de
parecermos superiores a ele, em todas as circunstâncias. Tal atitude de nossa
parte representaria crueldade e dureza. Estendamos-lhe nossas mãos e
façamo-lo subir até nós, para que nosso concurso não seja orgulho vão. Toda
gente no mundo pode consolar a miséria e partilhar as aflições, mas raros
aprendem a acentuar a alegria dos entes amados, multiplicando-a para eles,
sem egoísmo e sem inveja no coração. O amigo verdadeiro, porém, sabe fazer
isto. Volta, pois, e atende ao meu conselho para que nossa afeição constitua
sementeira de amor para a eternidade. Nunca desejei improvisar necessitados,
em torno de nossa porta e, sim, criar companheiros para sempre.
Foi então que o rapaz, envolvido na sabedoria paterna, cumpriu quanto lhe
fora determinado, compreendendo a sublime lição de amizade real."

("Alvorada Cristã", Neio Lúcio/Francisco Cândido Xavier)

"ESCOLA DA BÊNÇÃO"


"Cap. XV – Item 4"

"Sofres cansaço da vida, dissabores domésticos, deserção de
amigos, falta de alguém...
Por isso, acordaste sem paciência, tentando esquecer.
Procuraste espetáculos públicos que te não distraíram e usaste
comprimidos repousantes que não te anestesiaram o coração.
Entretanto, para teu reconforto, pelo menos uma vez por semana,
sai de ti mesmo e busca na caridade a escola da bênção.
Em cada compartimento aprenderás diversas lições ao contacto
daqueles que lêem na cartilha das dores que desconheces.
Surpreenderás o filme real da angústia no martírio silencioso
dos que jazem num catre de espinhos, sem se queixarem, e a emocionante
novela das mães sozinhas que ofertam, gemendo, aos
filhos nascituros a concha do próprio seio como prato de lágrimas.
Fitarás homens tristes, suando penosamente por singela fatia
de pão, como atletas perfeitos do sofrimento, e os que disputam
valorosamente com os animais um lugar de repouso ao pé de ruínas
em abandono.
Observarás, ainda mais, os paralíticos que sonham com a alegria
de se arrastarem, os que se vestem de chagas esfogueantes,
suplicando um momento de alívio, os que choram mutilações trazidas
do berço e os que vacilam, desorientados, na noite total da
loucura.
Ver-te-ás, então, consolado, estendendo consolo, e, ajustado a
ti mesmo, volverás ao conforto da própria casa, murmurando, feliz:
– Obrigado, meu Deus!"

(Meimei, na obra "O Espírito da Verdade", Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

"SIMPATIA"


"Ninguém é tão indigente que não possa algo oferecer de si próprio, na formação
do tesouro da simpatia com que adquirirá a vitória na tarefa a que foi chamado no
mundo...
Um sorriso de bom ânimo...
Uma frase de carinho...
Uma prece espontânea...
Uma fatia de pão...
O servicinho aparentemente sem importância...
Uma página confortadora...
Um bilhete fraterno...
Um olhar de compreensão...
Uma visita afetuosa...
Uma boa palavra...
Uma gota de remédio...
Uma flor pobre e humilde...
Uma simples conversação...
Um copo de água fria...
Um gesto de generosidade silenciosa...
Nem sempre possuímos a bolsa farta, susceptível de garantir a longa despesa ;
entretanto, a bênção d,a amizade que suporta e ajuda, que ampara e incentiva o bem, é
recurso que sobra invariavelmente no cofre vivo e milagroso da boa vontade...
Esqueçamos os pequeninos defeitos do próximo, para que as nossas grandes
falhas sejam toleradas e esquecidas.
A plantação da simpatia é o único procedo de estimular a colheita da verdadeira
fraternidade.
Ninguém é tão intensamente mau que te não possa ouvir, de algum modo, a
mensagem de amor...
Faze, pois, subir a luz do teu coração ao cérebro, e a tua palavra conseguirá
realizar com a simpatia a sementeira de felicidade que nenhum dinheiro do mundo pode
outorgar."

(Emmanuel, na obra "Correio Fraterno", Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier)

"NO REINO DA AÇÃO"


"Cap. X – Item 1"

"Não condene.
Ajude ao outro.
Cultive serenidade.
Use os próprios recursos para fazer o bem.
Proceda com bondade, sem exibição de virtude.
Seja qual for o problema, faça o melhor que você puder.
Não admita a supremacia do mal.
Fuja de todo pensamento, palavra, atitude ou gesto que possam
agravar as complicações de alguém.
Ouça com paciência e fale amparando.
Recorde que amanhã você talvez esteja precisando também de
auxilio e, em toda situação indesejável, mesmo que o próximo
demonstre necessidade de reprimenda, observe, conforme a lição
de Jesus, se você está em condições de atirar a pedra."

