sexta-feira, 31 de maio de 2013

"EM ORAÇÃO"

 

"Na véspera da partida do Senhor, no rumo de Sídon, o culto do Evangelho, na residência
 de Pedro, revestiu-se de justificável melancolia. As atividades do estudo edificante prosseguiriam,
 mas o trabalho da revelação, de algum modo, experimentaria interrupção natural.
 A leitura de comoventes páginas de Isaías foi levada a efeito por Mateus, com visível
 emotividade; entretanto, nessa noite de despedidas ninguém formulou qualquer indagação.
 Intraduzível expectativa pairava no semblante de todos.
 O Mestre, por si, absteve-se de qualquer comentário, mas, ao término da reunião, levantou
 os olhos lúcidos para o Céu e suplicou fervorosamente:
— Pai, acende a Tua Divina Luz em torno de todos aqueles que Te olvidaram a bênção,
 nas sombras da caminhada terrestre.
 Ampara os que se esqueceram de repartir o pão que lhes sobra na mesa farta.
 Ajuda aos que não se envergonham de ostentar felicidade, ao lado da miséria e do infortúnio.
 Socorre os que se não lembram de agradecer aos benfeitores.
 Compadece-te daqueles que dormiram nos pesadelos do vício, transmitindo herança dolorosa
 aos que iniciam a jornada humana.
 Levanta os que olvidaram a obrigação de serviço ao próximo.
 Apiada-te do sábio que ocultou a inteligência entre as quatro paredes do paraíso doméstico.
 Desperta os que sonham com o domínio do mundo, desconhecendo que a existência na
 carne é simples minuto entre o berço e o túmulo, à frente da Eternidade.
 Ergue os que caíram vencidos pelo excesso de conforto material.
 Corrige os que espalharam a tristeza e o pessimismo entre os semelhantes.
 Perdoa aos que recusaram a oportunidade de pacificação e marcham disseminando a revolta
 e a indisciplina.
 Intervém a favor de todos os que se acreditam detentores de fantasioso poder e supõem
 loucamente absorver-te o juízo, condenando os próprios irmãos.
 Acorda as almas distraídas que envenenam o caminho dos outros com a agressão espiritual
 dos gestos intempestivos.
 Estende paternas mãos a todos os que olvidaram a sentença de morte renovadora da vida
 que a tua lei lhes gravou no corpo precário.
 Esclarece os que se perderam nas trevas do ódio e da vingança, da ambição transviada e
 da impiedade fria, que se acreditam poderosos e livres, quando não passam de escravos, dignos
 de compaixão, diante de teus sublimes desígnios.
 Eles todos, Pai, são delinqüentes que escapam aos tribunais da Terra, mas estão assinalados
 por Tua Justiça Soberana e Perfeita, por delitos de esquecimento, perante o Infinito Bem...
 A essa altura, interrompeu-se a rogativa singular.
 Quase todos os presentes, inclusive o próprio Mestre, mostravam lágrimas nos olhos e,
 no alto, a Lua radiosa, em plenilúnio divino, fazendo incidir seus raios sobre a modesta vivenda
 de Simão, parecia clamar sem palavras que muitos homens poderiam viver esquecidos do Supremo
 Senhor; entretanto, o Pai de Infinita Bondade e de Perfeita Justiça, amoroso e reto, continuaria
 velando..."

 ("Jesus no Lar", Neio Lúcio/Francisco Cândido Xavier)
 

quinta-feira, 30 de maio de 2013

"COMO SE PODE NEUTRALIZAR A INFLUÊNCIA DOS MAUS ESPÍRITOS?"

469 Como se pode neutralizar a influência dos maus Espíritos?

– Fazendo o bem e colocando toda a confiança em Deus, repelis a influência dos Espíritos inferiores e anulais o domínio que querem ter sobre vós. Evitai escutar as sugestões dos Espíritos que vos inspiram maus pensamentos, sopram a discórdia e excitam todas as más paixões. Desconfiai, especialmente, daqueles que exaltam o vosso orgulho, porque vos conquistam pela fraqueza. Eis por que Jesus nos ensinou a dizer na oração dominical: “Senhor, não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal!”

