quinta-feira, 16 de agosto de 2018

"NO CAMPO DA MENTE"

 
 
 
 
"Canaliza as tuas forças mentais para a ideação do bem em preparativos de materialização.
As energias da mente são o potencial de força que estrutura a vida.
Jogadas a esmo, perdem a finalidade superior para a qual existem, concretizando irrisão e desequilíbrio.
Assim, cuida do direcionamento dos teus pensamentos, evitando os devaneios que te incendeiam de paixões perturbadoras, que anelas e, certamente, não se consumarão.
Mesmo que aconteçam, sustentadas pelo teu desejo ardente, são fogos-fátuos que logo desaparecem.
Exercita a tua mente, fixando idéias otimistas, de saúde e de trabalho.
Insiste com essas formas ideais, e elas se consubstanciarão, mantidas pelo fluxo do anelo, condensando-se no plano da realidade objetiva.
Quando saibas comandar a mente, alterar-se-á, em profundidade, o ritmo da tua existência.
O cenho contraído cederá lugar à alegria espontânea; a ira fácil dará campo à benevolência; a exigência será substituída pela compreensão, e experimentarás o prazer de ser bom, pelo bem que faças, que te fará bem.
Insiste no pensamento gentil, edificante.
A mente, que se faz leviana, exorbita na alucinação e padece a hipertrofia das aspirações felizes.
A formulação de propósitos saudáveis faculta a viabilidade deles, que se convertem em realização.
O homem se torna aquilo que cultiva na mente.
A usina mental é dínamo gerador de que o Espírito se utiliza para a viagem carnal e, fora dela, para expressar a sua identidade e valor, que exterioriza no processo da evolução.
Se embalas pesadelos, defrontarás sempre sofrimentos.
Se vitalizas esperanças de paz, encontrarás tranqüilidade.
Triunfo e insucesso são termos iguais de qualquer empresa: aquele que elejas, merece a tua fixação e o teu trabalho, mediante os quais o lograrás.
No bloco de pedra dorme a estátua, que o artista vê e de lá a arranca, a esforço e dedicação.
No solo adusto se oculta a seara, que o agricultor descobre a contributo de adubagem, irrigação e semeação.
No barro imundo repousa a peça de cerâmica, que o oleiro modela com carinho e habilidade.
Na mente vigem o ideal, a forma, a vida.
Aplica com sabedoria as tuas forças mentais e não as perturbes com os desvios da ilusão.
Jesus, que as conhecia com profundidade, usou-as, convidando-nos a aplicá-las bem, quando enunciou que podemos fazer tudo quanto Ele fez, se quisermos, se tivermos fé e valor de lutar contra as imperfeições, e extrair, do bloco de granito que ainda somos, a centelha divina que dorme em nós."
"Momentos de Felicidade", Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

"NA HORA DO SONO"

 
 
 
 
