domingo, 30 de junho de 2013

"ELE ATENDERÁ"



"Quando atravesses um instante considerado terrível, na jornada redentora da Terra,
recorda que o desespero é capaz de suprimir-te a visão ou barrar-te o caminho.
Para muitos, esse minuto estranho aparece na figura da enfermidade; para outros, na
forma da cinza com que a morte lhes subtrai temporariamente o sorriso de um ente
amado.
Em muitos lugares, guarda a feição de crise espiritual, aniquilando a esperança; e, em
outros ainda, ei-lo que surge por avalanche de provas encadeadas, baldando a energia.
Ninguém escapa aos topes de luta, que diferem para cada um de nós, segundo os
objetivos que procuramos nas conquistas do Espírito.
Esse jaz atormentado de tentações, aquele padece abandono, aquele outro chora
oportunidades perdidas e mais outro lamenta os desenganos da própria queda.
Se chegaste a instante assim, obscurecido por nuvens de lágrimas, arrima-te à paciência,
ouve a fé, aconselha-te com a reflexão e medita com a serenidade, mas não procures a
opinião de esmorecimento.
Desânimo é fruto envenenado da ilusão que alimentamos a nosso respeito. Ele nos faz
sentir pretensamente superiores a milhares de irmãos que, retendo qualidades não menos
dignas que as nossas, carregam por amor fardos de sacrifício, dos quais diminutas
parcelas nos esmagariam os ombros.
Venha o desânimo como vier, certifica-te de que a forma ideal para arredar-lhe a sombra
será compreender, auxiliar e servir sempre.
Guardes o coração conturbado ou ferido, magoado ou desfalecente, serve em favor dos
que te amparem ou desajudem, entendam ou caluniem.
Ainda que todos os apoios humanos te falhem de improviso, nada precisas temer.
Tens contigo, à frente e à retaguarda, à esquerda e à direita, a força do companheiro
invisível que te resolve os problemas sem perguntar e que te provê com todos os recursos
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indispensáveis à paz e à sustentação de teus dias. Ele que ama, trabalha e serve sem
descanso, espera que ames, trabalhes e sirvas quanto possas.
Sem que o saibas, ele te acompanha os pequeninos progressos e se regozija com os teus
mais íntimos triunfos, assegurando-te tranqüilidade e vitória. Ele que te salvou ontem,
salvará também hoje.
Em qualquer tempo, lugar, dia ou circunstância, em que te sintas à beira da queda na
tentação ou na angustia, chama por Ele.
Ele te atenderá pelo nome de Deus."

("Rumo Certo", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 27 de junho de 2013

"A VIDA..."



“A vida é um jogo de circunstâncias que todo espírito deve entrosar para o bem, no mecanismo do seu destino.”

(“Há Dois Mil Anos, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 25 de junho de 2013

"NOSSO PROBLEMA É SEMPRE O MAIOR"


"Ele era jovem, bonito e herdeiro de vasta fortuna. Requisitado pelas moças, por onde quer que transitasse. Algumas, porque lhe admiravam a juventude, o cavalheirismo, a beleza.

Outras, porque nele vislumbravam a segurança econômica, que poderia ser alcançada por meio de vantajoso consórcio matrimonial.

Transcorriam felizes os dias até o momento em que um acidente lhe retirou a capacidade visual.

A revolta se instalou. Como viver sem o precioso sentido da visão?

Os médicos consultados não foram unânimes em seus prognósticos. Uns afirmaram que a questão era irreversível. Outros acenaram-lhe com a possibilidade de tornar a ver.

Como o tempo se arrastasse, sem alteração do quadro e desejando que o filho se adequasse à nova realidade, o pai contratou profissional orientadora.

A senhora, amadurecida na experiência, pacientemente foi vencendo a revolta do jovem e lhe mostrou como ele poderia se locomover pela casa, subindo e descendo as escadas, transitando de um aposento a outro.

Convidou-o a aguçar a audição e lhe demonstrou a diferença entre o ruído do café sendo despejado na xícara vazia e quando estava quase cheia.

Ensinou-o a reconhecer, pelo tato, móveis e objetos, burilando-lhe a capacidade de percepção.