("O Livro dos Espíritos", Allan Kardec)

terça-feira, 28 de maio de 2013

"O VENENOSO ANTAGONISTA"





 
 
"Diante da noite, refrescada de brisas cariciantes, Filipe, da mãos calejadas, falou das angústias que lhe povoavam a alma, com tanta emotividade e amargura que aflitivas notas de dor empolgaram a assembléia. E interpelado pelo respeitoso carinho de Pedro, que voltou a tanger o problema das tentações, o Mestre contou, pausadamente:

— O Senhor, Nosso Pai, precisou de pequeno grupo de servidores numa cidade revoltada e dissoluta e, para isso, localizou no centro dela uma família de cinco pessoas, pai, mãe e três filhos que o amavam e lhe honravam as leis sábias e justas.
Aí situados, os felizes colaboradores começaram por servi-lo, brilhantemente.

Fundaram ativo núcleo de caridade e fé transformadora que valia por avançada sementeira de vida celeste; e tanto se salientaram na devoção e na prática da bondade que o Espírito das Trevas passou a mover-lhes guerra tenaz.
A princípio, flagelou-os com os morcegos da maledicência; todavia, os servos sinceros se uniram na tolerância e venceram.

Espalhou ao redor deles, logo após, as sombras da pobreza; contudo, os trabalhadores dedicados se congregaram no serviço incessante e superaram as dificuldades.
Em seguida, atormentou-os com as serpentes da calúnia; entretanto, os heróis desconhecidos fizeram construtivo silêncio e derrotaram o escuro perseguidor.
Depois de semelhantes ataques, o Gênio Satânico modificou as normas de ação e enviou-lhes os demônios da vaidade, que revestiram os servos fiéis do Senhor de vastas considerações sociais, como se houvessem galgado os pináculos do poder de um momento para outro; entretanto, os cooperadores previdentes se fizeram mais humildes e atribuíam toda a glória que os visitava ao Pai que está nos Céus.

Foi então que os seres escarninhos e perversos encheram-lhes a casa de preciosidades e dinheiro, de modo a entorpecer-lhes a capacidade de trabalhar; mas o conjunto amoroso, robustecido na confiança e na prece, recebia moedas e dádivas, passando-as para diante, a serviço dos desalentados e dos aflitos.
Exasperado, o Espírito das Trevas mandou-lhes, então, o Demônio da Tristeza que, muito de leve, alcançou a mente do chefe da heróica família e disse-lhe, solene:
— És um homem, não um anjo... Não te envergonhas, pois, de falar tão insistentemente no Senhor, quando conheces, de perto, as próprias imperfeições? Busca, antes de tudo, sentir a extensão de tuas fraquezas na carne!... Chora teus erros, faze penitência perante o Eterno!

Clama tuas culpas, tuas culpas!...

Registrando a advertência, o infeliz alarmou-se, esqueceu-se de que o homem só pode ser útil à grandeza do Pai, através do próprio trabalho na execução dos celestes desígnios e, entristecendo-se profundamente, acreditou-se culpado e criminoso para sempre, de maneira irremediável. Desde o instante em que admitiu a incapacidade de reerguimento, recusou a alimentação do corpo, deitou-se e, decorridos alguns dias, morreu de pesar.

Vendo-o desaparecer, sob compacta onda de lamentações e lágrimas, a esposa seguiu-lhe os passos, oprimida de inominável angústia, e os filhos, dentro de algumas semanas, trilharam a mesma rota.
E assim o venenoso antagonista venceu os denodados colaboradores da crença e do amor, um a um, sem necessidade de outra arma que não fosse pequena sugestão de tristeza.
Interrompeu-se a palavra do Mestre, por longos instantes, mas nenhum dos presentes ousou intervir no assunto.

Sentindo, assim, que os companheiros preferiam guardar silêncio, o Divino Amigo concluiu expressivamente:

— Enquanto um homem possui recursos para trabalhar e servir com os pés, com as mãos, com o sentimento e com a inteligência, a tristeza destrutiva em torno dele não é mais que a visita ameaçadora do Gênio das Trevas em sua guerra desventurada e persistente contra a luz."
 
("Jesus no Lar", Neio Lúcio/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 27 de maio de 2013

"SEMPRE QUE..."