"O repouso mediante o sono é indispensável ao equilíbrio psicofísico dos seres, especialmente do homem.
O sono representa um grande tributo à saúde, à harmonia emocional, à lucidez mental, à ação nos diversos cometimentos da existência humana.
Enquanto se processa o entorpecer de determinadas células corticais, responsáveis pelo sono, liberam-se os clichês do inconsciente, que se transforma em catarse valiosa para a manutenção da paisagem mental equilibrada.
Sobrecarregado pelas emoções refreadas, pelas reminiscências dolorosas, pelas frustrações, pressões, ansiedades, que se transformam em conflitos e complexos variados, o inconsciente se desvela nos estados oníricos, que dão origem aos sonhos, de valor inegável aos psicanalistas para o estudo do comportamento e da personalidade.
O sono natural é de relevante significação para a vida e sua preservação durante a existência corporal, na qual o espírito processa a sua evolução.
Com alguma justeza, alguns estudiosos do psiquismo afirmam que “dormir é uma forma de morrer”.
Parecem-se, sem dúvida, os dois fenômenos biológicos, porquanto, no sono, o espírito se desprende parcialmente do corpo, enquanto que, na ocorrência da morte, dá-se o desligamento total dos liames espirituais.
Assim, conforme se durma, ou se morra, isto é, de acordo com as ideias acalentadas e aceitas, manifestam-se as consequências idênticas.
No caso do sono, o espírito ressuma as emoções que lhe são agradáveis, acontecidas ou não, o mesmo sucedendo na morte, o que, por sintonia, propicia vinculação com outras mentes, com outros espíritos, semelhantes.
Sonhos ou pesadelos, desdobramentos de pequeno, médio ou longo porte, são resultados do estado emocional do indivíduo.
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Quando busques o repouso, cuida do panorama emocional através da meditação e renova a mente recorrendo à oração.
Repassa as atividades do dia e propõe-te à reabilitação nos incidentes que consideres infelizes, nos quais constates os teus erros.
Não conduzes ao leito de dormir pensamentos depressivos, angustiantes, coléricos, perturbadores...
Os momentos que precedem o sono devem ser de higiene mental, de preparação para atividades outras, que ocorrerão durante o processo de repouso físico e mental.
Outrossim, liberta-te das ideias perniciosas que são cultivadas com intensidade. O hábito de as fixares cria condicionamentos viciosos que atraem entidades semelhantes, que se te acercam e exploram-te as energias, exaurindo-te e dando início a lamentáveis processos de sutis obsessões, que se alongam, normalmente, durante o novo dia, repetindo-se, exaustivamente, até além da morte.
Planeja o bem, vitaliza-o com a mente, vive-o desde antes de dormires, e, tão pronto se dê o fenômeno biológico, amigos devotados do mundo espiritual te conduzirão às Regiões Felizes, a fim de mais te equipares para os tentames, onde ouvirás preciosos ensinamentos, vivendo momentos de arte, beleza e encorajamento, que se poderão refletir nos teus painéis mentais, como sonhos agradáveis, revigoradores, que te deixarão sensações de inefável bem estar.
Da mesma forma, quando arrastado aos recintos licenciosos que o pensamento acalenta, o contato com os seres infelizes se transformará em pesadelos inqualificáveis, desgaste e exaustão, que se manifestarão como irritabilidade, indisposição e enfermidades outras.
Os momentos precedentes ao sono são de vital importância para o período de repouso.
Assim, não te descures da educação da mente, da manutenção dos hábitos saudáveis e dos programas edificantes, a fim de que todas as tuas horas sejam proveitosas para teu crescimento interior e uma existência de paz."

“Momentos de Harmonia”, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

terça-feira, 14 de agosto de 2018

"QUANDO"

 
 
 
 
"Quando as horas de desgosto e desalento invadirem-lhe a alma e as lágrimas aflorarem em seu olhos, lembre-se das palavras mansas do Cristo, convidando-nos ao Seu regaço...

E quando sentir-se incompreendido pelos que o circundam, e perceber que a indiferença ronda à sua volta, acerque-se dEle: Ele é a Luz, sob cujos raios se aclaram a pureza de suas intenções e a nobreza de seus sentimentos.

Quando o ânimo para suportar as vicissitudes da vida se extinguir e você estiver prestes a desfalecer, chame-O: Ele é a Força capaz de remover as pedras dos caminhos e ajudá-lo a superar as adversidades do mundo.

Quando os vendavais o açoitarem e você já não souber onde reclinar a cabeça, corra para junto dEle: Ele é o Refúgio Seguro, em cujo seio você encontrará guarida para o seu corpo e tranqüilidade para o seu espírito.

Quando lhe faltar a calma nos momentos de maior aflição e você se considerar incapaz de conservar a serenidade de espírito, invoque-O: Ele e a Paciência, que lhe faz vencer os transes mais dolorosos e triunfar das situações mais difíceis.

Quando as dores se abaterem sobre seu corpo e você sentir a alma ulcerada pelos abrolhos dos caminhos, grite por Ele: Ele é o Bálsamo que cicatriza as chagas e minora os padecimentos.