Ante fracassos, pequenas quedas ou a incapacidade de realizar algo que desejava, o jovem ficava muito angustiado, em quase desespero.

Achava-se um inútil. Nessas horas, a bondosa professora lhe falava com calma, incentivando-o a tudo superar.

Irritado, ele respondia de forma grosseira e lhe dizia que para ela tudo era muito fácil, pois podia enxergar.

Sem se alterar, ela prosseguia no seu ensino.

Então, um dia, algo inusitado aconteceu. Ele percebeu um raio de sol lhe ferindo os olhos.

Infinitamente alegre, deu-se conta que voltara a enxergar. Entre gritos de alegrias, chamou o pai, o irmão, comemorando com efusivos abraços a ventura.

Por fim, lembrou-se da orientadora e correu a dar-lhe a notícia.

Então, e somente então, descobriu: aquela a quem tantas vezes ele ofendera, com palavras ásperas, dizendo que para ela tudo era fácil por poder enxergar, era uma senhora totalmente cega.

Arrependido, abraçou-a e lhe rogou perdão...

* * *

Quantas vezes teremos agido como esse jovem? Quantas vezes, em repartições públicas, teremos dito a quem nos atende que ele não pode aquilatar do nosso problema porque ele não os tem?

Quantas vezes, em ambientes hospitalares, para atendentes e enfermeiros, teremos manifestado nossa revolta, dizendo que eles não sabem o que é estar doente ou sentir dor?

Quantas vezes teremos ferido um coração em chaga viva, dizendo que ele é insensível e não pode nos entender porque nunca sofreu na vida?

* * *

Não sabemos quanta dor esconde um sorriso. O profissional de qualquer área sofre tanto ou mais do que nós mesmos.

E se não esbraveja, nem manifesta sua problemática, é porque aprendeu a se superar, para melhor servir.

Aprendeu a represar as lágrimas para enxugar o pranto alheio. Exercitou-se no suportar agruras a fim de estender o bálsamo nas alheias dores.

Pensemos nisso. As aparências nem sempre demonstram a realidade e onde pensamos que somente haja felicidade, escondem-se, por vezes, dolorosas chagas. "

Redação do Momento Espírita.

Em 24.6.2013

segunda-feira, 24 de junho de 2013

"NINGUÉM EXISTE SEM..."



“Ninguém existe sem necessidade de apoio nas trilhas da evolução.”
(Meimei, na obra “Momentos de Ouro”, Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 22 de junho de 2013

"A DIFERENÇA"


"A reunião alcançava a parte final. E, na organização mediúnica, Bezerra de Menezes retinha a palavra.
O benfeitor desencarnado distribuía consolações, quando um companheiro o alvejou com azedume:
— Bezerra, não concordo com tanta máscara no ambiente espírita. Estou cansado de tartufismo. Falo contra mim mesmo. Posso, acaso, dizer que sou espírita-cristão? Vejo-me fustigado por egoísmo e intolerância, avareza e ciúme; cometo desatenções e disparates; reconheço-me freqüentemente caído em maledicência e cobiça; ainda não venci a desconfiança, nem a propensão para ressentir-me; quando menos espero, chafurdo-me nos erros da vaidade e do orgulho; involuntariamente, articulo ofensas contra o próximo; a ambição mora comigo e, por isso, agrido os meus semelhantes com toda a força de minha brutalidade; a crítica, o despeito, a maldade e a imperfeição me seguem constantemente. Posso declarar-me espírita com tantos defeitos?
O venerável orientador espiritual respondeu, sereno:
— Eu também, meu amigo, ainda estou em meio de todas essas mazelas e sou espírita-cristão...
— Como assim? — revidou o consulente agitado.
— Perfeitamente — concluiu Bezerra, sem alterar-se. — Todas essas qualidades negati-vas ainda me acompanham... Só existe, porém, um ponto, meu caro, que não posso esquecer. É que, antes de ser espírita-cristão, eu fazia força para correr atrás de todas elas e agora, que sou cristão e espírita, faço força para fugir delas todas...
E, sorrindo:
— Como vê, há muita diferença."