"Sempre que aflições te visitem na forma de enfermidade ou tristeza, humilhação
ou penúria, perseguição ou tentação, prejuízo ou desastre, não te rendas às sugestões de rebeldia ou desalento. Trabalha e espera, entre o prazer de servir e a felicidade de confiar, recordando que, se procuras pelo socorro de Deus, o socorro de Deus também te procura. E se a tranqüilidade parece tardar, porque privações e provações se multipliquem, persevera com o trabalho e com a esperança, lembrando-te de que a lei do bem opera sempre e de que o amparo de Deus está oculto ou vem vindo."

("Alma e Coração", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 26 de maio de 2013

"O MAL QUE DESEJARMOS PARA ALGUÉM..."

 



"O mal que desejarmos para alguém, hoje, suscitará o mal para nós, amanhã."


(André Luiz, na obra " O Espírito da Verdade", Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

sábado, 25 de maio de 2013

"O REINO DO BEM PODERÁ UM DIA REALIZAR-SE NA TERRA?"

Foto: "1019 O reino do bem poderá um dia realizar-se na Terra?

– O bem reinará na Terra quando, entre os Espíritos que vêm habitá-la, os bons predominarem sobre os maus; então eles farão reinar na Terra o amor e a justiça, que são a fonte do bem e da felicidade. Pelo progresso moral e praticando as leis de Deus é que o homem atrairá para a Terra os bons Espíritos e afastará os maus; mas os maus só a deixarão quando o homem tiver expulsado de si o orgulho e o egoísmo.

A transformação da humanidade foi anunciada e é chegado o tempo em que todos os homens amantes do progresso se apresentam e se apressam, porque essa transformação se fará pela encarnação dos Espíritos melhores, que formarão sobre a Terra uma nova ordem. Então, os Espíritos maus, que a morte vai retirando a cada dia, e aqueles que tentam deter a marcha das coisas serão excluídos da Terra porque estariam deslocados entre os homens de bem dos quais perturbariam a felicidade.

Eles irão para mundos novos, menos avançados, desempenhar missões punitivas para seu próprio adiantamento e de seus irmãos ainda mais atrasados. Nessa exclusão de Espíritos da Terra transformada não percebeis a sublime figura do paraíso perdido? E a chegada à Terra do homem em semelhantes condições, trazendo em si o gérmen de suas paixões e os traços de sua inferioridade primitiva, a figura não menos sublime do pecado original? O pecado original, sob esse ponto de vista, se refere à natureza ainda imperfeita do homem, que é, assim, responsável por si mesmo e por suas próprias faltas e não pelas faltas de seus pais. Todos vós, homens de fé e boa vontade, trabalhai com zelo e coragem na grande obra da regeneração, porque recolhereis cem vezes mais o grão que tiverdes semeado. Infelizes aqueles que fecham os olhos à luz. Preparam para si longos séculos de trevas e decepções; infelizes os que colocam todas as suas alegrias nos bens deste mundo, porque sofrerão mais privações do que os prazeres de que desfrutaram; infelizes, principalmente, os egoístas, porque não encontrarão ninguém para ajudá-los a carregar o fardo de suas misérias."

São Luís

("O Livro dos Espíritos", Allan Kardec)
"1019 O reino do bem poderá um dia realizar-se na Terra?

– O bem reinará na Terra quando, entre os Espíritos que vêm habitá-la, os bons predominarem sobre os maus; então eles farão reinar na Terra o amor e a justiça, que são a fonte do bem... e da felicidade. Pelo progresso moral e praticando as leis de Deus é que o homem atrairá para a Terra os bons Espíritos e afastará os maus; mas os maus só a deixarão quando o homem tiver expulsado de si o orgulho e o egoísmo.

A transformação da humanidade foi anunciada e é chegado o tempo em que todos os homens amantes do progresso se apresentam e se apressam, porque essa transformação se fará pela encarnação dos Espíritos melhores, que formarão sobre a Terra uma nova ordem. Então, os Espíritos maus, que a morte vai retirando a cada dia, e aqueles que tentam deter a marcha das coisas serão excluídos da Terra porque estariam deslocados entre os homens de bem dos quais perturbariam a felicidade.