Quando o mundo o iludir com promessas falsas e você perceber que ninguém pode lhe inspirar confiança, vá a Ele: Ele é a Sinceridade, que sabe corresponder à franqueza de suas atitudes e à nobreza de seus ideais.

Quando a tristeza e a melancolia se acercarem do seu coração e tudo lhe causar aborrecimento, clame por Ele: Ele é a Alegria que lhe insufla um alento novo e o faz conhecer os encantos de seu mundo interior.

Quando, um a um, fenecerem os ideais mais belos e você se sentir no auge do desespero, apele para Ele: Ele é a Esperança que lhe robustece a fé e lhe acalenta os sonhos.

Quando a impiedade se revelar e você experimentar a dureza do coração humano, procure-O Ele é o Perdão, que levanta-lhe o ânimo e promove a reabilitação de seu espírito.

Quando você duvidar de tudo, até de suas próprias convicções, e a descrença lhe tomar a alma, recorra a Ele: Ele é a Fé, que inunda-lhe de luz e entendimento e o habilita para a conquista da felicidade.

Quando você não puder sentir a sublimidade de uma afeição terna e sincera e a desilusão lhe tomar de assalto, aproxime-se dEle: Ele é a Renúncia, que lhe ensina a esquecer a ingratidão dos homens e a incompreensão do mundo.

E quando, enfim, quiseres saber quem é esse Alguém tão especial que é Luz, Renúncia, Força, Refúgio Seguro, Paciência, Bálsamo, Sinceridade, Alegria, Esperança, Perdão e Fé, busque conhecer a Boa Nova do Cristo.

Você encontrará em suas páginas o suave convite do Mestre para que O busquemos todas vezes que sentirmos necessidade de Sua ajuda.

Pense nisso!

Jesus é a luz do mundo, só se debate nas trevas aquele que dEle se afasta.

Jesus é bom pastor, somente se perde a ovelha rebelde que não aceita Suas orientações amorosas e sábias.

Jesus é o caminho, só se demora nos labirintos sombrios quem dEle se desvia.

Jesus é a verdade, só se equivoca aquele que ignora Seus ensinamentos.

Jesus é a vida, só duvida da imortalidade quem desconhece a Sua ressurreição gloriosa diante dos 500 da Galiléia."


(baseado no cap. 2 do livro "Primado do Espírito" de Rubens C. Romanelli)
(Momento de Reflexão)

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

"DECISÃO DE SER FELIZ"

 
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"Empenha-te ao máximo para tornar tua vida agradável a ti mesmo e aos outros.
É importante que, tudo quanto faças, apresente um significado positivo, motivador de novos estímulos para o prosseguimento da tua existência, que se deve caracterizar por experiências enriquecedoras.
Se as pessoas que te cercam não concordarem com a tua opção de ser feliz, não te descoroçoes, e, sem qualquer agressão, continua gerando bem-estar.
És a única pessoa com quem contarás para estar contigo, desde o berço até o túmulo, e depois d'Ele, como resultado dos teus atos...
Gerar simpatia, produzindo estímulos otimistas para ti mesmo, representa um crescimento emocional significativo, a maturidade psicológica em pleno desabrochar.
É relevante que o teu comportamento produza um intercâmbio agradável, caricioso, com as demais pessoas. No entanto, se não te comprazer, transformar-se-á em tormento, induzindo-te a atitudes perturbadoras, desonestas.
Tuas mudanças e atitudes afetam aqueles com os quais convives. É natural, portanto, que te plenificando, brindem-te com mais recursos para a geração de alegrias em volta de ti.
Todos os grandes líderes da Humanidade lutaram até lograr sua meta — alcançar o que haviam elegido como felicidade, como fundamental para a contínua busca.
Buda renunciou a todo conforto principesco para atingir a iluminação.
Maomé sofreu perseguições e permaneceu indômito até lograr sua meta.
Gandhi foi preso inúmeras vezes, sem reagir, fiel aos planos da não-violência e da liberdade para o seu povo.
E Jesus preferiu a cruz infamante à mudança de comportamento fixado no amor.
Todos quantos anelam pela integração com a Consciência Cósmica geram simpatia e animosidade no mundo, estando sempre a braços com os sentimentos desencontrados dos outros, porém fiéis a si mesmos, com quem sempre contam, tanto quanto, naturalmente, com Deus.
Quando se elege uma existência enriquecida de paz e bem-estar, não se está eximindo ao sofrimento, às lutas, às dificuldades que aparecem. Pelo contrário, eles sempre surgem como desafios perturbadores, que a pessoa deve enfrentar, sem perder o rumo nem alterar o prazer que experimenta na preservação do comportamento elegido. Transforma, dessa maneira, os estímulos afligentes em contribuição positiva, não se lamentando, não sofrendo, não desistindo.
Quem, na luta, apenas vê sofrimento, possui conduta patológica, necessitando de tratamento adequado.
A vida é bênção, e deve ser mantida saudável, alegre, promissora, mesmo quando sob a injunção libertadora de provas e expiações.
Tornando tua vida agradável, serão frutíferos e ensolarados todos os teus dias."

