sábado, 30 de junho de 2012

"CONQUISTA ÍNTIMA"





"Todos os estados enfermiços da alma se assemelham, no fundo, aos estados enfermiços do corpo, solicitando remédio
adequado que lhes patrocine a cura.
E a impaciência que tantas vezes gera rixas inúteis, é um deles, pedindo o especifico da calma que a desterre do mundo
íntimo.
Como, porém, obter a serenidade, quando somos impulsivos por vocação ou por hábito?
Justo lembrar que assim como nos acomodamos, obedientes, para ouvir o professor trazido a ensinar-nos, é forçoso
igualmente assentar a emotividade, na carteira do raciocínio, a fim de educá-la, educando-nos; e, aplicando os
princípios de fraternidade e de amor que abraçamos, convidaremos os nossos próprios sentidos à necessária renovação.
Feito isso, perceberemos que todo instante de turvação ou desequilíbrio, é instrumento de teste para avaliação de nosso
próprio aproveitamento.
Aprenderemos, por fim, que diante da crítica estamos convocados à demonstração de benevolência, diante da censura é
preciso exercer a bondade; à frente do pessimismo, somos induzidos a cultivar esperança; ante a condenação, somos
indicados à benção, e que renteando com quaisquer aparências do mal, é imperioso pensar no bem, dispondo-nos a
servi-lo.
Entregando-nos com sinceridade a semelhantes exercícios de compreensão e tolerância, estaremos em aula profícua,
para a aquisição de calores eternos no terreno do espírito.
É assim que, em matéria de paciência, se a paciência nos foge, urge reconhecer que, perante as circunstâncias mais
constrangedoras da vida, estamos todos nós, no justo momento de conquistá-la."

("Rumo Certo", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 28 de junho de 2012

"CONFIA SEMPRE"

"Não percas a tua fé entre as sombras do mundo.

Ainda que os teus pés estejam sangrando, segue para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima de ti mesmo.

Crê e trabalha.

Esforça-te no bem e espera com paciência.

Tudo passa e tudo se renova na Terra, mas o que vem do céu permanecerá.

De todos os infelizes, os mais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmos, porque o maior infortúnio é sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo.

Eleva, pois, o teu olhar e caminha.

Luta e serve. Aprende e adianta-te.

Brilha a alvorada além da noite.

Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição o ameaçando-te com a morte...

Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia."

("Cartas do Coração", Meimei/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 26 de junho de 2012

"NO MUNDO PESSOAL"



"Quando te observares na verdadeira posição de criatura imortal, nascida de Deus, com

estrutura original, decerto te habilitarás a compreender que o Criador te conferiu tarefas

individuais que deves aceitar por intransferíveis.

* * *

Reflete nisso :

Ninguém possui o trabalho que te foi concedido executar, conquanto algumas vezes a

obra em tuas mãos possa assemelhar-se, de algum modo, a certas atividades alheias, no

levantamento do progresso geral.

Ninguém dispõe da fonte de teus pensamentos plasmados por tua maneira especialíssima de ser.
Qual sucede com as impressões digitais, a voz que te serve se te erige em propriedade inalienável.
Em qualquer plano e em qualquer tempo, mobilizas todo um mundo interior de cujas

manifestações mais íntimas e mais profundas os outros não participam.

À face disso, estarás em comunidade, mas viverás essencialmente contigo mesmo, com

os teus sentimentos e diretrizes, ideais e realizações.

Isso porque o Governo da Vida te fez concessões que não estendeu a mais ninguém.

* * *

Observa os compromissos que te assinalam, seja em família ou seja no grupo social, e

descobrirás para logo as obrigações que se te reservam de imediatismo das circunstâncias.
Se falhas no serviço a fazer, alguém te substitui no momento seguinte, porque a

Obra do Universo não depende exclusivamente de nós;entretanto seja como seja onde te

colocares, podes facilmente identificar as tarefas pessoais que a vida te solicita.

* * *

Quis a Divina Providência viesses a nascer no Universo por inteligência única, de modo a

cumprir deveres inconfundíveis, sob a justa obrigação de te conheceres, mas não nos

referimos a isso para que te percas no orgulho e sim para que te esmeres no burilamento

próprio, valorizando-te na condição de criatura eterna em ascensão para a Espiritualidade

Superior, a fim de brilhar e cooperar com Deus na suprema destinação da Sabedoria e do

Amor, para a qual, por força da própria Lei de Deus, cada um de nós se dirige."