(Irmão X, na obra "Momentos de Ouro", Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 18 de junho de 2013

"APASCENTA"


 


“Apascenta as minhas ovelhas.”
Jesus (João, 21:17)
 

"Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão Pedro para que lhe continuasse o apostolado.
Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.
Nem gritos, nem xingamentos.
Nem cadeia, nem forca.
Nem chicote, nem vara.
Nem castigo, nem imposição.
Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.
Nem lamentação, nem desespero.
“Pedro, apascenta as minhas ovelhas!”
Isso equivale a dizer: — Irmão, sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo.
Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, do qual a lição benéfica surgirá depois.
Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.
Educa sempre.
Revela-te por trabalhador fiel.
Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e frágeis que te acompanham os passos.
Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do
desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.
Não analises, destruindo.
O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.
Alimenta a "boa parte" do teu irmão e segue para diante.
A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto."


("Fonte Viva",Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 15 de junho de 2013

"SEPULCROS ABERTOS"

 
"A sua garganta é um sepulcro aberto.”
Paulo (Romanos, 3:13)
 

 
"Reportando-se aos espíritos transviados da luz, asseverou Paulo que têm a garganta semelhante a sepulcro aberto e, nessa imagem, podemos emoldurar muitos companheiros, quando se afastam da Estrada Real do Evangelho para os trilhos escabrosos do personalismo delinqüente.

Logo se instalam no império escuro do "eu", olvidando as obrigações que nos situam no Reino Divino da Universalidade, transfigura .se lhes a garganta em verdadeiro túmulo descerrado. Deixam escapar todo o fel envenenado que lhes transborda do íntimo, à maneira dum vaso de lodo, e passam a sintonizar, exclusivamente, com os males que ainda apoquentam vizinhos, amigos e companheiros.

Enxergam apenas os defeitos, os pontos frágeis e as zonas enfermiças das pessoas de boa-vontade que lhes partilham a marcha.

Tecem longos comentários no exame de úlceras alheias, ao invés de curá-las.

Eliminam precioso tempo em palestras compridas e feri nas, enegrecendo as intenções dos outros.

Sobrecarregam a imaginação de quadros deprimentes, nos domínios da suspeita e da intemperança mental.

Sobretudo, queixam-se de tudo e de todos.

Projetam emanações entorpecentes de má-fé, estendendo o desânimo e a desconfiança contra a prosperidade da santificação, por onde passam, crestando as flores da esperança e aniquilando os frutos imaturos da caridade.

Semelhantes aprendizes, profundamente desventurados pela conduta a que se acolhem, afiguram .se nos, de fato, sepulcros abertos...

Exalam ruínas e tóxicos de morte.

Quando te desviares, pois, para o resvaladiço terreno das lamentações e das acusações, quase sempre indébitas, reconsidera os teus passos espirituais e recorda que a nossa garganta deve ser consagrada ao bem, pois só assim se expressará, por ela, o verbo sublime do Senhor."

("Jesus no Lar", Neio Lúcio/Francisco Cândido Xavier)
 





sexta-feira, 14 de junho de 2013

"O AUXÍLIO MÚTUO

"Diante dos companheiros, André leu expressivo trecho de Isaías e falou, comovido, quanto às necessidades da salvação.

Comentou Mateus os aspectos menos agradáveis do trabalho e Filipe opinou que é sempre muito difícil atender à própria situação, quando nos consagramos ao socorro dos outros.

Jesus ouvia os apóstolos em silêncio e, quando as discussões, em derredor, se enfraqueceram, comentou, muito simples:

— Em zona montanhosa, através de região deserta, caminhavam dois velhos amigos, ambos enfermos, cada qual a defender-se, quanto possível, contra os golpes do ar gelado, quando foram surpreendidos por uma criança semimorta, na estrada, ao sabor da ventania de inverno.

Um deles fixou o singular achado e clamou, irritadiço: — “Não perderei tempo. A hora exige cuidado para comigo mesmo. Sigamos à frente”.

O outro, porém, mais piedoso, considerou:

— “Amigo, salvemos o pequenino. É nosso irmão em humanidade”.

— “Não posso — disse o companheiro, endurecido —, sinto-me cansado e doente. Este desconhecido seria um peso insuportável. Temos frio e tempestade. Precisamos ganhar a aldeia próxima sem perda de minutos”.

E avançou para diante em largas passadas.