"Momentos de Saúde", Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

domingo, 12 de agosto de 2018

"CANDEIA"



 




"A candeia luminosa, acima do velador, não é somente um problema de verbalismo doutrinário.


Claro que as nossas convicções públicas revelam pensamento aberto e coração arejado, na sincera demonstração de nossas concepções mais íntimas. O ensinamento do Cristo, porém, lançou raízes mais profundas no solo do nosso entendimento.

A lâmpada acesa da lição divina é, antes de tudo, o símbolo de nossa atitude positiva, nos variados ângulos da existência.

O discípulo do Evangelho é convidado a afirmar-se, no mundo, a cada instante.

Se foste ofendido, não conserves a luz do perdão nas dobras obscuras dos melindres enfermiços.

Se encontraste a dificuldade, não escondas a coragem nos resvaladouros da fuga.

Se foste surpreendido pela provação, não enterres o talento da fé no deserto do desânimo.

Se foste tocado pela dor, não arremesses a esperança ao despenhadeiro da indiferença.

Se sofres perseguição e calúnia, não arrojes a oração no precipício do desespero.

Se a luta te impôs a marcha entre espinhos, oferecendo-te fel e vinagre, não ocultes o teu valor espiritual, sob os detritos da inconformação ou do desalento.

Faz a tua viagem na Terra, em companhia do Amigo Celestial, de coração elevado à Vontade Divina, de cabeça erguida na fidelidade à religião do dever bem cumprido, de consciência edificada no bem invariável e de braços activos e diligentes na plantação das boas obras.
Não disfarces os teus conhecimentos de ordem superior e aprende a usá-los, em benefício dos semelhantes e em favor de ti mesmo, porque assim, ainda mesmo que o sacrifício supremo na cruz se te faça prémio entre os homens, adquirirás na Vida Maior a felicidade de haver buscado a luz da própria sublimação."
"Nascer e Renascer", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier

sábado, 11 de agosto de 2018

"JESUS, O INCOMPARÁVEL"

 
 
 
 
