quinta-feira, 21 de junho de 2018

"REMINISCÊNCIAS E CONFLITOS PSICOLÓGICOS"




"O processo da reencarnação está a exigir estudos acurados por embriogenistas, biólogos e psicólogos, de modo a poderem penetrar nos seus meandros, que lhes permanecem ignorados, o que dá margem, nessas áreas de estudo, quando diante de determinados acontecimentos, a opiniões sem fundamentação, porque destituídas do conhecimento das causas, cujos efeitos contemplam.
       Iniciando-se, no momento da fecundação, alonga-se o processo reencarnatório até a adolescência do ser, quando, a pouco e pouco, atinge a plenitude.(1).
       As impressões mais forte das experiências passadas fixam-se no corpo em formação, através de deficiências físicas ou psíquicas, saúde e inteligência, de acordo com o tipo de comportamento que caracteriza o estado evolutivo do Espírito.
       Estabelecidos os programas cármicos referentes às necessidades de cada ser, outros fatores contribuem, durante a gestação e o parto, para ulteriores fenômenos psicológicos no reencarnante.
       Graças à simpatia ou animosidade que o vinculam aos futuros genitores, estes reagem de forma positiva ou não, envolvendo o filho em ondas de ternura ou revolta que o mesmo assimila, transformando-se essas impressões em fobias ou desejos que exteriorizará na infância e poderá fixar, indelevelmente, na idade adulta.
       Porque lúcido, acompanhando o mergulho na organização física, percebe-se desejado ou reprochado, registando-se os estados familiares, bem como os conflitos domésticos do meio onde irá viver.
       Vezes ocorrem, em que o pavor se torna tão grande, que o Espírito desiste da reencarnação ou, em desespero, interrompe inconscientemente o programa traçado, resultando em aborto natural a gestação em andamento.
       Os meses de ligação física com a mãe são, também, de vinculação psíquica, em que o recomençante em sofrimento pede apoio e amparo, ou, se ditoso, roga ternura para o fiel cumprimento do plano feliz que se encontra em execução.
       Adicionando-se às leis do mérito os fenômenos emocionais dos futuros pais, estes resultarão em heranças, que fazem pressupor semelhanças com o clã, estudas pelas modernas leis da genética.
       Tal pai, qual filho — afirma o refrão popular, demonstrando a força dos genes em cromossomos nos códigos da hereditariedade.
       A verdade, porém, é diversa.
       Se ocorrem semelhanças físicas e até psicológicas, estas adquiridas  mediante convivência familiar, o mesmo não se dá nos campos moral e intelectual.
       O Espírito é o herdeiro das próprias conquistas passadas, graças às quais se expressa no campo da atividade nova.
       No entanto, os comportamentos familiares influem sobre a conduta do reencarnante, que se impregna — especialmente quando se trata de Espírito imperfeito — dos conflitos e das vibrações perniciosas que lhe irão influenciar profundamente o procedimento.
       Reações de vária ordem se manifestarão na criança, como resultantes da insegurança que experimenta no berço novo, desdobrando-se em rebeldia e insatisfação, nervosismo e incapacidade intelectual, durante a infância e a adolescência, com agravantes para o futuro, caso o amor dos pais não interrompa a caudal das reminiscências infelizes.
       O auxílio do psicólogo, a terapia cuidadosa ajudam no mecanismo de reajustamento da criança, todavia, aos pais cumpre a tarefa maior, assistindo e amparando o filhinho temeroso e desconfiado, necessitando de segurança e tranquilidade.
       Não nos referimos aqui ao capítulo adicional das obsessões, que exercem forte interferência no quadro complexo da reencarnação, respondendo por graves injunções, no comportamento infantil.
       Detemo-nos, apenas, nas reminiscências, ora do domínio do inconsciente atual, que irrigam a consciência com temores e conflitos, produzindo estados de desequilíbrio, que poderiam ser evitados.
       Enurese noturna, irritabilidade, pavores de toda espécie, timidez, ansiedade encontram nas ocorrências da vida fetal, em relação à mãe e aos demais familiares, muitas das suas causas.
       Não obstante, é possível minimizar-lhes as consequências, através de uma atitude firme e afetuosa dos pais, particularmente da mãe, utilizando-se do sono do filhinho para infundir-lhe coragem e anular-lhe as impressões negativas, envolvendo-o em amor e conversando com ele, com sincero carinho, transmitindo-lhe a confiança de que romperá a barreira invisível das dificuldades, enfim, alcançando-lhe o íntimo.
       Desde que ainda não esteja concluída a reencarnação, o Espírito ouvirá e entenderá as sugestões positivas que lhe são apresentadas, o amor que lhe é oferecido, toda a gama de afeição que lhe é destinada.
       Quantas vezes um conflito sexual não se originará, na criança, em face da decepção da mãezinha que esperava um varão e recebeu uma menina, ou vice-versa, e, vítima de imaturidade, declara o desagrado, explodindo em pranto injustificado, assim chocando o recém-chegado, que lhe recebe o rechaço, vindo a exteriorizá-lo, mais tarde, em forma de conflito!?
       Sempre é tempo de reconsiderar-se a atitude, reconciliando-se com o ser menosprezado, graças ao grau de amor e à força do bem que se coloque no relacionamento afetivo lúcido, quando o mesmo estive dormindo, portanto, em situação receptiva.
       O inconsciente receberá as novas informações, que serão arquivadas, e ressumarão, posteriormente, de forma agradável e cordial, estruturando a personalidade infanto-juvenil e proporcionando-lhe mais amplas aquisições que logrará com o tempo, conduzido por aqueles a cujo lado recomeça a caminhada redentora.
       Mesmo na adolescência, quando não se soube agir antes, deve-se tentar recuperar o filho, reconquistá-lo, conversando com ele, em estado de sono, perseverando-se em um relacionamento tranquilo e gentil, também durante a fase em que esteja desperto, agindo com amor ao invés de reagindo com ira ou zombaria, quando o mesmo apresente seus conflitos, suas dificuldades...
       Não será o ato de falar, pura e simplesmente, mas a empatia, o contributo da emoção afetuosa com os quais a palavra se carregue, para alcançar a finalidade a que se destina.
       Por fim, é necessário que a carga de certeza do êxito se faça presente, conforme enunciou Jesus: “Tudo é possível àquele que crê”, para que os resultados felizes coroem a empresa do amor."
 
“Temas da Vida e da Morte”, Manoel P. de Miranda/Divaldo Franco)


(1)      Nota da Editora: Consultado o Espírito Manoel P. de Miranda, este esclareceu, por intermédio de Divaldo Franco, que mesmo terminado aos 7 anos o processo reencarnatório, este se vai fixando, lentamente, até o momento da transformação da glândula pineal, na sua condição de veladora do sexo.

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