("Rumo Certo", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 24 de junho de 2012

"ANTE A LIÇÃO"


" Considera o que te digo, porque o Senhor te dará

entendimento em tudo."

Paulo (II Timóteo, 2:7)


"Ante a exposição da verdade, não te esquives à meditação sobre as luzes

que recebes.

Quem fita o céu, de relance, sem contemplálo,

não enxerga as estrelas; e

quem ouve uma sinfonia, sem abrirlhe

a acústica da alma, não lhe percebe as notas

divinas.

Debalde escutarás a palavra inspirada de pregadores ardentes, se não

descerrares o coração para que o teu sentimento mergulhe na claridade bendita

daquela.

Inúmeros seguidores do Evangelho se queixam da incapacidade de retenção

dos ensinos da Boa Nova, afirmandose

ineptos à frente das novas revelações, e isto

porque não dispensam maior trato à lição ouvida, demorandose

longo tempo na

província da distração e da leviandade.

Quando a câmara permanece sombria, somos nós quem desata o ferrolho à

janela para que o sol nos visite.

Dediquemos algum esforço à graça da lição e a lição nos responderá com as

suas graças.

O apóstolo dos gentios é claro na observação. "Considera o que te digo,

porque, então, o Senhor te dará entendimento em tudo."

Considerar significa examinar, atender, refletir e apreciar.

Estejamos, pois, convencidos de que, prestando atenção aos apontamentos

do Código da Vida Eterna, o Senhor, em retribuição à nossa boavontade,

darnosá

entendimento em tudo."

("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 22 de junho de 2012

"IMAGENS DA VIDA"



"Às vezes, perguntas entristecido: _ Valerá a pena ser bom nos caminhos da vida?
E, num átimo, inventarias ingratidões, decepções, calúnias...

Aquele a quem estendeste a mão ontem, é o mesmo a vilipendiar-te hoje...

Aquele a quem mataste a fome outrora, é o mesmo a escarnecer dos teus ideais agora...
Aquele que socorreste no lance difícil das próprias experiências, é a voz que se ergue para censurá-lo publicamente...
Aquele em quem confiaste cegamente, é o mesmo que, em te ludibriando, armou-te delicada situação...
Prossegue, contudo, obedecendo à voz da consciência.

Todos os que se dispõem a servir no mundo, inevitavelmente colherão dissabores...
Não tem sido assim com os paladinos da beneficência de todos os tempos?

Não esmoreças.

Em verdade, quando fazes o bem aos outros estarás fazendo-o a ti mesmo.

Pelos espinhos, não deixes de investir na própria felicidade.

A justiça pertence a Deus.

O tempo falará por ti."

(Irmão José, na obra "Fé", Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 20 de junho de 2012

"MANTÉM..."




"Mantém o teu controle emocional


em todas as situações.

Sistema nervoso alterado, vida

em desalinho.

Se dificuldades ameaçarem o

teu equilíbrio, utiliza-te da oração.

A prece é medicamento eficaz

para todas as doenças da alma."

("Vida Feliz", Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco)

terça-feira, 19 de junho de 2012

"AUXILIARÁS POR AMOR"




"Auxiliarás por amor nas tarefas do benefício.
Não te deixarás seduzir pelo verbo fascinante dos que manejam o ouro da
palavra para incrementar a violência em nome da liberdade e dos que te induzam a crer
seja a vida um fardo de desenganos.
Adotarás a disciplina por norma de ação em teu ambiente de trabalho
renovador, e educar-te-ás na orientação do bem, elevando o nível da existência e
sublimando as circunstâncias.
De muitos ouvirás que não adianta sofrer em proveito dos outros e nem semear
para sustento da ingratidão; entretanto, recordarás os benfeitores anônimos que te
amaciaram o caminho, apagando-se tantas vezes para que pudesses brilhar.
Rememorarás a infância, no refúgio doméstico, e perceberás que te ergueste, acima de
tudo, da bondade com que te agasalharam o coração. Não conseguiste a ternura materna
com recursos amoedados, não remuneraste teu pai pelo teto em que te guardou a
meninice, não compraste a afeição dos que te equilibraram os passos primeiros e nem
pagaste o carinho daqueles que te alçaram o pensamento à luz da oração, ensinando-te
a pronunciar o nome de Deus!...
Reflete nas raízes de amor com que o Todo-Misericordioso nos plasmou os
alicerces da vida, e colabora onde estejas para que o bem se erija por sustentáculo de
todos.
Enxergarás, nos que te rodeiam, irmãos autênticos, diante da Providência
Divina. Ajudarás os menos bons para que se tornem bons, e auxiliarás os bons a fim de
que se façam melhores.
Se a perturbação te dificulta o caminho, serve, sem alarde, e a trilha de
libertação se te abrirá, propiciando-te acesso à frente.
Se ofensas te apedrejam, escuda-te no dever bem cumprido e serve sempre, na
certeza de que a bondade com a força do tempo é a meia natural de todos os reajustes.
Muitos, mandam, exigem, dispõem ou discutem... Serás aquele que serve, o
samaritano da benção, o entendimento dos incompreendidos, a luz dos que se debatem
nas sombras, a coragem dos tristes e o apoio dos que se afligem na retaguarda!... E,
ainda quando te vejas absolutamente a sós, no ministério do bem, serás fiel à obrigação
de servir, lembrando-te de que, certo dia, um anjo na forma de um homem escalou um
monte árido em supremo abandono, carregando a cruz do próprio sacrifício, mas porque
servia e servia, perdoando e perdoando, fez nas trevas da morte o sol das nações, em
perenidade de luz e amor para o mundo inteiro."