"Vencendo os milênios que nos separam do Seu berço, ninguém que se Lhe equipare ou sequer apresente as características que O assinalaram.
Havendo nascido em um recinto modesto e quase desprezível, transformou-o num esplêndido reduto de luzes e de harmonias gloriosas.
Residindo mais tarde em uma aldeia desconhecida, tornou-a imortal na História, na literatura e na memória dos tempos.
Convivendo com as pessoas do Seu pequeno burgo, evitou destacar-se, mantendo-se simples e de relacionamento afável, de forma a não os perturbar ou provocar celeuma antes do momento.
Fiel servidor das Divinas Leis, trabalhou na pequena carpintaria do pai sem alarde ou demonstração inoportuna de superioridade.
Conhecendo a tarefa para a qual viera, não se precipitou, tampouco postergou a hora em que se deveria desvelar. E o fez de maneira natural, sem alarde nem provocação, quando tomou do texto de Isaías, inserto no Testamento Antigo e, em plena sinagoga, interpretou-o com inusitada acuidade, deixando-se identificar como o Messias.
Compreendeu a reação de surpresa dos Seus coevos e familiares que, tomados de espanto e ira, atiraram-se contra Ele, ameaçando-O de morte. Mas não reagiu, nem os agrediu com palavras ou ações que desmentissem o Seu ministério de amor, quando predominavam as sombras da ignorância e da perversidade.
Sem qualquer acusação, deixou aqueles sítios e partiu para a gentil Galiléia, onde as almas simples e desataviadas, sedentas de paz, cansadas de sofrimentos e humilhações, anelavam pela oportunidade de serem livres do jugo cruel da servidão e realmente felizes.
Entre os pobres e desafortunados, os sofredores e puros de coração, entoou o Seu hino de amor à Vida como dantes jamais alguém o fizera, e depois nunca mais se repetiria.
A Sua canção de misericórdia e de ação temperada pela sabedoria arrebatou as gentes de todos aqueles rincões, que abririam espaço para se alargarem pelas terras do futuro, dando início à Era da fraternidade que, embora ainda não vivida, já se encontra instalada desde aqueles inesquecíveis momentos.
A Sua revolução diferiu de todas as que a precederam e a sucederiam, porquanto, tratava-se de lutas contínuas nas paisagens do coração contra as más inclinações, as tendências primárias e as heranças asselvajadas do período primitivo.
Amando a todos sem distinção, até mesmo àqueles que obstinadamente O perseguiam e tentavam malsinar-Lhe as horas, Jesus permaneceu incomparável, ensinando compaixão e ternura, trabalho e confança irrestrita em Deus.
Ninguém jamais se Lhe equipararia!
*
Os grandes gênios da fé que O precederam e os nobres missionários do amor que O sucederam foram, respectivamente, Seus mensageiros que Lhe deveriam preparar o advento e continuadores insistindo na preservação dos Seus ensinamentos e atitudes.
Esse homem nascido em Belém e morador em Nazaré, dividiu os fastos históricos, assinalando a Sua trajetória com os incomparáveis testemunhos da Sua elevação.
Quando provocado pelo farisaísmo compreendia a fúria do despeito e da mesquinhez humana, lamentando o atraso moral daqueles que se Lhe apresentavam como adversários. Admoestava-os e esclarecia-os, embora eles não desejassem respostas honestas, porque os seus eram os objetivos perversos...
Visitado pelo sofrimento dos indivíduos e das massas, não obstante sabendo da transitoriedade do corpo físico, renovava os enfermos e curava-lhes as mazelas, advertindo-os quanto aos valores imperecíveis do Espírito.
Acusado de atitudes que se chocavam contra a Lei e os Profetas, informava que não os veio combater, mas vitalizá-los e dar-lhes cumprimento.
Tentado pela hipocrisia e envolvido nas malhas das insensatas ciladas, destrinchava os fios envolventes e devolvia-os aos sistemáticos perseguidores.
Jamais se escusou aos enfrentamentos promovidos pela perversidade dos pigmeus morais, mesmo conhecendo-lhes as artimanhas e propósitos nefastos. Também nunca se recusou a esclarecer qual era a Sua tarefa e quais as bases da Sua revolução, estruturadas no amor a Deus, ao próximo e a si mesmo.
Nunca desmentiu os postulados propostos nos Seus sermões, mediante uma conduta dúbia ante as ameaças e malquerenças que se Lhe apresentavam a cada momento.
Resistiu a todos os tipos de tentação na Sua humanidade, avançando sempre no rumo do holocausto sem qualquer tipo de revolta ou de insegurança quanto aos valores esposados e divulgados.
Profundo conhecedor da psicologia humana, jamais se utilizou desse recurso incomum para humilhar ou submeter quem quer que fosse ao Seu ministério. Pelo contrário, dele se utilizava para identificar as causas transatas geradoras dos sofrimentos que os aturdiam e para aplicar a terapêutica mais conveniente em relação aos múltiplos distúrbios que os afligiam.
Perfeitamente identificado com Deus, não fingiu ser-Lhe igual e jamais se Lhe equiparou, informando sempre ser o Filho, o Embaixador, o Caminho para a Verdade e para a Vida...
Confundido com os profetas que O precederam, revelou a própria procedência, informando que aqueles que vieram antes realizaram o seu mister com elevação, mas a Sua era a confirmação de tudo quanto ensinaram no seu tempo.
Incomparável, Jesus, o Homem libertador de todos os homens e mulheres!
*
A humanidade sempre recebeu no transcurso da História guias admiráveis, que vieram iluminar as sombras dominantes.
Em cada povo e em todos os tempos surgiram missionários incomuns, que demonstraram a vacuidade da vida física e a perenidade do ser espiritual, convidando à reflexão e à conquista da liberdade total.
Alguns tiveram a existência assinalada por muitos conflitos antes da revelação que os transformou; outros sentiram o impulso interno e romperam com os preconceitos e condicionamentos existentes, trazendo o conhecimento e a vivência do dever como essenciais, à conquista da paz.
Diversos se imolaram em testemunho do que ensinavam, mas só Jesus é o Modelo e Guia nunca ultrapassado ou sequer igualado.
Havendo chegado à Terra na condição de Espírito puro, por haver realizado o Seu processo de evolução em outra dimensão, permanece como o Homem incomparável para conduzir a humanidade na direção do inefável amor de Deus."
"Nascente de Bençãos", Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