(André Luiz, na obra "O Espírito da Verdade", Vários Espíritos/Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

"AGRUPAMENTOS ESPÍRITAS"


"Os agrupamentos espiritistas necessitam entender que o seu aparelhamento não pode
ser análogo ao das associações propriamente humanas.
Um grêmio espírita cristão deve ter, mais que tudo, a característica familiar, onde o amor
e a simplicidade figurem na manifestação de todos os sentimentos.
Em uma entidade doutrinária, quando surgem as dissensões e lutas internas, revelando
partidarismos e hostilidades, é sinal de ausência do Evangelho nos corações,
demonstrando-se pelo excesso de material humano e pressagiando o naufrágio das
intenções mais generosas.
Nesses núcleos de estudo nenhuma realização se fará sem fraternidade e humildade
legítimas, sendo imprescindível que todos os companheiros, entre si, vigiem na boa
vontade e na sinceridade, a fim de não transformarem a excelência de seu patrimônio
espiritual numa reprodução dos conventículos católicos, inutilizados pela intriga e pelo
fingimento."

(Emmanuel, na obra "Educandário de Luz", Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier)

"A ARMA INFALÍVEL"


"Certo dia, um homem revoltado criou um poderoso e longo pensamento de
ódio, colocou-o numa carta rude e malcriada e mandou-o para o chefe da
oficina de que fora despedido.
O pensamento foi vazado em forma de ameaças cruéis. E quando o diretor
do serviço leu as frases ingratas que o expressava, acolheu-o, desprevenidamente,
no próprio coração, e tornou-se furioso sem saber porquê.
Encontrou, quase de imediato, o sub-chefe da oficina e, a pretexto de enxergar
uma pequena peça quebrada, desfechou sobre ele a bomba mental que trazia
consigo.
Foi a vez do sub-chefe tornar-se neurastênico, sem dar o motivo. Abrigou a
projeção maléfica no sentimento, permaneceu amuado várias horas e, no
instante do almoço, ao invés de alimentar-se, descarregou na esposa o
perigoso dardo intangível. Tão só por ver um sapato imperfeitamente
engraxado, proferiu dezenas de palavras feias; sentiu-se aliviado e a mulher
passou a asilar no peito a odienta vibração, em forma de cólera inexplicável.
Repentinamente transtornada pelo raio que a ferira e que, até ali, ninguém
soubera remover, encaminhou-se para a empregada que se incumbia do
serviço de calçados e desabafou. Com palavras indesejáveis inoculou-lhe no
coração o estilete invisível.
Agora, era uma pobre menina quem detinha o tóxico mental. Não podendo
despejá-lo nos pratos e xícaras ao alcance de suas mãos, em vista do enorme
débito em dinheiro que seria compelida a aceitar, acercou-se de velho cão,
dorminhoco e paciente, e transferiu-lhe o veneno imponderável, num pontapé
de largas proporções.
O animal ganiu e disparou, tocado pela energia mortífera, e, para livrar-se
desta, mordeu a primeira pessoa que encontrou na via pública.
Era a senhora de um proprietário vizinho que, ferida na coxa, se enfureceu
instantânea-mente, possuída pela força maléfica. Em gritaria desesperada, foi
conduzida a certa farmácia; entretanto, deu-se pressa em transferir ao enfermeiro
que a socorria a vibração amaldiçoada. Crivou-o de xingamentos e
esbofeteou-lhe o rosto.
O rapaz muito prestativo, de calmo que era, converteu-se em fera
verdadeira. Revidou os
golpes recebidos com observações àsperas e saiu, alucinado, para a
residência, onde a velha e devotada mãezinha o esperava para a refeição da
tarde. Chegou e descarregou sobre ela toda a ira de que era portador.
— Estou farto! — bradou — a senhora é culpada dos aborrecimentos que
me perseguem! Não suporto mais esta vida infeliz! Fuja de minha frente!...
Pronunciou nomes terríveis. Blasfemou. Gritou, colérico, qual louco.
A velhinha, porém, longe de agastar-se, tomou-lhe as mãos e disse-lhe
com naturalidade e brandura:
— Venha cá, meu filho! Você está cansado e doente! Sei a extensão de
seus sacrifícios por mim e reconheço que tem razão para lamentar-se. No
entanto, tenhamos bom ânimo! Lembremo-nos de Jesus!... Tudo passa na
Terra. Não nos esqueçamos do amor que o Mestre nos legou...
Abraçou-o, comovida, e afagou-lhe os cabelos!
O filho demorou-se a contemplar-lhe os olhos serenos e reconheceu que
havia no carinho materno tanto perdão e tanto entendimento que começou a
chorar, pedindo-lhe desculpas.
Houve então entre os dois uma explosão de íntimas alegrias. Jantaram
felizes e oraram em sinal de reconhecimento a Deus.
A projeção destrutiva do ódio morrera, afinal, ali, dentro do lar humilde,
diante da força infalível e sublime do amor."