("Alma e Coração", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 17 de junho de 2012

"EM SILÊNCIO"




“Não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos do Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus.”

Paulo (Efésios, 6:6)


"Se sabes, atende ao que ignora, sem ofuscá-lo com a tua luz.

Se tens, ajuda ao necessitado, sem molestá-lo com tua posse.

Se amas, não firas o objeto amado com exigências.

Se pretendes curar, não humilhes o doente.

Se queres melhorar os outros, não maldigues ninguém.

Se ensinas a caridade, não te trajes de espinhos, para que teu contacto não

dilacere os que sofrem.

Tem cuidado na tarefa que o Senhor te confiou.

É muito fácil servir à vista. Todos querem fazê-lo, procurando o apreço dos homens.

Difícil, porém, é servir às ocultas, sem o ilusório manto da vaidade.

É por isto que, em todos os tempos, quase todo o trabalho das criaturas é dispersivo e enganoso. Em geral, cuida-se de obter a qualquer preço as gratificações e as honras humanas.

Tu, porém, meu amigo, aprende que o servidor sincero do Cristo fala pouco

e constrói, cada vez mais, com o Senhor, no divino silêncio do espírito...

Vai e serve.

Não te dêem cuidado as fantasias que confundem os olhos da carne e nem

te consagres aos ruídos da boca.

Faze o bem, em silêncio.

Foge às referências pessoais e aprendamos a cumprir, de coração, a vontade de Deus."

("Vinha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 16 de junho de 2012

"ISSO É DA LEI DE DEUS"


"Tolera, construindo

Todo o bem que puderes

Não exija dos outros

Dons que ainda te faltam.

Erros nos companheiros

Poderiam ser nossos.

Aceita as provações

Por exames de fé.

Trarás contigo a paz

Que fizeres nos outros.

Temos sempre o que damos.

Isso é a lei de Deus."

("Tocando o Barco", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 14 de junho de 2012

"DIANTE DA LEI"


Reunião pública de 15.5.61
1ª. Parte, cap. III, item 6

"O espírito consciente, criado através dos milênios, nos domínios inferiores da natureza,

chega à condição de humanidade, depois de haver pago os tributos que a evolução lhe

reclama.

À vista disso, é natural compreendas que o livre-arbítrio estabelece determinada posição

para cada alma, porquanto cada pessoa deve a si mesma a situação em que se coloca.

***

Possuis o que deste.

Granjearás o que vens dando.

Conheces o que aprendeste.

Saberás o que estudas.

Encontraste o que buscavas.

Acharás o que procuras.

Obtiveste o que pediste.

Alcançarás o que almejas.

És hoje o que fizeste contigo ontem.

Serás amanhã o que fazes contigo hoje.

***

Chegamos, no dia claro da razão, simples e ignorantes diante do aprimoramento e do

progresso, mas com liberdade interior de escolher o próprio caminho.

Todos temos, assim, na vontade a alavanca da vida, com infinitas possibilidades de

mentalizar e realizar.

O governo do Universo é a justiça que define, em toda parte, a responsabilidade de cada um.

A glória do Universo é a sabedoria, expressando luz nas consciências.

O sustento do Universo é o trabalho que situa cada inteligência no lugar que lhe compete.

