"O processo da reencarnação está a exigir estudos acurados por embriogenistas, biólogos e psicólogos, de modo a poderem penetrar nos seus meandros, que lhes permanecem ignorados, o que dá margem, nessas áreas de estudo, quando diante de determinados acontecimentos, a opiniões sem fundamentação, porque destituídas do conhecimento das causas, cujos efeitos contemplam.
Iniciando-se, no momento da fecundação, alonga-se o
processo reencarnatório até a adolescência do ser, quando, a pouco e pouco,
atinge a plenitude.(1).
As impressões mais forte das experiências passadas
fixam-se no corpo em formação, através de deficiências físicas ou psíquicas,
saúde e inteligência, de acordo com o tipo de comportamento que caracteriza o
estado evolutivo do Espírito.
Estabelecidos os programas cármicos referentes às
necessidades de cada ser, outros fatores contribuem, durante a gestação e o
parto, para ulteriores fenômenos psicológicos no
reencarnante.
Graças à simpatia ou animosidade que o vinculam aos
futuros genitores, estes reagem de forma positiva ou não, envolvendo o filho em
ondas de ternura ou revolta que o mesmo assimila, transformando-se essas
impressões em fobias ou desejos que exteriorizará na infância e poderá fixar,
indelevelmente, na idade adulta.
Porque lúcido, acompanhando o mergulho na organização
física, percebe-se desejado ou reprochado, registando-se os estados familiares,
bem como os conflitos domésticos do meio onde irá
viver.
Vezes
ocorrem, em que o pavor se torna tão grande, que o Espírito desiste da
reencarnação ou, em desespero, interrompe inconscientemente o programa traçado,
resultando em aborto natural a gestação em andamento.
Os
meses de ligação física com a mãe são, também, de vinculação psíquica, em que o
recomençante em sofrimento pede apoio e amparo, ou, se ditoso, roga ternura para
o fiel cumprimento do plano feliz que se encontra em
execução.
Adicionando-se às leis do mérito os
fenômenos emocionais dos futuros pais, estes resultarão em
heranças, que fazem pressupor semelhanças com o clã, estudas pelas
modernas leis da genética.
— Tal pai, qual filho — afirma o
refrão popular, demonstrando a força dos genes em cromossomos nos códigos da
hereditariedade.
A
verdade, porém, é diversa.
Se
ocorrem semelhanças físicas e até psicológicas, estas adquiridas
mediante convivência familiar, o mesmo não se dá nos campos moral e
intelectual.
O
Espírito é o herdeiro das próprias conquistas passadas, graças às quais se
expressa no campo da atividade nova.
No
entanto, os comportamentos familiares influem sobre a conduta do reencarnante,
que se impregna — especialmente quando se trata de Espírito imperfeito — dos
conflitos e das vibrações perniciosas que lhe irão influenciar profundamente o
procedimento.
Reações de vária ordem se manifestarão na criança, como
resultantes da insegurança que experimenta no berço novo, desdobrando-se em
rebeldia e insatisfação, nervosismo e incapacidade intelectual, durante a
infância e a adolescência, com agravantes para o futuro, caso o amor dos pais
não interrompa a caudal das reminiscências infelizes.
O
auxílio do psicólogo, a terapia cuidadosa ajudam no mecanismo de reajustamento
da criança, todavia, aos pais cumpre a tarefa maior, assistindo e amparando o
filhinho temeroso e desconfiado, necessitando de segurança e
tranquilidade.
Não
nos referimos aqui ao capítulo adicional das obsessões, que exercem forte
interferência no quadro complexo da reencarnação, respondendo por graves
injunções, no comportamento infantil.
Detemo-nos, apenas, nas reminiscências, ora do domínio
do inconsciente atual, que irrigam a consciência com temores e conflitos,
produzindo estados de desequilíbrio, que poderiam ser
evitados.
Enurese noturna, irritabilidade, pavores de toda
espécie, timidez, ansiedade encontram nas ocorrências da vida fetal, em relação
à mãe e aos demais familiares, muitas das suas causas.
Não
obstante, é possível minimizar-lhes as consequências, através de uma atitude
firme e afetuosa dos pais, particularmente da mãe, utilizando-se do sono do
filhinho para infundir-lhe coragem e anular-lhe as impressões negativas,
envolvendo-o em amor e conversando com ele, com sincero carinho,
transmitindo-lhe a confiança de que romperá a barreira invisível das
dificuldades, enfim, alcançando-lhe o íntimo.
Desde
que ainda não esteja concluída a reencarnação, o Espírito ouvirá e entenderá as
sugestões positivas que lhe são apresentadas, o amor que lhe é oferecido, toda a
gama de afeição que lhe é destinada.
Quantas vezes um conflito sexual não se originará, na
criança, em face da decepção da mãezinha que esperava um varão e recebeu uma
menina, ou vice-versa, e, vítima de imaturidade, declara o desagrado, explodindo
em pranto injustificado, assim chocando o recém-chegado, que lhe recebe o
rechaço, vindo a exteriorizá-lo, mais tarde, em forma de
conflito!?
Sempre é tempo de reconsiderar-se a atitude,
reconciliando-se com o ser menosprezado, graças ao grau de amor e à força do bem
que se coloque no relacionamento afetivo lúcido, quando o mesmo estive dormindo,
portanto, em situação receptiva.
O
inconsciente receberá as novas informações, que serão arquivadas, e ressumarão,
posteriormente, de forma agradável e cordial, estruturando a personalidade
infanto-juvenil e proporcionando-lhe mais amplas aquisições que logrará com o
tempo, conduzido por aqueles a cujo lado recomeça a caminhada
redentora.
Mesmo
na adolescência, quando não se soube agir antes, deve-se tentar
recuperar o filho, reconquistá-lo, conversando com ele, em estado
de sono, perseverando-se em um relacionamento tranquilo e gentil, também durante
a fase em que esteja desperto, agindo com amor ao invés de reagindo com ira ou
zombaria, quando o mesmo apresente seus conflitos, suas
dificuldades...
Não
será o ato de falar, pura e simplesmente, mas a empatia, o contributo da emoção
afetuosa com os quais a palavra se carregue, para alcançar a finalidade a que se
destina.
Por
fim, é necessário que a carga de certeza do êxito se faça presente, conforme
enunciou Jesus: “Tudo é possível àquele que crê”, para que os resultados felizes
coroem a empresa do amor."
“Temas da
Vida e da Morte”, Manoel P. de
Miranda/Divaldo Franco)
(1) Nota da Editora: Consultado o Espírito Manoel P. de Miranda, este esclareceu, por
intermédio de Divaldo Franco, que mesmo terminado aos 7 anos o processo
reencarnatório, este se vai fixando, lentamente, até o momento da transformação
da glândula pineal, na sua condição de veladora do sexo.
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