("Alvorada Cristã", Neio Lúcio/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

"PASSO ACIMA"


"Burilamento moral e prática do bem constituem o clima da caminhada para a
frente, no Reino do Espírito, mas não podemos esquecer que todo obstáculo é marcador
de oportunidade do passo acima, na senda da elevação.
Na escola, forma-se o aluno, teste a teste, para que se lhe garanta o
aprendizado cultural.
No educandário da vida, o espírito, de prova em prova, adquire o mérito
indispensável para a escalada evolutiva.
Toda lição guarda objetivo nobilitante, que se deve alcançar, através do estudo.
Qualquer dificuldade, por isso, se reveste de valor espiritual, que precisamos
saber extrair para que faça acompanhar do proveito justo.
Em qualquer estabelecimento de ensino, variam as matérias professadas.
Em toda a existência, as instruções se revelam com caráter diverso.
É assim que a hora do passo acima nos surge à frente, com expressões sempre
novas, possibilitando-nos a assimilação de qualidades superiores, em todos os sentidos.
Tentação, ― degrau de acesso à fortaleza espiritual.
Ofensa recebida, ― ocasião de ganhar altura pela trilha ascendente do perdão.
Violência que nos fira ― ensejo para a aquisição de humildade.
Sofrimento ― vereda para a obtenção de paciência.
Necessidade no próximo significado em nós o impositivo da prestação de
serviço.
Quando a incompreensão ou a intolerância repontam nos outros, terá chegado
para nós o dia de entendimento e serenidade.
Não te revoltes, nem te abatas, quando atribulações te visitem. Desespero e
rebeldia, além de gerarem conflito e lágrimas, são das respostas mais infelizes que
podemos dar aos desafios edificantes da vida.
Deus não nos confiaria problemas, se os nossos problemas não nos fossem
necessários.
Todo tempo de aflição é tempo do passo acima. De nós depende permanecer
acomodados à sombra ou avançar, valorosamente, para a obtenção de mais luz."

("Alma e Coração", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"SERENIDADE SEMPRE"


"Todo homem sábio é sereno.
A serenidade é conquista que se consegue a esforço pessoal e
passo a passo.
Pequenos desafios que são superados; irritação que se faz
controlada; desajustes emocionais corrigidos; vontade bem direcionada;
ambição freada, são experiências para a aquisição da
serenidade.
Um Espírito sereno já se encontrou consigo próprio, sabendo
o que, exatamente, deseja da vida.
A serenidade harmoniza, exteriorizando-se de forma agradável
para os circunstantes.
Inspira confiança, acalma e propõe afeição.
O homem sereno já venceu grande parte da luta.
*
Que nenhuma agressão exterior te perturbe, levando-te à irritação,
ao desequilíbrio.
Mantém-te sereno em todas as realizações.
A tua paz é moeda arduamente conquistada, que não deves atirar
fora por motivos irrelevantes.
Os tesouros reais, de alto valor, são aqueles de ordem íntima,
que ninguém toma, jamais se perdem e sempre seguem com a
pessoa.
Tua serenidade, tua gema preciosa."

("Episódios Diários", Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco)

domingo, 25 de dezembro de 2011

"NO CAMPO DO ESPÍRITO"


"Reunião pública de 1-5-61.
1ª Parte, cap. VII, § 30."