A felicidade do Universo é o trabalho que situa cada inteligência no lugar que lhe compete.

O Criador concede às criaturas, no espaço e no tempo, as experiências que desejem, para

que se ajustem, por fim, às leis de bondade e equilíbrio que O manifestam. Eis por que,

permanecer na sombra ou na luz, na dor ou na alegria, no mal ou no bem, é ação espiritual

que depende de nós."

("Justiça Divina", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

"ASSUNTO DE LIBERDADE"

"Para a liberdade foi que Cristo nos libertou.
Permanecei, pois, firmes e não vos submetais
de novo a jugo de servidão."
"- Paulo. (Gálatas, 5:1)

"Importante pensar como terá Jesus promovido a nossa libertação.
O divino Mestre não nos conclamou a qualquer reação contra os padrões administrativos na
movimentação da comunidade, nem desfraldou qualquer bandeira de reivindicações
exteriores.
Jesus unicamente obedeceu às Leis Divinas, fazendo o melhor da própria vida e do tempo
de que dispunha, em benefício de todos.
Terá tido lutas e conflitos no âmbito pessoal das próprias atividades.
Afeições incompreensíveis, companheiros frágeis, adversários e perseguidores não lhe
faltaram; nada disso, porém, fê-lo voltar-se contra a hierarquia ou contra a segurança da vida
comunitária.
Por fim, a aceitação da cruz lhe assinalou a obediência suprema às Leis de Deus.
Pensa nisto e compreendamos que o Cristo nos ensinou o caminho da libertação de nós
mesmos.
Dever observado e cumprido mede o nosso direito de agir com independência.
Não existe liberdade e respeito sem obrigação e desempenho.
Meditemos na lição para não cairmos de novo sob o antigo e pesado jugo de nossas
próprias paixões."

("Ceifa de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 12 de junho de 2012

"LEGENDA ESPÍRITA"

"Cap. XV – Item 10"
 
"O cultivador é conduzido ao pântano para convertê-lo em terra
fértil.
O técnico é convidado ao motor em desajuste para sanar-lhe os
defeitos.
O médico é solicitado ao enfermo para a benção da cura.
O professor é trazido ao analfabeto para auxiliá-lo na escola.
Entretanto, nem as feridas da terra, nem os desequilíbrios da
máquina, nem as chagas do corpo e nem as sombras da inteligência
se desfazem à custa de conversas amargas e, sim, ao preço de
trabalho e devotamento.
O espírita cristão é chamado aos problemas do mundo, a fim
de ajudar-lhes a solução; contudo, para atender em semelhante
mister, há que silenciar discórdia e censura e alongar entendimento
e serviço.
É por essa razão que interpretando o conceito “salvar” por “livrar
da ruína” ou “preservar do perigo”, colocou Allan Kardec, no
luminoso portal da Doutrina Espírita, a sua legenda inesquecível:
– ”Fora da caridade não há salvação.”

(Bezerra de Menezes, na obra "O Espírito da Verdade", Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

"O SERVO FELIZ"