Eles irão para mundos novos, menos avançados, desempenhar missões punitivas para seu próprio adiantamento e de seus irmãos ainda mais atrasados. Nessa exclusão de Espíritos da Terra transformada não percebeis a sublime figura do paraíso perdido? E a chegada à Terra do homem em semelhantes condições, trazendo em si o gérmen de suas paixões e os traços de sua inferioridade primitiva, a figura não menos sublime do pecado original? O pecado original, sob esse ponto de vista, se refere à natureza ainda imperfeita do homem, que é, assim, responsável por si mesmo e por suas próprias faltas e não pelas faltas de seus pais. Todos vós, homens de fé e boa vontade, trabalhai com zelo e coragem na grande obra da regeneração, porque recolhereis cem vezes mais o grão que tiverdes semeado. Infelizes aqueles que fecham os olhos à luz. Preparam para si longos séculos de trevas e decepções; infelizes os que colocam todas as suas alegrias nos bens deste mundo, porque sofrerão mais privações do que os prazeres de que desfrutaram; infelizes, principalmente, os egoístas, porque não encontrarão ninguém para ajudá-los a carregar o fardo de suas misérias."

São Luís

("O Livro dos Espíritos", Allan Kardec)

quarta-feira, 22 de maio de 2013

"NINGUÉM COLHE EM SEARA ALHEIA,..."

 
 
 
"Ninguém colhe em seara alheia,que não haja semeado, no que diz respeito aos valores morais.

Cada um é herdeiro de si mesmo.

Espírito imortal que é, evolui de etapa em etapa, como aluno em educandário de amor, repetindo a lição quando erra e sendo promovido quando acerta.

Assim, numa existência dá prosseguimento ao que deixou interrompido na outra, corrige o que fez errado ou inicia uma experiência nova.

O que, porém, não realiza por amor, a dor o convocará a executar."

("Vida Feliz", Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco)

terça-feira, 21 de maio de 2013

"AGUILHÕES"



“Duro é para ti recalcitrar contra o aguilhão.”
Jesus (ATOS, 9: 5)

"O caminho evolutivo está sempre repleto de aguilhões.
De outro modo, não enxergaríamos a porta redentora.
Entrega-se Deus aos filhos da Criação inteira, reparte com todos os tesouros de seu amor infinito, estimula-os a se elevarem, através de mil modos diferentes; entretanto, existem círculos numerosos como a Terra, em que as criaturas não se apercebem dessas realidades gloriosas e paralisam a marcha, dormindo no leito da ilusão.
Perante tal inércia, os mensageiros da Providência, aos quais se confiou a tarefa de iluminação dos que estacionam na sombra, promovem recursos para que se verifique o despertar.
Cientes de que Deus dá tudo — a vida, os caminhos, os bens infinitos, os
gênios inspiradores e só pede às criaturas se lhe dirijam aos braços paternais — esses divinos emissários organizam os aguilhões, por amor aos seus tutelados.
Nesse programa, criou Jesus os mais nobres incitamentos, para a esfera
terrestre. A riqueza e a pobreza, a fealdade e a formosura, o sofrimento e a luta são aguilhões ou oportunidades instituídos pelo Cristo, a benefício dos homens.
Cada existência e cada pessoa tem a sua dificuldade particular, simbolizando ensejo bendito.
Analisa a tua vida, situa teus aguilhões e não te voltes contra eles.
Se um espírito da grandeza de Paulo de Tarso não podia recalcitrar, imagina o que se pedirá do nosso esforço."

("Caminho, Verdade e Vida", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 19 de maio de 2013

"REALMENTE,..."

"Realmente, o problema que te aflige parece insolúvel.
Disseram amigos: “todos os recursos se esgotaram.”
Outros repetiram: “não tentes o impossível.”
Entretanto, ora e age, serve e confia.
O pessimismo nunca dispõe da última palavra.
Espera por Deus e conserva a certeza de que Deus faz sempre o melhor."
 
("Livro de Respostas", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 17 de maio de 2013

"DEPOIS DE DEUS..."

"Depois de Deus, a Humanidade será o tema fundamental de nossas vidas."

("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)


quinta-feira, 16 de maio de 2013

"PEÇAMOS A JESUS..."

"Peçamos a Jesus o dom da paz e da alegria, mas não nos esqueçamos de
glorificar-lhe os sublimes desígnios, toda vez que a sua vontade misericordiosa e
justa entra em choque com os nossos propósitos inferiores."

("Pão Nosso", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 14 de maio de 2013

"O MAL QUE..."

"O mal que desejarmos para alguém, hoje, suscitará o mal para nós, amanhã."
 