"Afirmas a sincera disposição de buscar a Esfera Superior, entretanto...
Surpreendeste lutas enormes, no próprio lar, onde os mais amados te sonegam entendimento;
observaste a queda dos melhores companheiros que te exercitavam na elevação; recebeste a lama
da calúnia sobre as mãos limpas; viste amigos queridos dependurarem-te o nome no varal da
suspeita; notaste que as tuas mais belas palavras rolaram no gelo da indiferença; recolheste escárnio
em troca de amor...
Todos esses problemas, no entanto, são desafios da vida a te pedirem trabalho.
Seja qual seja a dificuldade, não acuses, nem desanimes.
No campo do espírito, a injuria é lodo verbal.
Queixa é semente morta.
Reclamação é fuga estudada.
Censura é ponta de espinho.
Melindre é praga destruidora.
Irritação é tempo perdido.
Ideal inoperante é água parada.
Desalento é ramo seco.
Ninguém avança sem movimento.
Não há evolução, nem resgate, sem ação.
Evolução é suor indispensável.
Resgate é suor necessário com o pranto da consciência.
Nossas dores respondem, assim, pelas falhas que demonstremos ou pelas culpas que contraímos.
A Lei estabelece, porém, que as provas e as penas se reduzam, ou se extingam, sempre que o
aprendiz do progresso ou o devedor da justiça se consagre às tarefas do bem, aceitando,
espontaneamente, o favor de servir e o privilégio de trabalhar."

("Justiça Divina", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"O PROBLEMA"


"Em todos os desajustes humanos e em todas as calamidades sociais que
atormentam o mundo, é imperioso não esquecer que o problema essencial somos ainda
nós mesmos.
O lar, em verdade, é sublime organização que assegura as bênçãos da vida,
mas se os cônjuges responsáveis por seus fundamentos não abraçam o sacrifício, na
edificação dos próprios filhos, o instituto doméstico será tão somente um asilo de corpos
em trânsito para a incessante renovação.
O templo é obra celeste no chão planetário objetivando a elevação da criatura;
entretanto, se o sacerdote chamado a conduzi-lo não sabe renunciar, a favor dos outros,
em vão se erguem altares e se improvisam sermões.
O educandário é uma casa de luz nas sombras da Terra; contudo, se o professor
trazido a valorizá-lo não sabe sofrer pela felicidade dos aprendizes, debalde enfileirar-seão
monumentos e programas de ensino.
O tribunal é um santuário para a manifestação da justiça; no entanto, se o
magistrado que lhe preside as ações não se honra no culto da reta consciência,
inutilmente surgirão leis e processos para a exaltação do equilíbrio.
O hospital é refúgio santo destinado ao socorro da Humanidade enfermiça, mas
se o médico responsável por sua manutenção foge ao espírito de serviço, sem qualquer
proveito aparecerão remédios e tratamentos.
O campo é o celeiro vivo do pão que sustenta a mesa; todavia, se o lavrador
chamado a sulcá-lo deserta do suor e da enxada, com que lhe cabe nutri-lo, em vão o
milagre das sementes se repetirá sob a inspiração da Divina Bondade, em favor da
carência humana.
Em todo problema aflitivo da Terra, portanto, lembremo-nos de que a solução
do progresso e da paz principia em nós, de vez que realmente a ordem é de todos e a
felicidade é felicidade geral, quando a ordem e a felicidade começam em cada um."

(Emmanuel, na obra "Correio Fraterno", Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 24 de dezembro de 2011

"OBSESSÃO E JESUS"


"Reunião pública de 4/3/60
Questão nº 237"