"Certo dia, chegaram ao Céu um Marechal, um Filósofo, um Político e um
Lavrador.
Um Emissário Divino recebeu-os, em elevada esfera, a fim de ouvi-los.
O Marechal aproximou-se, reverente, e falou:
— Mensageiro do Comando Supremo, venho da Terra distante. Conquistei
muitas medalhas de mérito, venci numerosos inimigos, recebi várias homenagens
em monumentos que me honram o nome.
— Que deseja em troca de seus grandes serviços? — indagou o Enviado.
— Quero entrar no Céu.
O Anjo respondeu sem vacilar:
— Por enquanto, não pode receber a dádiva. Soldados e adversários,
mulheres e crianças chamam-no insistentemente da Terra. Verifique o que
alegam de sua passagem pelo mundo e volte mais tarde.
O Filósofo acercou-se do preposto divino e
— Anjo do Criador Eterno, venho do acanhado círculo dos homens. Dei às
criaturas muita matéria de pensamento. Fui laureado por academias diversas.
Meu retrato figura na galeria dos dicionários terrestres.
— Que pretende pelo que fez? — perguntou o Emissário.
— Quero entrar no Céu.
— Por agora, porém — respondeu o mensageiro sem titubear —, não lhe
cabe a concessão. Muitas mentes estão trabalhando com as idéias que você
deixou no mundo e reclamam-lhe a presença, de modo a saberem separar-lhe
os caprichos pessoais da inspiração sublime. Regresse ao velho posto,
solucione seus problemas e torne oportuna-mente.
O Político tomou a palavra e acentuou:
— Ministro do Todo-Poderoso, fui administrador dos interesses públicos.
Assinei várias leis que influenciaram meu tempo. Meu nome figura em muitos
documentos oficiais.
— Que pede em compensação? — perguntou o Missionário do Alto.
— Quero entrar no Céu.
O Enviado, no entanto, respondeu, firme:
— Por enquanto, não pode ser atendido. O povo mantém opiniões
divergentes a seu respeito. Inúmeras pessoas pronunciam-lhe o nome com
amargura e esses clamores chegam até aqui. Retorne ao seu gabinete, atenda
às questões que lhe interessam a paz Íntima e volte depois.
Aproximou-se, então, o Lavrador e falou, humilde:
— Mensageiro de Nosso Pai, fui cultivador da terra... plantei o milho, o
arroz, a batata e o feijão. Ninguém me conhece, mas eu tive a glória de
conhecer as bênçãos de Deus e recebê-las, nos raios do Sol, na chuva
benfeitora, no chão abençoado, nas sementes, nas flores, nos frutos, no amor
e na ternura de meus filhinhos...
O Anjo sorriu e disse:
— Que prêmio deseja?
O Lavrador pediu, chorando de emoção:
— Se Nosso Pai permitir, desejaria voltar ao campo e continuar
trabalhando. Tenho saudades da contemplação dos milagres de cada dia... A
luz surgindo no firmamento em horas certas, a flor desabrochando por si mesma, o pão a multiplicar-se!... Se puder, plantarei o solo novamente para ver
a grandeza divina a revelar-se no grão, transformado em dadivosa espiga...
Não aspiro a outra felicidade senão a de prosseguir aprendendo, semeando,
louvando e servindo!...
O Mensageiro Espiritual abraçou-o e exclamou, chorando igualmente, de
júbilo:
— Venha comigo! O Senhor deseja vê-lo e ouvi-lo, porque diante do Trono
Celestial apenas comparece quem procura trabalhar e servir sem recompensa."

("Alvorada Cristã", Neio Lúcio/Francisco Cândido Xavier)

"VOCÊ E NÓS"




"Espíritos eternos, estamos hoje no ponto exato da evolução para o qual nos


preparamos, com os recursos mais adequados à solução de nossos problemas e

tarefas, segundo os compromissos que abraçamos, seja no campo do progresso

necessário ou na esfera da provação retificadora.

Achamo-nos com os melhores familiares e com os melhores companheiros que a

lei do merecimento nos atribui.

À vista disso, permaneçamos convencidos de que a base de nossa tranqüilidade

reside na integridade da consciência; compreendamos que todas as afeiçõesproblemas

em nossa trilha de agora constituem débitos de existências passadas,

que nos compete ressarcir, e que todas as facilidades que já nos enriquecem a

estrada são instrumentos que o Senhor nos empresta, a fim de utilizarmos a

vontade própria, na construção de mais ampla felicidade por vindoura e

entendamos que a vida nos devolve aquilo que lhe damos.

Na posse de semelhantes instruções, valorizemos o tempo, para que o tempo nos

valorize e permaneçamos em equilíbrio sem afetar aquilo que não somos, em

matéria de elevação, conquanto reconhecendo a necessidade de aperfeiçoar-nos

sempre.

Se errarmos, estejamos decididos à corrigenda, agindo com sinceridade e

trabalhando fielmente para isso.

Você e nós estejamos convencidos, diante da Providência Divina, que possuímos

infinitas possibilidades de reajuste, aprimoramento, ação ou ascensão e que

depende, tão somente de nós, melhorar ou agravar, iluminar ou obscurecer as

nossas situações e caminhos."