O viajor de bom sentimento, contudo, inclinou-se para o menino estendido, demorou-se alguns minutos colando-o paternalmente ao próprio peito e, aconchegando-o ainda mais, marchou adiante, embora menos rápido.

A chuva gelada caiu, metódica, pela noite a dentro, mas ele, sobraçando o valioso fardo, depois de muito tempo atingiu a hospedaria do povoado que buscava. Com enorme surpresa porém, não encontrou aí o colega que o precedera. Somente no dia imediato, depois de minuciosa procura, foi o infeliz viajante encontrado sem vida, num desvão do caminho alagado.

Seguindo à pressa e a sós, com a idéia egoística de preservar-se, não resistiu à onda de frio que se fizera violenta e tombou encharcado, sem recursos com que pudesse fazer face ao congelamento, enquanto que o companheiro, recebendo, em troca, o suave calor da criança que sustentava junto do próprio coração, superou os obstáculos da noite frígida, guardando-se indene de semelhante desastre. Descobrira a sublimidade do auxílio mútuo... Ajudando ao menino abandonado, ajudava a si mesmo avançando com sacrifício para ser útil a outrem, conseguira triunfar dos percalços da senda, alcançando as bênçãos da salvação recíproca.

A história singela deixara os discípulos surpreendidos e sensibilizados.

Terna admiração transparecia nos olhos úmidos das mulheres humildes que acompanhavam a reunião, ao passo que os homens se entreolhavam, espantados.

Foi então que Jesus, depois de curto silêncio, concluiu expressivamente:

— As mais eloqüentes e exatas testemunhas de um homem, perante o Pai Supremo, são as suas próprias obras. Aqueles que amparamos constituem nosso sustentáculo. O coração que socorremos converter-se-á agora ou mais tarde em recurso a nosso favor. Ninguém duvide.

Um homem sozinho é simplesmente um adorno vivo da solidão, mas aquele que coopera em benefício do próximo é credor do auxílio comum. Ajudando, seremos ajudados. Dando, receberemos: esta é a Lei Divina."

("Jesus no Lar", Neio Lúcio/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 12 de junho de 2013

"PERSISTE E SEGUE"




“Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados"
Paulo (Hebreus,12:12)

"O lavrador desatento quase sempre escuta as sugestões do cansaço.
Interrompe o serviço, em razão da tempestade, e a inundação lhe rouba a obra começada e lhe aniquila a coragem incipiente.
Descansa, em virtude dos calos que a enxada lhe ofereceu, e os vermes se incumbem de anular-lhe o serviço.
Levanta as mãos, no princípio, mas não sabe tornar a levantá-las, na continuidade da tarefa, e perde a colheita.
O viajor, por sua vez, quando invigilante, não sabe chegar convenientemente ao termo da jornada.
Queixa-se da canícula e adormece na penumbra de ilusórios abrigos, onde inesperados perigos o surpreendem. De outras vezes, salienta a importância dos pés ensangüentados e deitase às margens da senda, transformando-se em mendigo comum.
Usa os joelhos sadios, não se dispondo, todavia, a mobilizá-los quando desconjuntados e feridos, e perde a alegria de alcançar a meta na ocasião prevista. Assim acontece conosco na jornada espiritual.
A luta é o meio.
O aprimoramento é o fim.
A desilusão amarga.
A dificuldade complica.
A ingratidão dói.
A maldade fere.
Todavia, se abandonarmos o campo do coração por não sabermos levantar as mãos, de novo, no esforço persistente, os vermes do desânimo proliferarão, precipites, no centro de nossas mais caras esperanças, e se não quisermos marchar, de joelhos desconjuntados, é possível sejamos retidos pela sombra de falsos refúgios, durante séculos consecutivos."

("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)




 

terça-feira, 11 de junho de 2013

"QUANTO MAIS..."



"Quanto mais próximo do estado primitivo, mais material é o homem."

("O Céu e o Inferno", Allan Kardec)

segunda-feira, 10 de junho de 2013

"TEMPO E DEUS"



"Não te deixes vencer pela hora vazia.
Cérebro sem trabalho. É reduto de sombra.
Casa desocupada. Guarda animais daninhos.
Tempo que te pertença, podes dá-lo em serviço.
Qualquer auxílio a outrem. É socorro a ti mesmo.
Não desprezes o tempo, que o tempo vem de Deus."