"PERANTE A FELICIDADE"









"O problema da felicidade está sempre condicionado ao foro íntimo.
*
        E porque, ainda mesmo nos assuntos mais transcendentes, não podemos prescindir da simplicidade, em auxílio à nossa argumentação, invocamos a natureza, em cujos degraus evolutivos, é possível observar as crisálidas de consciência nas limitações relativas a que se ajustam.
*
        Vemos que cada ser nos círculos inferiores à escola humana, possui as alegrias que lhe são próprias.
        Para o corvo, a felicidade é a penetração nos detritos.
        Para a serpente, é a absorção do veneno com que se fortalece na defensiva.
        Para a coruja é a excursão nas trevas.
        Para a lesma é a ociosidade incessante.
        Para a andorinha é o culto da primavera onde a primavera fulgure.
        Para a fonte é o serviço a todos.
        Para a árvore é a incansável beneficência.
        Para o sol é o privilégio de servir em luminosa doação de si mesmo.
*
        Cada espírito, qual acontece aos elementos mais simples, demora-se mais ou menos na atitude mental que se lhe afigura como sendo a aspiração satisfeita.
*
        Para muitos, a felicidade é a imersão na preguiça e no ódio, na discórdia e na crueldade, na penúria e na ignorância, no desalento e na rebeldia.
        Entretanto, para as almas acordadas na Revelação do Cristo, a felicidade é a construção de si mesmas para a comunhão ideal com Deus.
*
        Se já despertaste para a verdade, aceita o trabalho e a renúncia, as aflições e as penas da estância física por abençoado material de sua própria edificação.
*
        E, aprendendo e servindo infatigavelmente, sem qualquer inventário de sacrifícios e sem qualquer preocupação pelo tempo adequado ao reajuste, conseguirás o equilíbrio interior, tecendo com a própria luta, as asas com que librarás nos cimos da vida, em pleno triunfo."