(André Luiz, na obra "Coragem", Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 9 de junho de 2012

"PREVENÇÕES"

"No capítulo dos sofrimentos voluntários, se somássemos os problemas, conflitos,
obstáculos e tribulações decorrentes da prevenção que alimentamos habitualmente contra
aquilo que os nossos irmãos estejam pensando ou poderiam pensar, decerto que
chegaríamos a conclusões espantosas acerca de aflição desnecessária e tempo perdido
* * *
Oponhamos o bem ao mal e deixemos aos outros a faculdade de serem eles mesmos.
* * *
Esse amigo ter-nos-á omitido o nome para determinada manifestação de alegria...
Outro companheiro nos haverá negado a saudação que lhe endereçamos com frase
amistosa...
Pessoa querida passou indiferentemente por nós com o semblante carregado de
preocupação ou azedume...
Certo colega terá erguido demasiadamente a voz, ferindo-os a sensibilidade, por
bagatelas...
E caímos nos excessos de imaginação, fantasiando ofensas que não existem.
* * *
Aprendamos a considerar quem tanto quanto nos acontece, os outros também podem
sofrer lapsos da memória, contrariedades imanifestas, inquietações e doenças.
E lembremo-nos: toda vez que descambamos para semelhantes desequilíbrios, somos
igualmente capazes de esquecer ou ferir, sem participação de nossa vontade.
* * *
Evitemos a prevenção no cotidiano, a fim de que a nossa vida encontre o máximo de
rendimento no bem.
* * *
Confiança em Deus.
Consciência tranqüila.
Dever cumprido.
Trabalho à frente.
E, fazendo todo o bem que se nos faça possível, por todos os modos justos, em todas as
ocasiões, com todos os recursos ao nosso alcance e para com todas as criaturas, nunca
nos previnamos contra quem quer que seja, porque os pensamentos dos outros
pertencem a eles e não a nós."

("Rumo Certo", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 7 de junho de 2012

"AMOR E TEMOR"

"O perfeito amor lança fora o temor".
(I JOÃO, 4:18.)
 

"Para que nossa alma se expanda sem receio, através das realizações que o Senhor
nos confia, não basta o imperfeito Amor que estipula salários de gratidão ou que se isola
na estufa do carinho particular, reclamando entendimento alheio.
É necessário rendamos culto ao perfeito amor que tudo ilumina e a todos se estende
sem distinção.
O imperfeito Amor, procurando o gozo próprio no concurso dos outros, é quase
sempre o egoísmo em disfarce brilhante, buscando a si mesmo nas almas afins para
atormentá-las sob múltiplas formas de temor, quais sejam a exigência e o ciúme, a
crueldade e o desespero, acabando ele próprio no inferno da amargura e da frustração.
O perfeito Amor, contudo, compreende que o Pai Celeste traçou caminhos infinitos
para a evolução e aprimoramento das almas, que a felicidade não é a mesma para todos
e que amar significa entender e ajudar, abençoar e sustentar sempre os corações
queridos, no degrau de luta que lhes é próprio.
Para que te libertes, assim, das algemas do medo, não basta te acolhas no anseio
de ser ardentemente querido e auxiliado pelos outros, segundo as disposições do Amor
incompleto.
É indispensável saibas amar, com abnegação e ternura, entre a esperança
incansável e o serviço incessante pela vitória do bem, sob a tutela dos quais viverás
sempre amando, segundo o Amor equilibrado e perfeito pela força Divina que nos ergue
triunfante, dos abismos da sombra para os cimos da luz.
"

("Palavras de Vida Eterna", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 6 de junho de 2012

"CAPACETE DA ESPERANÇA"

“Tendo por capacete a esperança na salvação.”
Paulo (I Tessalonicenses, 5:8)
 
"O capacete é a defesa da cabeça em que a vida situa a sede de manifestação
ao pensamento e Paulo não podia lembrar outro símbolo mais adequado à vestidura
do cérebro cristão, além do capacete da esperança na salvação.
Se o sentimento, muitas vezes, está sujeito aos ataques da cólera violenta, o
raciocínio, em muitas ocasiões, sofre o assédio do desânimo, à frente da luta pela
vitória do bem, que não pode esmorecer em tempo algum.
Raios anestesiantes são desfechados sobre o ânimo dos aprendizes por
todas as forças contrárias ao Evangelho salvador.
A exigência de todos e a indiferença de muitos procuram cristalizar a
energia do discípulo, dispersando-lhe
os impulsos nobres ou neutralizando-lhe
os
ideais de renovação.
Contudo, é imprescindível esperar sempre o desenvolvimento dos
princípios latentes do bem ainda mesmo quando o mal transitório estenda raízes em
todas as direções.
É necessário esperar o fortalecimento do fraco, à maneira do lavrador que
não perde a confiança nos grelos tenros; aguardar a alegria e a coragem dos tristes,
com a mesma expectativa do floricultor que conta com revelações de perfume e
beleza no jardim cheio de ramos nus.
É imperioso reconhecer, todavia, que a serenidade do cristão nunca
representa atitude inoperante, por agir e melhorar continuadamente pessoas, coisas e
situações, em todas as particularidades do caminho.
Por isso mesmo, talvez, o apóstolo não se refere à touca protetora. Chapéu,
quase sempre, indica passeio, descanso, jazer, quando não defina convenção no traje
exterior, de acordo com a moda estabelecida.
Capacete, porém, é indumentária de luta, esforço, defensiva.
E o discípulo de Jesus é um combatente efetivo contra o mal, que não
dispõe de multo tempo para cogitar de si mesmo, nem pode exigir demasiado
repouso, quando sabe que o próprio Mestre permanece em trabalho ativo e
edificante.
Resguardemos, pois, o nosso pensamento com o capacete da esperança fiel
e prossigamos para a vitória suprema do bem."