(André Luiz, na obra "O Espírito da Verdade", Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

sexta-feira, 10 de maio de 2013

"ESCAMAS"




"E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista." -
(ATOS, 9:18.)


... "A visita de Ananias a Paulo de Tarso, na aflitiva situação de Damasco, sugere
elevadas considerações.
Que temos sido nas sombras do pretérito senão criaturas recobertas de escamas
pesadas sob todos os pontos de vista? Não somente os olhos se cobriram de
semelhantes excrescências. Todas as possibilidades confiadas a nós outros hão sido
eclipsadas pela nossa incúria, através dos séculos. Mãos, pés, língua, ouvidos, todos os
poderes da criatura, desde milênios permanecem sob o venenoso revestimento da
preguiça, do egoísmo, do orgulho, da idolatria e da insensatez.
O socorro concedido a Paulo de Tarso oferece, porém, ensinamento profundo.
Antes de recebê-lo, o ex-perseguidor rende-se incondicionalmente ao Cristo; penetra a
cidade, em obediência à recomendação divina, derrotado e sozinho, revelando extrema
renúncia, onde fora aplaudido triunfador. Acolhido em hospedaria singela, abandonado de
todos os companheiros, confiou em Jesus e recebeu-lhe a sublime cooperação.
É importante notar, contudo, que o Senhor, utilizando a instrumentalidade de
Ananias, não lhe cura senão os olhos, restituindo-lhe o dom de ver. Paulo sente que lhe
caem escamas dos órgãos visuais e, desde então, oferecendo-se ao trabalho do Cristo,
entra no caminho do sacrifício, a fim de extrair, por si mesmo, as demais escamas que lhe
obscureciam as outras zonas do ser.
Quanto lutou e sofreu Paulo, a fim de purificar os pés, as mãos, a mente e o
coração?
Trata-se de pergunta digna de ser meditada em todos os tempos. Não te esqueças,
pois, de que na luta diária poderás encontrar os Ananias da fraternidade, em nome do
Mestre; aproximar-se-ão, compassivos, de tuas necessidades, mas não olvides que o
Senhor apenas permite que te devolvam os olhos, a fim de que, vendo claramente,
retifiques a vida por ti mesmo."

("Vinha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 7 de maio de 2013

"PARA QUE..."

"Para que o orgulhoso cesse de crer em sua superioridade, é preciso lhe provar que ele não é mais do que os outros, e que os outros são tanto quanto ele; que a igualdade é um fato e não, simplesmente, uma bela teoria filosófica..."

("Obras Póstumas", Allan Kardec)

segunda-feira, 6 de maio de 2013

"AÇÃO DA PRECE- TRANSMISSÃO DO PENSAMENTO"



"9. A prece é uma invocação, mediante a qual o homem entra, pelo pensamento, em comunicação com o ser a quem se dirige. Pode ter por objeto um pedido, um agradecimento, ou uma glorificação. Podemos orar por nós mesmos ou por outrem, pelos vivos ou pelos mortos. As preces feitas a Deus escutam-nas os Espíritos incumbidos da execução de suas vontades; as que se dirigem aos bons Espíritos são reportadas a Deus. Quando alguém ora a outros seres que não a Deus, fá-lo recorrendo a intermediários, a intercessores, porquanto nada sucede sem a vontade de Deus.

10. O Espiritismo torna compreensível a ação da prece, explicando o modo de transmissão do pensamento, quer no caso em que o ser a quem oramos acuda ao nosso apelo, quer no em que apenas lhe chegue o nosso pensamento. Para apreendermos o que ocorre em tal circunstância, precisamos conceber mergulhados no fluido universal, que ocupa o espaço, todos os seres, encarnados e desencarnados, tal qual nos achamos, neste mundo, dentro da atmosfera. Esse fluido recebe da vontade uma impulsão; ele é o veículo do pensamento, como o ar o é do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, ao passo que as do fluido universal se estendem ao infinito. Dirigido, pois, o pensamento para um ser qualquer, na Terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece entre um e outro, transmitindo de um ao outro o pensamento, como o ar transmite o som.

A energia da corrente guarda proporção com a do pensamento e da vontade. E assimque os Espíritos ouvem a prece que lhes é dirigida, qualquer que seja o lugar onde se encontrem; é assim que os Espíritos se comunicam entre si, que nos transmitem suas inspirações, que relações se estabelecem a distância entre encarnados.