("Caminhos", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 9 de junho de 2013

"COM AMOR"

 
 
“E, sobre tudo isto, revestivos de caridade, que é o vínculo da perfeição.”
Paulo (Colossenses, 3:14)
 
"Todo discípulo do Evangelho precisará coragem para atacar os serviços da redenção de si mesmo.




Nenhum dispensará as armaduras da fé, a fim de marchar com desassombro sob tempestades. O caminho de resgate e elevação permanece cheio de espinhos.

O trabalho constituir-se-á de lutas, de sofrimentos, de sacrifícios, de suor, de testemunhos.

Toda a preparação é necessária, no capítulo da resistência; entretanto, sobre tudo isto é indispensável revestirse

nossa alma de caridade, que é amor sublime.

A nobreza de caráter, a confiança, a benevolência, a fé, a ciência, a penetração, os dons e as possibilidades são fios preciosos, mas o amor é o tear divino que os entrelaçará, tecendo a túnica da perfeição espiritual.

A disciplina e a educação, a escola e a cultura, o esforço e a obra, são flores e frutos na árvore da vida, todavia, o amor é a raiz eterna.

Mas, como amaremos no serviço diário?

Renovemo-nos no espírito do Senhor e compreendamos os nossos semelhantes.

Auxiliemos em silêncio, entendendo a situação de cada um, temperando a bondade com a energia, e a fraternidade com a justiça.

Ouçamos a sugestão do amor, a cada passo, na senda evolutiva.

Quem ama, compreende; e quem compreende, trabalha pelo mundo melhor."

("Vinha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 7 de junho de 2013

"PARÁBOLA DO MAU RICO"

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"5.Havia um homem rico, que vestia púrpura e linho e se tratava magnificamente todos os dias. - Havia também um pobre, chamado Lázaro, deitado à sua porta, todo coberto de úlceras, - que muito estimaria poder mitigar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico; mas ,ninguém lhas dava e os cães lhe viam lamber as chagas.

-Ora, aconteceu que esse pobre morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão. O rico também morreu e teve por sepulcro o inferno. - Quando se achava nos tormentos, levantou os olhos e via de longe Abraão e Lázaro em seu seio - e, exclamando, disse estas palavras: Pai Abraão, tem piedade de mim e manda-me Lázaro, a fim de que molhe a ponta do dedo na água para me refrescar a língua, pois sofro horrível tormento nestas chamas.
 
Mas Abraão lhe respondeu: Meu filho, lembra-te de que recebeste em vida teus bens e de que Lázaro só teve males; por isso, ele agora esta na consolação e tu nos tormentos.

Ao demais, existe para sempre um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que queiram passar daqui para aí não o podem, como também ninguém pode passar do lugar onde estás para aqui.

Disse o rico: Eu então te suplico, pai Abraão, que o mandes à casa de meu pai, - onde tenho cinco irmãos, a dar-lhes testemunho destas coisas, a fim de que não venham também eles para este lugar de tormento. - Abraão lhe retrucou: Eles têm Moisés e os profetas; que os escutem. - Não, meu pai Abraão, disse o rico: se algum dos mortos for ter com eles, farão penitência. - Respondeu-lhe Abraão: Se eles não ouvem a Moisés, nem aos profetas, também não acreditarão, ainda mesmo que algum dos mortos ressuscite. (S. LUCAS, cap. XVI, vv. 19 a 31.)"

("O Evangelho Segundo o Espiritismo", Allan Kardec)

quarta-feira, 5 de junho de 2013

"TRABALHA, ESTUDA, SERVE E AJUDA..."

"Trabalha, estuda, serve e ajuda sempre, em busca das esferas superiores, e sentirás o Cristo operante ao teu lado, nas relações de cada dia."
 
("Pão Nosso", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)


terça-feira, 4 de junho de 2013

"AS PREDISPOSIÇÕES INSTINTIVAS QUE O HOMEM TRAZ AO NASCER NÃO SÃO UM OBSTÁCULO AO EXERCÍCIO DO LIVRE- ARBÍTRIO?"