“Nós”, Emmanuel/ Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

"NA JORNANDA EVOLUTIVA"


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"Dos quatro cantos da Terra diariamente partem viajores humanos, aos milhares, demandando o país da Morte. Vão-se de ilustres centros da cultura européia, de tumultuárias cidades americanas, de velhos círculos asiáticos, de ásperos climas africanos. Procedem das metrópoles, das vilas, dos campos ... 

Raros viveram nos montes da sublimação, vinculados aos deveres nobilitantes. A maioria constitui-se de menores de espírito, em luta pela outorga de títulos que lhes exaltem a personalidade. Não chegaram a ser homens completos. Atravessaram o “mare magnum” da humanidade em contínua experimentação. Muita vez, acomodaram-se com os vícios de toda a sorte, demorando voluntariamente nos trilhos da insensatez. Apesar disso, porém, quase sempre se atribuíam a indébita condição de “eleitos da Providência”; e, cristalizados em tal suposição, aplicavam a justiça ao próximo, sem se compenetrarem das próprias faltas, esperando um paraíso de graças para si e um inferno de intérmino tormento para os outros. Quando perdidos nos intrincados meandros do materialismo cego, fiavam, sem justificativa, que no túmulo se lhes encerraria a memória; e, se filiados a escolas religiosas, raros excetuados, contavam, levianos e inconseqüentes, com privilégios que jamais nada fizeram por merecer. 

Onde albergar a estranha e infinita caravana? Como designar a mesma estação de destino a viajantes de cultura, posição e bagagem tão diversas? 

Perante a Suprema Justiça, o malgache e o inglês fruem dos mesmos direitos. Provavelmente, porém, estarão distanciados entre si, pela conduta individual, diante da Lei Divina, que distingue, invariavelmente, a virtude e o crime, o trabalho e a ociosidade, a verdade e a simulação, a boa vontade e a indiferença. Da contínua peregrinação do sepulcro, participam, todavia, santos e malfeitores, homens diligentes e homens preguiçosos. 

Como avaliar por bitola única recipientes heterogêneos? Considerando, porém, nossa origem comum, não somos todos filhos do mesmo Pai? E por que motivo fulminar com inapelável condenação os delinqüentes, se o dicionário divino inscreve a letras de logo as palavras “regeneração”, “amor” e “misericórdia”? Determinaria o Senhor o cultivo compulsório da esperança entre as criaturas, ao passo que Ele mesmo, de Sua parte, desesperaria? Glorificaria a boa vontade, entre os homens, e conservar-se-ia no cárcere escuro da negação? O selvagem que haja eliminado os semelhantes, a flechadas, teria recebido no mundo as mesmas oportunidades de aprender que felicitam o europeu supercivilizado, que extermina o próximo à metralhadora? Estariam ambos preparados ao ingresso definitivo no paraíso de bem-aventurança infindável tão somente pelo batismo simbólico ou graças a tardio arrependimento no leito de morte? 

A lógica e o bom-senso nem sempre se compadecem com argumentos teológicos imutáveis. A vida nunca interrompe atividades naturais, por imposição de dogmas estatuídos de artifício. E, se mera obra de arte humana, cujo termo é a bolorenta placidez dos museus, exige a paciência de anos para ser empreendida e realizada, que dizer da obra sublime do aperfeiçoamento da alma, destinada a glórias imarcescíveis? 

Vários companheiros de ideal estranham a cooperação de André Luiz, que nos tece informações sobre alguns setores das esferas mais próximas ao comum dos mortais. 

Iludidos na teoria do menor esforço, inexistente nos círculos elevados, contavam com preeminência pessoal, sem nenhum testemunho de serviço e distantes do trabalho digno, em um céu de gozos contemplativos, exuberante de conforto melífico. Prefeririam a despreocupação das galerias, em beatitude permanente,onde a grandeza divina se limitaria a prodigiosos espetáculos, cujos números mais surpreendentes estariam a cargo dos Espíritos Superiores, convertidos em jograis de vestidura brilhante. 

A missão de André Luiz é, porém, a de revelar os tesouros de que somos herdeiros felizes na Eternidade, riquezas imperecíveis; em cuja posse jamais entraremos sem a indispensável aquisição de Sabedoria e de Amor. 