Essa explicação vai, sobretudo, com vistas aos que não compreendem a utilidade da prece puramente mística. Não tem por fim materializar a prece, mas tornar-lhe inteligíveis os efeitos, mostrando que pode exercer ação direta e efetiva. Nem por isso deixa essa ação de estar subordinada à vontade de Deus, juiz supremo em todas as coisas, único apto a torná-la eficaz.

11. Pela prece, obtém o homem o concurso dos bons Espíritos que acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções e a inspirar-lhe idéias sãs. Ele adquire, desse modo, a força moral necessária a vencer as dificuldades e a volver ao caminho reto, se deste se afastou. Por esse meio, pode também desviar de si os males que atrairia pelas suas próprias faltas. Um homem, por exemplo, vê arruinada a sua saúde, em consequência de excessos a que se entregou, e arrasta, até o termo de seus dias, uma vida de sofrimento: terá ele o direito de queixar-se, se não obtiver a cura que deseja? Não, pois que houvera podido encontrar na prece a força de resistir às tentações.

12. Se em duas partes se dividirem os males da vida, uma constituída dos que o homem não pode evitar e a outra das tribulações de que ele se constituiu a causa primária, pela sua incúria ou por seus excessos (cap. V, n~ 4), ver-se-á que a segunda, em quantidade, excede de muito à primeira. Faz-se, portanto, evidente que o homem é o autor da maior parte das suas aflições, às quais se pouparia, se sempre obrasse com sabedoria e prudência.

Não menos certo é que todas essas misérias resultam das nossas infrações às leis de Deus e que, se as observássemos pontualmente, seríamos inteiramente ditosos. Se não ultrapassássemos o limite do necessário, na satisfação das nossas necessidades, não apanharíamos as enfermidades que resultam dos excessos, nem experimentaríamos as vicissitudes que as doenças acarretam. Se puséssemos freio à nossa ambição, não teríamos de temer a ruína; se não quiséssemos subir mais alto do que podemos, não teríamos de recear a queda; se fôssemos humildes, não sofreríamos as decepções do orgulho abatido; se praticássemos a lei de caridade, não seríamos maldizentes, nem invejosos, nem ciosos, e evitaríamos as disputas e dissensões; se mal a ninguém fizéssemos, não houvéramos de temer as vinganças, etc.

Admitamos que o homem nada possa com relação aos outros males; que toda prece lhe seja inútil para livrar-se deles; já não seria muito o ter a possibilidade de ficar isento de todos os que decorrem da sua maneira de proceder? Ora, aqui, facilmente se concebe a ação da prece, visto ter por efeito atrair a salutar inspiração dos Espíritos bons, granjear deles força para resistir aos maus pensamentos, cuja realização nos pode ser funesta. Nesse caso, o que eles fazem não é afastar de nós o mal, porém, sim, desviar-nos a nós do mau pensamento que nos pode causar dano; eles em nada obstam ao cumprimento dos decretos de Deus, nem suspendem o curso das leis da Natureza; apenas evitam que as infrinjamos, dirigindo o nosso livre-arbítrio. Agem, contudo, à nossa revelia, de maneira imperceptível, para nos não subjugar a vontade. O homem se acha então na posição de um que solicita bons conselhos e os põe em prática, mas conservando a liberdade de segui-los, ou não. Quer Deus que seja assim, para que aquele tenha a responsabilidade dos seus atos e o mérito da escolha entre o bem e o mal. E isso o que o homem pode estar sempre certo de receber, se o pedir com fervor, sendo, pois, a isso que se podem sobretudo aplicar estas palavras: "Pedi e obtereis."

Mesmo com sua eficácia reduzida a essas proporções, já não traria a prece resultados imensos? Ao Espiritismo fora reservado provar-nos a sua ação, com o nos revelar as relações existentes entre o mundo corpóreo e o mundo espiritual. Os efeitos da prece, porém, não se limitam aos que vimos de apontar.

Recomendam-na todos os Espíritos. Renunciar alguém à prece é negar a bondade de Deus; é recusar, para si, a sua assistência e, para com os outros, abrir mão do bem que lhes pode fazer.