("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 5 de junho de 2012

"NO RETOQUE DA PALAVRA"

"Cap. XI – Item 7"
 
"Seja onde for, não afirme: – “Detesto esse lugar!”
Cada criatura vive na terra dos seus credores.
Ouvindo a frase infeliz, não grite: – “É um desaforo!”
Invigilância alheia pede a nossa vigilância maior.
Atravessando a madureza, não se lamente: – “Já estou cansado”.
Sintoma de exaustão, vontade enferma.
Sentindo a mocidade, não assevere: – ”Preciso gozar a vida!”
Romagem terrestre não é excursão turística.
À frente do amigo endividado, não ameace: – “Hoje ou nunca!”
Agora alguém se compromete, amanhã seremos nós.
Ao companheiro menos categorizado, não ordene: – ”Faça isso!”
Indelicadeza no trabalho, ditadura ridícula.
Perante o doente, não exclame: – ”Pobre coitado!”
Compaixão desatenta, crueldade indireta.
Ao vizinho faltoso, nunca diga: “Dispenso-lhe a amizade.”
Todos somos interdependentes.
Sob o clima da provação, não se queixe: – ”Não suporto
mais!”
O fardo do espírito gravita na órbita das suas forças.
No cumprimento do dever, não clame: – ”Estou sozinho.”
Ninguém vive desamparado.
Colhido pelo desapontamento, não reclame: – ”Que azar!”
A Lei Divina não chancela imprevistos.
À face do ideal, não se lastime: – “Ninguém me ajuda.”
No Espiritismo temos responsabilidade pessoal com o Cristo."

(André Luiz, na obra "O Espírito da Verdade, Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

segunda-feira, 4 de junho de 2012

"CAÍDOS"

"Reunião pública de 17-2-61 
1ª Parte, cap. VII, item 10"
 

"Aproxima-te dos caídos para ajudar.
Não suponhas, contudo, que eles sejam apenas os companheiros que encontras na estrada, em
decúbito, vitimados de inanição ou de desalento.
Assesta as lentes do espírito e surpreenderás os que jazem prostrados, embora garantam o
corpo em condição vertical, à maneira de torre inútil.
Entretanto, é preciso compreender para discernir.
Há os que caíram amando, sem saber que o afeto insensato os arrojarias trevas.
Há os que caíram em rijas cadeias, por ignorarem que as flores genuínas do lar costumam viver
no adubo do sofrimento.
Há os que caíram auxiliando, por desconhecerem que a caridade real pede apoio à renúncia.
Há os que caíram por devotamente à dignidade, transformando a Justiça em gládio de
intolerância.
Há os que caíram nos duros freios do orgulho, imaginando-se mais limpos e mais nobres que os
seus irmãos.
Há os que caíram no fogo das paixões delinqüentes, ateado por eles mesmos à própria senda.
Há os que caíram nas grades do ódio, por olvidarem que o perdão é sustento da vida.
E há ainda aqueles outros que caíram na miséria da usura, como se pudessem comer o dinheiro
que acumularam chorando...
Cada um deles traz a dor nos recessos da alma por elemento de correção.
Não lhes agrave, assim, o suplício moral, alargando-lhes as feridas.
Todos somos viajores nas trilhas da Terra, carregando fardos de imperfeições.
Hoje, podes estender os braços e levantar os que desfalecem.
Amanhã, porém, é novo dia de caminhada e, embora tenhamos a obrigação de orar e vigiar,
nenhum de nós sabe realmente se vai cair.
"

("Justiça Divina", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 3 de junho de 2012

"ALEGAS"


"Reunião pública de 25/3/60

Questão nº 220 - Parágrafo 16º"



"Alegas descrença da vida celestial por ausência da comprovação que

supões adequada, e viajas, ante a glória do firmamento, num gigantesco

engenho cósmico de nome “Terra”, a girar sobre si mesmo, com imensa

velocidade, em torno do Sol, e não pensas nisso.