"845 As predisposições instintivas que o homem traz ao nascer não são um obstáculo ao exercício do livre-arbítrio?

– As predisposições instintivas são do Espírito antes de sua encarnação; conforme é mais ou menos adiantado, podem levá-lo a praticar atos condenáveis, e ele será auxiliado nisso pelos Espíritos com essas mesmas tendências, mas não há arrebatamento irresistível quando se tem a vontade de resistir. Lembrai-vos de que querer é poder. (Veja a questão 361.)"

("O Livro dos Espíritos", Allan Kardec)

segunda-feira, 3 de junho de 2013

"O JUÍZ REFORMADO"



"Como houvesse o Senhor recomendado nas instruções do dia muita cautela no julgar, a conversação em casa de Pedro se desdobrava em derredor do mesmo tema.
— É difícil não criticar — comentava Mateus, com lealdade —, porque, a todo instante, o homem de mediana educação é compelido a emitir pareceres na atividade comum.
— Sim — concordava André, muito franco —, não é fácil agir com acerto, sem analisar detidamente.
Depois de vários depoimentos, em torno do direito de observar e corrigir, interferiu Jesus sem afetação:
— Inegavelmente, homem algum poderá cumprir o mandato que lhe cabe, no plano divino da vida, sem vigiar no caminho em que se movimenta, sob os princípios da retidão. Todavia, é necessário não inclinar o espírito aos desvarios do sentimento, para não sermos vitimados por nós mesmos. Seremos julgados pela medida que aplicarmos aos outros. O rigor responde ao rigor, a paciência à paciência, a bondade à bondade...
E, transcorridos alguns instantes, contou:
— Quando Israel vivia sob o governo dos grandes juízes, existiu um magistrado austero e violento, em destacada cidade do povo escolhido, que imprimiu o terror e a crueldade em todos os serventuários sob a sua orientação. Abusando dos poderes que a lei lhe conferia, criou ordenações tirânicas para a punição das mínimas faltas. Multiplicou infinitamente o número dos soldados, edificou muitos cárceres e inventou variados instrumentos de flagelação.
O povo, asfixiado por estranhas proibições, devia movimentar-se debaixo de severa fiscalização, qual se fora rebanho de bravios animais. Trabalharia, descansaria e adoraria o Senhor, em horas rigorosamente determinadas pela autoridade, sob pena de sofrer humilhantes castigos, nas prisões, com pesadas multas de toda espécie.
Se bem mandava o juiz, melhor agiam os subordinados, cheios de natural malvadez.
Assim foi que, certa feita, dirigindo-se o magistrado, alta noite, à casa de um filho enfermo, foi aprisionado, sem qualquer consideração, por um grupo de guardas bêbedos e inconscientes ue o conduziram a escura enxovia que ele mesmo havia inaugurado, semanas antes. Não lhe valeram a apresentação do nome e as honrosas insígnias de que se revestia. Tomado por temível ladrão, foi manietado, despojado dos bens que trazia e espancado sem piedade, afirmando
os sentinelas que assim procediam, obedecendo às instruções do grande juiz, que era ele próprio.
Somente no dia imediato foi desfeito o equívoco, quando o infeliz homem público já havia sofrido a aplicação das penas que a sua autoridade estabelecera para os outros.
O legislador atribulado reconheceu, então, que era perigoso transmitir o poder a subalternos brutalizados e ignorantes, percebendo que a justiça construtiva e santificante é aquela
que retifica ajudando e educando, na preparação do Reinado do Amor entre os homens.
Desde a singular ocorrência, a cidade adquiriu outro modo de ser, porque o juiz reformado,embora prosseguisse atento às funções que lhe competiam, ergueu, sobre o tribunal, a benefício de todos, o coração de pai compreensivo e amoroso.
Lá fora, brilhavam estrelas, retratadas nas águas serenas do grande lago. Depois de longa pausa, o Mestre concluiu:
— Somente aquele que aprendeu intensamente com a vida, estudando e servindo, suando e chorando para sustentar o bem, entre os espinhos da renúncia e as flores do amor, estará habilitado a exercer a justiça, em nome do pai.