13. Acedendo ao pedido que se lhe faz, Deus muitas vezes objetiva recompensar a intenção, o devotamento e a fé daquele que ora. Daí decorre que a prece do homem de bem tem mais merecimento aos olhos de Deus e sempre mais eficácia, porquanto o homem vicioso e mau não pode orar com o fervor e a confiança que somente nascem do sentimento da verdadeira piedade. Do coração do egoísta, do daquele que apenas de lábios ora, unicamente saem palavras, nunca os ímpetos de caridade que dão à prece todo o seu poder. Tão claramente isso se compreende que, por um movimento instintivo, quem se quer recomendar às preces de outrem fá-lo de preferência às daqueles cujo proceder, sente-se, há de ser mais agradável a Deus, pois que são mais prontamente ouvidos.

14. Por exercer a prece uma como ação magnética, poder-se-ia supor que o seu efeito depende da força fluídica. Assim, entretanto, não é. Exercendo sobre os homens essa ação, os Espíritos, em sendo preciso, suprem a insuficiência daquele que ora, ou agindo diretamente em seu nome, ou dando-lhe momentaneamente uma força excepcional, quando o julgam digno dessa graça, ou que ela lhe pode ser proveitosa.

O homem que não se considere suficientemente bom para exercer salutar influencia, não deve por isso abster-se de orar a bem de outrem, com a idéia de que não é digno de ser escutado. A consciência da sua inferioridade constitui uma prova de humildade, grata sempre a Deus, que leva em conta a intenção caridosa que o anima. Seu fervor e sua confiança são um primeiro passo para a sua conversão ao bem, conversão que os Espíritos bons se sentem ditosos em incentivar. Repelida só o é a prece do orgulhoso que deposita fé no seu poder e nos seus merecimentos e acredita ser-lhe possível sobrepor-se à vontade do Eterno.

15. Está no pensamento o poder da prece, que por nada depende nem das palavras, nem do lugar, nem do momento em que seja feita. Pode-se, portanto, orar em toda parte e a qualquer hora, a sós ou em comum. A influência do lugar ou do tempo só se faz sentir nas circunstâncias que favoreçam o recolhimento.  A prece em comum tem ação mais poderosa, quando todos os que oram se associam de coração a um mesmo pensamento e colimam o mesmo objetivo, porquanto é como se muitos clamassem juntos e em uníssono. Mas, que importa seja grande o número de pessoas reunidas para orar, se cada uma atua isoladamente e por conta própria?! Cem pessoas juntas podem orar como egoístas, enquanto duas ou três, ligadas por uma mesma aspiração, orarão quais verdadeiros irmãos em Deus, e mais força terá a prece que lhe dirijam do que a das cem outras. (Cap. XXVIII, nº 4 e nº 5.) "

("O Evangelho Segundo o Espiritismo", Allan Kardec)

sábado, 4 de maio de 2013

ELE...

Ele interrompeu temporariamente o seu trabalho nas Esferas Siderais, encarnando no nosso planeta, ensinando e exemplificando o amor ao próximo, mostrando que tal forma de tratar outrem deve ser genuína e abranger as múltiplas situações da nossa existência. Ele mesmo viveu-o até ao último sopro de vida terrena, apesar de flagelado física e moralmente por aqueles que não conseguiram ou não quiseram aceitá-lo, compreendê-lo e aplicar a sua mensagem. Passado mais de dois mil anos, essa mensagem está, talvez, ainda mais actual e a sua aceitação e vivência tornar-nos-á melhores, bem como aos que estão à nossa volta.
Ele nunca que esquece de nós. Queira Deus que, além de não o esquecermos, consigamos aproximar-nos dele o máximo que pudermos.

Graças a Deus.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

"... NÃO BASTA..."


"...não basta interditar o mal e prescrever o bem; é preciso que o princípio do bem e o horror ao mal morem no coração do homem."

("O Evangelho Segundo o Espiritismo", Allan Kardec)

quinta-feira, 2 de maio de 2013

"EM TODAS..."

"Em todas as provas que te assaltam os dias considera a quota das bênçãos que te
rodeiam. E, escorando-te na fé e na paciência, reconhecerás que a Divina Providência
está agindo contigo e por teu intermédio, sustentando-te em meio dos problemas que te
marcam a estrada, para doar-lhes a solução."


("Rumo Certo", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)