Alegas que não compreendes como possam surgir irradiações do Espírito,

e te equilibras, cada dia, sob a luz solar que se expande na imensidão do

Espaço, a trezentos mil quilômetros por segundo, sem que lhe abordes a estrutura

mais íntima.

Alegas que não ouves a voz das Inteligências desencarnadas, e moras

num reino de ondas, de que as maiores estações emissoras dosam apenas

ínfima porção, transformando em sons articulados o que te parece solidão e silêncio.

Alegas que ninguém te explica por que processo se alimentam as almas,

com os fluidos sutis, e vives no oceano aéreo, nutrindo-te em maior grau dos

recursos imponderáveis da Natureza.

Alegas que a existência humana, fora da matéria física, é inaceitável por

tornar-se invisível; entretanto, quanta coisa invisível consideras real!

Alegas a impossibilidade da materialização transitória dos amigos que já

transpuseram as fronteiras do túmulo, e, apesar das notáveis observações da

genética, desconheces como nasceste entre as formas carnais, tanto quanto

ignoras os processos por que te desenvolves.

*

Não te lamentes, porém, quanto à falta de elementos mediúnicos para o

levantamento das boas obras.

Não te condiciones a informes alheios para ajudar.

Todos possuímos vasta provisão de sementes e luzes do Conhecimento

Superior e estamos convictos de que fomos chamados para servir.

O que Jesus ensinou, há quase dois milênios, tem força de verdade para

todos os séculos, e a mensagem desse ou daquele arauto do Evangelho, aos

ouvidos de alguém, é lição para todos nós.

Importa, acima de tudo, estender o bem, entendendo-se que o bem

verdadeiro será sempre o bem que façamos aos outros.

Toma alguns grãos de trigo, achados na rua, a esmo...

Não sabes de onde vieram; no entanto, se resolves plantá-los, inda hoje,

com respeito e carinho, em breve as leis de Deus, sem que as vejas agindo,

deles farão no solo, em teu próprio favor, vasto e belo trigal."

("Seara dos Médiuns", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 1 de junho de 2012

"PETIÇÃO E RESPOSTA"



"Entre o pedido terrestre e o Suprimento Divino, é imperioso funcione a alavanca da

vontade humana, com decisão e firmeza, para que se efetive o auxílio solicitado.

Buscando as concessões do Céu, desistamos de lhes opor a barreira dos nossos

caprichos próprios.

* * *

Suplicamos no mundo: Senhor, dá-nos a paz.

Se persistimos, no entanto, a remoer conflito e ressentimento, cozinhando mágoas e

esquentando desarmonia, decerto que a tranqüilidade só encontrará caminho para morar

conosco, quando tivermos esquecido as farpas da dissensão.

* * *

Imploramos: Senhor, dá-nos saúde.

Se continuamos, porém, acalentando sintomas e solenizando quadros mentais

enfermiços, é indiscutível que o remédio só terá eficácia, em nosso auxílio, quando

estivermos decididos a liquidar com as idéias de lamentação e doença.

* * *

Pedimos: Senhor, dá-nos prosperidade.

Mas se teimamos em dilapidar o tempo, reclamando contra o destino e hospedando

chorosas rebeldias, é forçoso reconhecer que só adquiriremos progresso e reconforto,

quando largamos queixa e azedume, concentrando esforços em melhoria e trabalho.

* * *

Rogamos: Senhor, dá-nos compreensão.

Se prosseguirmos, entretanto, censurando e criticando os outros, a descortinar faltas

alheias, sem cogitar das próprias deficiências, é óbvio que só atingiremos a luz e a

segurança do entendimento, quando nos voltarmos sinceramente para dentro de nós

mesmos, verificando que somos tão humanos e tão falíveis quanto aqueles irmãos dos

quais nos julgávamos muito acima.

* * *

Confiemos em Deus e supliquemos o amparo de Deus, mas, se quisermos receber a

Bênção Divina, procuremos esvaziar o coração de tudo aquilo que discorde das nossas

petições, a fim de oferecer à Bênção Divina, clima de aceitação, base e lugar."

("Rumo Certo", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)