Para isto, não lidamos em milagrosos laboratórios de felicidade improvisada, onde se adquiram dotes de vil preço e ordiná- rias asas de cera. Somos filhos de Deus, em crescimento. Seja nos campos de forças condensadas, quais os da luta física, seja nas esferas de energias sutis, quais as do plano superior, os ascendentes que nos presidem os destinos são de ordem evolutiva, pura e simples, com indefectível justiça a seguirmos de perto, à claridade gloriosa e compassiva do Divino Amor. 

A morte a ninguém propiciará passaporte gratuito para a ventura celeste. Nunca promoverá compulsoriamente homens a anjos. Cada criatura transporá essa aduana da eternidade com a exclusiva bagagem do que houver semeado e aprenderá que a ordem e a hierarquia, a paz do trabalho edificante, são característicos imutá- veis da Lei, em toda parte. 

Ninguém, depois do sepulcro, gozará de um descanso a que não tenha feito jus, porque “o Reino do Senhor não vem com aparências externas”.

 Os companheiros que compreendem, na experiência humana, a escada sublime, cujos degraus há que vencer a preço de suor, com o proveito das bênçãos celestiais, dentro da prática incessante do bem, não se surpreenderão com as narrativas do mensageiro interessado no servir por amor. Sabem eles que não teriam recebido o dom da vida para matar o tempo, nem a dádiva da fé para confundir os semelhantes, absorvidos, que se acham, na execução dos Divinos Desígnios. Todavia, aos crentes do favoritismo,  presos à teia de velhas ilusões, ainda quando se apresentem com os mais respeitáveis títulos, as afirmativas do emissário fraternal provocarão descontentamento e perplexidade. 

É natural,  porém, cada lavrador respira o ar do campo que escolheu. 

 Para todos, contudo, exoramos a bênção do Eterno: tanto para eles, quanto para nós." 

EMMANUEL 
Pedro Leopoldo, 25 de março de 1947. 

("PrefáciO da obra "No Mundo Maior", André Luiz/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

"OUTRO DIA"


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"Afirmas, coração, que tudo te falhou:
Felicidade, amor, confiança, promessa...
Rogas socorro e amparo de alma opressa
Para esquecer o fel que te agonia!...
Recordemos, no entanto, a natureza,
Tudo espera por Deus: o céu, a vida, o solo,
Ante a luz matinal que aclama, polo a polo:
- Outro dia, outro dia!...

Calamidades surgem...Terremotos
Lançam em torvo abismo as obras do homem,
Não se enumera as glórias que consomem
Na desordem sombria!...
Passada a convulsão, a gleba se renova,
E, enquanto ouves canções de tratores e enxadas,
Dizem rosas nas sebes orvalhadas:
- Outro dia, outro dia!...

Pensa no campo, à noite, em tempestade,
Verga-se a planta em furacão violento,
A galharia estala em desalento,
Mas o tronco porfia...
Garante os ninhos frágeis que agasalha
E, quando a aurora se desencastela,
Entoa a passarada a oração doce e bela:
- Outro dia, outro dia!...

Cai pesada barranca sobre a fonte,
Enodoa-lhe a face alegre e pura...
A fonte acolhe e abraça a lama escura
Que a deslustra e injuria,
Vence, calma, o tropeço que a constrange
E em vez de revoltar-se, agitando a corrente,
Trabalha e canta em paz, seguindo para a frente:
- Outro dia, outro dia!...


Assim no mundo, coração cansado,
Se a dor te busca, amargurosa e austera,
Nunca te desanimes!...Sofre, espera,
Lua, serve, confia!...
E escutarás na fé que te abençoa,
Sem que a palavra humana logre formulá-la,
A eterna voz de Deus que te levanta e fala:
- Outro dia, outro dia!..."


Maria Dolores, na obra "Notícias do Além",
 Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier