"A vida moderna, com todas as suas complexas engrenagens, exige do homem uma permanente vigília.
Trânsito
e obrigações domésticas, cuidado com a saúde e atenção no trabalho,
lazer e compromissos sociais, estudo e atividades extra-classe são
alguns dos inumeráveis impositivos a que ele se vê submetido, a fim de
crescer e desenvolver-se na comunidade.
Pressões
psicológicas e econômicas geram ansiedades e produzem inquietações,
impondo-lhe a vigilância dinâmica, de modo a evitar-se os desmandos, a
queda nas depressões ou o desbordamento de paixões mais violentas.
O
medo, que se generaliza, e as necessidades da defesa pessoal como dos
bens, as incertezas sobre o futuro, numa hora de graves
responsabilidades, necessitam da vigilância que bem oriente e equilibre,
poupando-o à derrocada emocional e moral.
As
conquistas tecnológicas de alto realce, por um lado, promovem o
desenvolvimento das comunidades, todavia, as altas cargas de informações
e recursos massificadores exigem que a vigilância resguarda a casa
mental da criatura, evitando os desconcertos que já se generalizam.
Em toda parte, o homem ativo é concitado ao dinamismo, que somente a vigilância oferece com correção e harmonia.
Como
conseqüência, nas pausas entre uma e outra atividade, diminui a tensão,
e o corpo se amolenta, entorpecendo-se, em estados de sonolência e
indisposição.
Dorme-se,
então, nas conduções, nos teatros e cinemas, diante dos televisores
ligados, em conferências e palestras, nos cultos religiosos, nas
reuniões mediúnicas...
Resguarda-te
do sono pernicioso, nos momentos de prece e reflexão, nos interregnos
que dedicas às atividades de renovação emocional, cultural e espiritual.
Especificamente,
nas realizações, espíritas, predispõe-te, pelo exercício mental, à
vigília, de modo a evitar a intoxicação psíquica, que obnubila a lucidez
e anula o programa de elevação a que te propões.
Repousa
maior número de horas à véspera, como medida acautelatória; disciplina a
vontade, fixando as idéias positivas e otimistas; faze uma pausa,
quando possível, antes do trabalho a que te filias, no campo da
mediunidade; acompanha as dissertações e diálogos com participação
emocional e fraterna;treina a vigília, sem te entregares...
Lograrás êxito, se atenderes a algumas destas sugestões.
O
sono, que te bloqueia a mente, durante as realizações espirituais,
coloca-te ausente delas, embora ouças o que sucede, supondo-te presente
às mesmas, no entanto, sem participação.
É indispensável a tua contribuição ativa.
Em
alguns casos, este estado de anulação pelo sono resulta de
interferência espirituais de que não te dás conta, numa planificação bem
urdida para nefastos resultados a largo prazo.
Recorre,
por fim, quando não logres, pessoalmente, a vigília, ao auxílio de
algum companheiro, submetendo-te ao passe renovador, de utilidade
inconteste.
No
momento dos testemunhos de que Jesus nos deu soberanas lições, no
Getsêmani, enquanto orava e suava sangue, não obstante houvesse
solicitado aos discípulos que vigiassem o orassem, mais de uma vez que
foi ter com eles, encontrou-os a dormir...
Vigília, portanto, em todas as horas, a fim de não tombares na tentação do sono injustificável e prejudicial."
"Responsabilidade", Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco
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