segunda-feira, 21 de maio de 2012

"UM SÓ PROBLEMA"



"Quando a ilusão nos colhe o espírito, impelindo-nos para amargosos desenganos,

evidentemente não nos é lícito lançar a responsabilidade integral do fracasso de nossa

expectativa sobre os outros, já que, no fundo, somos nós mesmos que nos deixamos

embair pela nossa própria super-estimação acerca de criaturas e circunstâncias.

* * *

Se a tentação nos apanha desprevenido, sacudindo-nos em rajadas de aflição, depois de

atirar-nos a despenhadeiros de remorso, não nos será possível atribuir a outrem a culpa

dos pesares que nos desajustam as províncias da alma e sim a nós, que não vigiamos

suficientemente a tranqüilidade de consciência.

* * *

Por trás do sofrimento a se nos originar do orgulho ferido, está simplesmente a paixão

pelas aparências a que ainda se nos afeiçoa o sentimento de superioridade ilusória.

* * *

Ante as nossas queixas, em torno da ingratidão, na essência existe apenas a

incompreensão que, por enquanto, nos assinala o modo de ser, a exigir dos

companheiros de experiência devoções e atitudes para as quais não se mostram ainda

amadurecidos ou indicados.

* * *

Empenhados ao azedume da crítica, debitamos semelhante perturbação tão-somente a

nós pela nossa incapacidade de avaliação do esforço alheio.

* * *

E sempre que tenhamos de alegar, enquanto na Terra, provas e inibições, obstáculos e

lutas que por vezes começam para nós do berço físico, o montante desses impedimentos

é a carga de sombra que trazemos em nós, por injunções da Contabilidade Divina,

transportada de existência para existência, assim como determinada conta é transferida

de livro para livro, na Contabilidade do Mundo, conforme os débitos que assumimos.

* * *

À vista disso, encontramos conosco um só problema fundamental - nós em nós mesmos.

Aprendamos a conhecer-nos e conheceremos os outros.

Retifiquemos a nossa vida por dentro de nós e a vida por fora se nos revelará sempre por

maravilha de Deus."

("Justiça Divina", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

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