"Cristãos eminentes, em variadas escolas do Evangelho, asseveram na
atualidade que o problema da obsessão teria nascido no culto da mediunidade,
à luz da Doutrina Espírita, quando a Doutrina Espírita é o recurso para a
supressão do flagelo.
Malham médiuns, fazem sarcasmo, condenam a psicoterapia em favor dos
desencarnados sofredores e, por vezes, atingem o disparate de afirmar que a
prática medianímica estabelece a loucura.
Esquecem-se, no entanto, de que a vida de Jesus, na Terra, foi uma
batalha constante e silenciosa contra obsessões, obsidiados e obsessores.
O combate começa no alvorecer do apostolado divino.
Depois da resplendente consagração na manjedoura,
o Mestre encontra o primeiro grande obsidiado na pessoa
de Herodes, que decreta a matança de pequeninos, com
o objetivo de aniquilá-lo.
Mais tarde, João BatIsta, o companheiro de eleição que vem ao mundo
secundar-lhe a obra sublime, sucumbe degolado, em plena conspiração de
agentes da sombra.
Obsessores cruéis não vacilam em procurá-lo, nas orações do deserto,
verificando-lhe os valores do sentimento.
A cada passo, surpreende Espíritos infelizes senhoreando médiuns
desnorteados.
O testemunho dos apóstolos é sobej amente inequívoco.
Relata Mateus que os obsidiados gerasenos chegavam a ser ferozes;
refere-se Marcos ao obsidiado de Cafarnaum, de quem desventurado obsessor
se retira clamando contra o Senhor em grandes vozes; narra Lucas o episódio
em que Jesus realiza a cura de um jovem lunático, do qual se afasta o
perseguidor invisível, logo após arrojar o doente ao chão, em convulsões
epileptóides; e reporta-se João a israelitas positivamente obsidiados, que apedrej
am o Cristo, sem motivo, na chamada Festa da Dedicação.
Entre os que lhe comungam a estrada, surgem obsessões e psicoses
diversas.
Maria de Magdala, que se faria a mensageira da ressurreição, fora vitima de
entidades perversas.
Pedro sofria de obsessão periódica.
Judas era enceguecido em obsessão fulminante.
Caifás mostrava-se paranóico.
Pilatos tinha crises de medo.
No dia da crucificação, vemos o Senhor rodeado por obsessões de todos os
tipos, a ponto de ser considerado, pela multidão, inferior a Barrabás, malfeitor e
obsesso vulgar.
E, por último, como se quisesse deliberadamente legar-nos preciosa lição de
caridade para com os alienados mentais, declarados ou não, que enxameiam
no mundo, o Divino Amigo prefere partir da Terra na intimidade de dois ladrões,
que a Ciência de hoje classificaria por cleptomaníacos pertinazes."

("Seara dos Médiuns", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"CHEFIA E SUBALTERNIDADE"


"Não olvidar que o chefe é aquela pessoa que se responsabiliza pelo
trabalho da equipe.
A melhor maneira de reverenciar a quem dirige, será sempre a
execução fiel das próprias obrigações.
Quem administra efetivamente precisa da colaboração de quem
obedece, mas se quem obedece necessita prestar atenção e respeito
a quem administra, quem administra necessita exercer bondade e
compreensão para quem obedece, a fim de que a máquina do
trabalho funcione com segurança.
Orientar é devotar‐se.
Aquele que realmente ensina éaquele que mais estuda.
Um chefe nã tem obrigaçã de revelar ao subordinado os
problemas que lhe preocupam o céebro, tanto quanto o
subordinado nã tem o dever de revelar ao chefe os problemas que
porventura carregue no coração."

("Agenda Cristã", André Luiz/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

"AÇÃO DE GRAÇAS"


"Tomou o cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos,
dizendo: Bebei dele todos”. (MATEUS, 26:27).

"No mundo, as festividades gratulatórias registram invariavelmente os triunfos
passageiros da experiência física.
Lautos banquetes comemoram reuniões da família consangüínea, músicas alegres
assinalam o término de contendas na justiça dos homens, nas quais, muitas vezes, há
vítimas ignoradas, soluçando na sombra.
Com JESUS, no entanto, vemos um ato de ação de graças que parece estranho à
primeira vista.
O Mestre Divino ergue hosanas ao Pai, justamente na hora em que vai partir ao
encontro do sacrifício supremo.
Conhecerá desoladora solidão no Jardim das Oliveiras...
Padecerá injuriosa prisão...
Meditará na incompreensão de Judas...
Ver-se-á negado por Simão Pedro...
Experimentará o escárnio público...
Será preterido por Barrabás, o delinqüente infeliz...
Sorverá fel, sob a coroa de espinhos...
Recolherá o abandono e o insulto.
Sofrerá injustificável condenação...
E receberá a morte na cruz entre dois malfeitores...
Entretanto, agradece...
É que na lógica do senhor, acima de tudo, brilham os valores eternos do espírito.
O CRISTO louva o Todo-Misericordioso pela oportunidade de completar com
segurança o seu Divino Apostolado na Terra, rendendo graças pela confiança com que o
Pai o transforma em exemplo vivo para a redenção das criaturas humanas, embora essa
redenção lhe custe martírio e flagelação, suor e lágrimas.
Não te percas desse modo, em lances festivos sobre pretensas conquistas na carne
que a morte confundirá hoje ou amanhã, mas, no turbilhão da luta que santifica e
aperfeiçoa, saibamos agradecer os recursos com que Deus nos aprimora para a beleza
da luz e para a glória da vida."

("Palavras da Vida Eterna", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)