("Jesus no Lar", Neio Lúcio/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 2 de junho de 2013

"A CÓLERA"



"9. O orgulho vos induz a julgar-vos mais do que sois; a não suportardes uma comparação que vos possa rebaixar; a vos considerardes, ao contrário, tão acima dos vossos irmãos, quer em espírito, quer em posição social, quer mesmo em vantagens pessoais, que o menor paralelo vos irrita e aborrece. Que sucede então? - Entregais-vos à cólera. 

Pesquisai a origem desses acessos de demência passageira que vos assemelham ao bruto, fazendo-vos perder o sangue-frio e a razão; pesquisai e, quase sempre, deparareis com o orgulho ferido. Que é o que vos faz repelir, coléricos, os mais ponderados conselhos, senão o orgulho ferido por uma contradição? Até mesmo as impaciências, que se originam de contrariedades muitas vezes pueris, decorrem da importância que cada um liga à sua personalidade, diante da qual entende que todos se devem dobrar. 

Em seu frenesi, o homem colérico a tudo se atira: à natureza bruta, aos objetos inanimados, quebrando-os porque lhe não obedecem. Ah! se nesses momentos pudesse ele observar-se a sangue-frio, ou teria medo de si próprio, ou bem ridículo se acharia! Imagine ele por aí que impressão produzirá nos outros. Quando não fosse pelo respeito que deve a si mesmo, cumpria-lhe esforçar-se por vencer um pendor que o torna objeto de piedade. 

Se ponderasse que a cólera a nada remedeia, que lhe altera a saúde e compromete até a vida, reconheceria ser ele próprio a sua primeira vítima. Mas, outra consideração, sobretudo, devera contê-lo, a de que torna infelizes todos os que o cercam. Se tem coração, não lhe será motivo de remorso fazer que sofram os entes a quem mais ama? E que pesar mortal se, num acesso de fúria, praticasse um ato que houvesse de deplorar toda a sua vida! 

Em suma, a cólera não exclui certas qualidades do coração, mas impede se faça muito bem e pode levar à prática de muito mal. Isto deve bastar para induzir o homem a esforçar-se pela dominar. O espírita, ao demais, é concitado a isso por outro motivo: o de que a cólera é contrária à caridade e à humildade cristãs. - Um Espírito protetor. (Bordéus, 1863.) 

10. Segundo a idéia falsíssima de que lhe não é possível reformar a sua própria natureza, o homem se julga dispensado de empregar esforços para se corrigir dos defeitos em que de boa-vontade se compraz, ou que exigiriam muita perseverança para serem extirpados. E assim, por exemplo, que o indivíduo, propenso a encolerizar-se, quase sempre se desculpa com o seu temperamento. Em vez de se confessar culpado, lança a culpa ao seu organismo, acusando a Deus, dessa forma, de suas próprias faltas. E ainda uma conseqüência do orgulho que se encontra de permeio a todas as suas imperfeições. 

Indubitavelmente, temperamentos há que se prestam mais que outros a atos violentos, como há músculos mais flexíveis que se prestam melhor aos atos de força. Não acrediteis, porém, que aí resida a causa primordial da cólera e persuadi-vos de que um Espírito pacífico, ainda que num corpo bilioso, será sempre pacífico, e que um Espírito violento, mesmo num corpo linfático, não será brando; somente, a violência tomará outro caráter. Não dispondo de um organismo próprio a lhe secundar a violência, a cólera tornar-se-á concentrada, enquanto no outro caso será expansiva. 

O corpo não dá cólera àquele que não na tem, do mesmo modo que não dá os outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito. A não ser assim, onde estariam o mérito e a responsabilidade? O homem deformado não pode tornar-se direito, porque o Espírito nisso não pode atuar; mas, pode modificar o que é do Espírito, quando o quer com vontade firme. Não vos mostra a experiência, a vós espíritas, até onde é capaz de ir o poder da vontade, pelas transformações verdadeiramente miraculosas que se operam sob as vossas vistas? Compenetrai-vos, pois, de que o homem não se conserva vicioso, senão porque quer permanecer vicioso; de que aquele que queira corrigir-se sempre o pode. De outro modo, não existiria para o homem a lei do progresso. - Hahnemann. (Paris, 1863.)."

("O Evangelho Segundo o Espiritismo", Allan Kardec)