terça-feira, 12 de março de 2013

"SOLIDÃO..."


“O presidente, porém, disse: — mas, que mal fez ele? E
eles mais clamavam, dizendo: — seja crucificado.”
(Mateus, 27:23)

"À medida que te elevas, monte acima, no desempenho do próprio dever,
experimentas a solidão dos cimos e incomensurável tristeza te constringe a alma
sensível.
Onde se encontram os que sorriram contigo no parque primaveril da
primeira mocidade? Onde pousam os corações que te buscavam o aconchego nas
horas de fantasia? Onde se acolhem quantos te partilhavam o pão e o sonho, nas
aventuras ri dentes do início?
Certo, ficaram...
Ficaram no vale, voejando em círculo estreito, à maneira das borboletas
douradas, que se esfacelam ao primeiro contacto da menor chama de luz que se lhes
descortine à frente.
Em torno de ti, a claridade, mas também o silêncio...
Dentro de ti, a felicidade de saber, mas igualmente a dor de não seres
compreendido...
Tua voz grita sem eco e o teu anseio se alonga em vão.
Entretanto, se realmente sobes, que ouvidos te poderiam escutar a grande
distância e que coração faminto de calor do vale se abalançaria a entender, de
pronto, os teus ideais de altura?
Choras, indagas e sofres...
Contudo, que espécie de renascimento não será doloroso?
A ave, para libertar-se,
destrói o berço da casca em que se formou, e a
semente, para produzir, sofre a dilaceração na cova desconhecida.
A solidão com o serviço aos semelhantes gera a grandeza.
A rocha que sustenta a planície costuma viver isolada e o Sol que alimenta
o mundo inteiro brilha sozinho.
Não te canses de aprender a ciência da elevação.
Lembra-te
do Senhor, que escalou o Calvário, de cruz aos ombros feridos.
Ninguém o seguiu na morte afrontosa, à exceção de dois malfeitores, constrangidos
à punição, em obediência à justiça.
Recorda-te
dele e segue...
Não relaciones os bens que já espalhaste.
Confia no Infinito Bem que te aguarda.
Não esperes pelos outros, na marcha de sacrifício e engrandecimento. E não
olvides que, pelo ministério da redenção que exerceu para todas as criaturas, o
Divino Amigo dos Homens não somente viveu, lutou e sofreu sozinho, mas também
foi perseguido e crucificado."

("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

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